Na revelação da vida

Na revelação da vida

“E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. – (Atos, 4:33.)

Os companheiros diretos do Mestre Divino não estabeleceram os serviços da comunidade cristã sobre princípios cristalizados, inamovíveis.

Cultuaram a ordem, a hierarquia e a disciplina, mas amparavam também o espírito do povo, distribuindo os bens da revelação espiritual, segundo a capacidade receptiva de cada um dos candidatos à nova fé.

Negar, presentemente, a legitimidade do esforço espiritista, em nome da fé cristã, é testemunho de ignorância ou leviandade.

Os discípulos do Senhor conheciam a importância da certeza na sobrevivência para o triunfo na vida moral.

Eles mesmos se viram radicalmente transformados, após a ressurreição do Amigo Celeste, ao reconhecerem que o amor e a justiça regem o ser além do túmulo.

Por isso mesmo, atraíam companheiros novos, transmitindo-lhes a convicção de que o Mestre prosseguia vivo e operoso, para lá do sepulcro.

Em razão disso, o ministério apostólico não se dividia tão-somente na discussão dos problemas intelectuais da crença e nos louvores adorativos.

Os continuadores do Cristo forneciam, “com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus” e, em face do amor com que se devotavam à obra salvacionista, neles havia “abundante graça”.

O Espiritismo evangélico vem movimentar o serviço divino que envolve em si, não somente a crença consoladora, mas também o conhecimento indiscutível da imortalidade.

As escolas dogmáticas prosseguirão alinhando artigos de fé inoperante, congelando as idéias em absurdos afirmativos, mas o Espiritismo cristão vem restaurar, em suas atividades redentoras, o ensinamento da ressurreição individual, consagrado pelo Mestre Divino, que voltou, Ele mesmo, das sombras da morte, para exaltar a continuidade da vida.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão nosso. Cap. 176. FEB)

A calúnia

A calúnia

“Paulo, contudo, não somente cometeu a ingratidão, como envenenou o espírito doutras senhoras, traiu outros amigos e destruiu a alegria e a paz doutros santuários domésticos. Observando Ismália aflita e Alfredo desesperado, nas recordações dele, vemos as imagens criadas pelo caluniador, para seus próprios olhos. Nossos amigos deste Posto evoluíram, transpuseram a fronteira da mágoa, escaparam aos monstros do ódio, vestem-se hoje de luz; no entanto, Paulo os vê como imagina, para escarmento de suas culpas. O criminoso nunca consegue fugir da verdadeira justiça universal, porque carrega o crime cometido, em qualquer parte. Tanto nos círculos carnais, como aqui, a paisagem real do Espírito é a do campo interior. Viveremos, de fato, com as criações mais intimas de nossa alma.

[…] Lembra-se de Paulo, o caluniador? Não os viu carregando pesados fardos mentais? Cada um de nós traz, nos caminhos da vida, os arquivos de si mesmo. Enquanto os maus exibem o inferno que criaram.

[…] A calúnia é uma serpente que ameaça o coração.

[…] A calúnia é um monstro invisível, que ataca o homem através dos ouvidos invigilantes e dos olhos desprevenidos.

[…] a calúnia, quando fere uma consciência tranquila não passa de serpente mentirosa, a transformar-se em flor de virtude nova, quando enfrentada com o valor duma coragem serena e cristã."

André Luiz

 

(Trechos de: Xavier, Francisco Cândido Xavier. Pelo espírito André Luiz. Os mensageiros. Cap. 17, 27, 38. FEB)

Equipe mediúnica

Equipe mediúnica

Reunião pública de 12/8/60

Questão nº 331 (*)

No conjunto orquestral, cada instrumento deve ajustar-se à melodia, não obstante a maneira particularista com que se externe.

Também na equipe de serviço espiritual, cada mente precisa afinar-se com a tarefa, embora vibre em diversa expressão.

Não podes pensar com a cabeça dos outros; todavia, no círculo medianímico, qual acontece em qualquer obra de grupo, é indispensável te harmonizes com as ações a fazer.

Observa, assim, a onda em que te situas.

*

Se dizes de ti para contigo: “confio no médium”, robusteces o contingente de forças para a realização do melhor; contudo, se adicionas: “mas duvido da sinceridade da assistência que o cerca”, fazes imediatamente o contrário.

Se refletes: “quero ouvir o companheiro que ensina”, estendes auxílio valioso ao amigo que se utiliza da palavra na pregação; entretanto, se acrescentas: “mas o orador fala em excesso”, entras logo a enfraquecê-lo.

Se afirmas intimamente: “a reunião é para mim um grande conforto”, crias seguro apoio à produção de valores edificantes; no entanto, se aditas: “mas o trabalho é demorado e enfadonho”, passas, de repente, a suprimir-lhe os efeitos benéficos.

*

Quem aprova e critica, ajuda e desajuda.

Nenhuma construção, porém, se levanta a golpes de marchas e contramarchas.

Ao revés disso, reclama determinação e disciplina, perseverança e objetivo.

A reunião mediúnica é também assim.

Se queres cooperar, dentro dela, a fim de que produza frutos de ordem e elevação, consolo e ensinamento, repara, acima de tudo, a onda em que te colocas.

Emmanuel

(*) O livro dos médiuns.

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Seara dos médiuns. Cap. 58. FEB)

JESUS E OS AMIGOS

JESUS E OS AMIGOS

"Ninguém tem maior amor que este: de dar alguém a vida pelos seus amigos" Jesus (João, 15:13).

Na localização histórica do Cristo, impressiona-nos a realidade de sua imensa afeição pela Humanidade.

Pelos homens, fez tudo o que era possível em renúncia e dedicação.

Seus atos foram celebrados em assembléias de confraternização e de amor.

A primeira manifestação de seu apostolado verificou-se na festa jubilosa de um lar.

Fez companhia aos publicanos, sentiu sede da perfeita compreensão de seus discípulos.

Era amigo fiel dos necessitados que se socorriam de suas virtudes imortais.

Através das lições evangélicas, nota-se-lhe o esforço para ser entendido em sua infinita capacidade de amar.

A última ceia representa uma paisagem completa de afetividade integral.

Lava os pés aos discípulos, ora pela felicidade de cada um…

Entretanto, ao primeiro embate com as forças destruidoras, experimenta o Mestre o supremo abandono.

Em vão, seus olhos procuram a multidão dos afeiçoados, beneficiados e seguidores.

Os leprosos e cegos curados por suas mãos haviam desaparecido. Judas entregou-o com um beijo.

Simão, que lhe gozara a convivência doméstica, negou-o três vezes.

João e Tiago dormiram no Horto.

Os demais preferiram estacionar em acordos apressados com as acusações injustas.

Mesmo depois da Ressurreição, Tomé exigiu-lhe sinais.

Quando estives na "porta estreita", dilatando as conquistas da vida eterna, irás também só.

Não aguarde os teus amigos.

Não te compreenderiam; no entanto, não deixes de amá-los. São crianças. E toda a criança teme e exige muito.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Caminho, verdade e vida. Lição nº 86. FEB)

Ante a luz da verdade

Ante a luz da verdade

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” – Jesus. (João, 8:32.)

A palavra do Mestre é clara e segura.

Não seremos libertados pelos “aspectos da verdade” ou pelas “verdades provisórias” de que sejamos detentores no círculo das afirmações apaixonadas a que nos inclinemos.

Muitos, em política, filosofia, ciência e religião, se afeiçoam a certos ângulos da verdade e transformam a própria vida numa trincheira de luta desesperada, a pretexto de defendê-la, quando não passam de prisioneiros do “ponto de vista”.

Muitos aceitam a verdade, estendem-lhe as lições, advogam-lhe a causa e proclamam-lhe os méritos, entretanto, a verdade libertadora é aquela que conhecemos na atividade incessante do Eterno Bem.

Penetrá-la é compreender as obrigações que nos competem.

Discerni-la é renovar o próprio entendimento e converter a existência num campo de responsabilidade para com o melhor.

Só existe verdadeira liberdade na submissão ao dever fielmente cumprido.

Conhecer, portanto, a verdade é perceber o sentido da vida.

E perceber o sentido da vida é crescer em serviço e burilamento constantes.

Observa, desse modo, a tua posição diante da Luz…

Quem apenas vislumbra a glória ofuscante da realidade, fala muito e age menos.

Quem, todavia, lhe penetra a grandeza indefinível, age mais e fala menos.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Fonte viva. Cap. 173. FEB)

Palavra

Palavra

Reunião pública de 18/4/60 – Questão nº 166 (*)

Quando te detenhas na apreciação da mediunidade falante, pensa na maravilha do verbo, recordando que todos somos médiuns da palavra.

A glote vocal pode ser comparada a harpa viva em cujas cordas a alma exprime todos os cambiantes do pensamento.

E sendo o pensamento onda criadora a integrar-se com outras ondas de pensamento com as quais se harmoniza, a fala, de modo invariável, reflete o grupo moral a que pertencemos.

Veículo magnético, a palavra, dessa maneira, é sempre fator indutivo, na origem de toda realização.

Com ela, propagamos as boas obras, acendemos a esperança, fortalecemos a fé, sustentamos a paz, alimentamos o vício ou nutrimos a delinqüência.

E isso acontece, porque, em verdade, nunca falamos sozinhos, mas sempre retratamos as influências da sombra ou da luz que nos circulam no âmbito mental.

Toda vez que ensinamos ou conversamos, nossa boca assemelha-se a um alto-falante, em conexão com o emissor da memória, projetando na direção dos outros não apenas a resultante de nossas leituras ou de nossos conhecimentos, mas igualmente as idéias e sugestões que nos são desfechadas pelas criaturas encarnadas ou desencarnadas com as quais estejamos em sintonia.

Não menosprezes, portanto, o dom de falar que nos facilita a comunhão com os outros seres.

Guarda-o na luz do respeito e da justiça, da bondade e do entendimento, sem olvidar que atitude é alavanca invisível de ligação.

Através de nossos conceitos orais, o pessimismo é porta aberta ao desânimo, o sarcasmo é corredor rasgado para a invasão do descrédito, a cólera é gatilho à violência, o azedume é clima da enfermidade e a irritação é fermento à loucura.

Desse modo, ainda que trevas e espinheiros se alonguem junto de ti, governa a própria emoção e pronuncia a palavra que instrua ou console, ajude ou santifique.

Mesmo que a provocação do mal te instigue à desordem, compelindo-te a condenar ou ferir, abençoa a vida, onde estiveres.

A palavra vibra no alicerce de todos os males e de todos os bens do mundo.

Falando, o professor alça a mente dos aprendizes às culminâncias da educação, e, falando, o malfeitor arroja os companheiros para o fojo do crime.

Sócrates falou e a visão filosófica foi alterada. Jesus falou e o Evangelho surgiu.

O verbo é plasma da inteligência, fio da inspiração, óleo do trabalho e base da escritura.

Todos somos medianeiros daqueles que admiramos e daqueles que ouvimos.

Aprendamos, assim, a calar toda frase que malsine ou destrua, porque, conforme a Lei do Bem promulgada por Deus, toda palavra que obscureça ou enodoe é moeda falsa no tesouro do coração.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Seara dos médiuns. Cap. 27. FEB)

(*) – Refere-se a O livro dos médiuns.

Preocupações

Preocupações

 

Não se aflija por antecipação, porquanto é possível que a vida resolva o seu problema, ainda hoje, sem qualquer esforço de sua parte.

Não é a preocupação que aniquila a pessoa e sim a preocupação em virtude da preocupação.

Antes das suas dificuldades de agora, você já faceou inúmeras outras e já se livrou de todas elas, com o auxílio invisível de Deus.

Uma pessoa ocupada em servir nunca dispõe de tempo para lembrar injúria ou ingratidão.

Disse um notável filósofo: "uma criatura irritada está sempre cheia de veneno", e podemos acrescentar: "e de enfermidade também".

Trabalhe antes, durante e depois de qualquer crise e o trabalho garantirá sua paz.

Conte as bênçãos que lhe enriquecem a vida, em anotando os males que porventura lhe visitem o coração, para reconhecer o saldo imenso de vantagens a seu favor.

Geralmente, o mal é o bem mal interpretado.

Em qualquer fracasso, compreenda que se você pode trabalhar, pode igualmente servir, e quem pode servir carrega consigo um tesouro nas mãos.

Por maior lhe seja o fardo do sofrimento, lembre-se de que Deus, que aguentou você ontem, aguentará também hoje.

André Luiz

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito André Luiz. Sinal Verde. Cap. 25 Uberaba: CEC)

Multidões

Multidões

“Tenho compaixão da multidão.” – Jesus. (Marcos, 8:2.)

Os espíritos verdadeiramente educados representam, em todos os tempos, grandes devedores à multidão.

Raros homens, no entanto, compreendem esse imperativo das leis espirituais.

Em geral, o mordomo das possibilidades terrestres, meramente instruído na cultura do mundo, esquiva-se da massa comum, ao invés de ajudá-la.

Explora-lhe as paixões, mantém-lhe a ignorância e costuma roubar-lhe o ensejo de progresso.

Traça leis para que ela pague os impostos mais pesados, cria guerras de extermínio, em que deva concorrer com os mais elevados tributos de sangue.

O sacerdócio organizado, quase sempre, impõe-lhe sombras, enquanto a filosofia e a ciência lhe oferecem sorrisos escarnecedores.

Em todos os tempos e situações políticas, conta o povo com escassos amigos e adversários em legiões.

Acima de todas as possibilidades humanas, entretanto, a multidão dispõe do Amigo Divino.

Jesus prossegue trabalhando.

Ele, que passou no Planeta entre pescadores e proletários, aleijados e cegos, velhos cansados e mães aflitas, volta-se para a turba sofredora e alimenta-lhe a esperança, como naquele momento da multiplicação dos pães.

Lembra-te, meu amigo, de que és parte integrante da multidão terrestre.

O Senhor observa o que fazes.

Não roubes o pão da vida; procura multiplicá-lo.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Vinha de luz. Cap. 6. FEB)

PRECE E OBSESSÃO

PRECE E OBSESSÃO

G – Cap. XIV – Item 46 (*)

A Providência Divina, pelas providências humanas, sustenta o amparo indiscriminado a todas as criaturas, mas estatui a reciprocidade em todos os processos de ação pelos quais a bondade da vida se manifesta.

°°°

Comparemos a prece e a obsessão ao anseio de saber e ao tormento da ignorância.

O professor esclarece o discípulo mas não lhe dispensa a aplicação direta ao ensino.

E se o aluno é surdo-mudo, mesmo assim, para instruir-se, é obrigado a concentrar muitas das possibilidades da visão e da audição nas sutilezas do tato, se quer assimilar o que aprende.

Recorramos, ainda, à lição viva que surge, entre a doença e o remédio. Administrar-se-á medicamento ao enfermo, mas não se pode eximi-lo do concurso necessário. E se o paciente não consegue ou não deve acolher os recursos precisos, através da boca, é constrangido a recebê-los por intermédio dos poros, das veias ou de outros canais do corpo.

°°°

Todo socorro essencial ao veículo físico reclama a participação do veículo físico.

Ninguém extingue a própria fome pelo esôfago alheio.

Assim, também, nas necessidades do espírito,

Na desobsessão, a prece indica a atividade libertadora, no entanto, não exonera o interessado da obrigação de renovar-se pelo serviço e pelo estudo, a fim de que se areje a casa íntima, de vez que todos aqueles que se acumpliciaram conosco, na prática do mal, em existências passadas, somente se transformam para o bem, quando nos identificam o esforço, por vezes difícil e doloroso, da nossa reeducação, na prática do bem.

°°°

Resumindo, imaginemos o irmão obsidiado, ainda lúcido, como sendo prisioneiro da própria mente, convertida então em cela escura e comparemos o socorro espiritual à lâmpada generosa.

Obsessão é o bolo pestífero transformado em caprichoso ferrolho na sombra.

Oração é luz que acende.

A claridade traça a orientação do que se tem a fazer, mas o detento é chamado a tomar a iniciativa do trabalho para libertar a si mesmo, removendo corajosamente o tenebroso foco de atração.

Emmanuel

 

(Xavier, Francisco Cândido; Vieira, Waldo. Pelos espíritos Emmanuel e André Luiz. Opinião espírita. Cap. 18. Uberaba: CEC)

(*) – Abreviatura de A Gênese.

EVANGELHO E ESPIRITISMO

EVANGELHO E ESPIRITISMO

G – Cap. I – Item 41 (*)

Todos aqueles que negam a feição religiosa do Espiritismo, recusando-lhe a posição de Cristianismo Restaurado, decerto, ainda não abarcaram, em considerações mais amplas, a essência evangélica em que se lhe estruturam os princípios, nos mais íntimos fundamentos.

Examinemos, pela rama, alguns dos pontos mais importantes de formação do Testamento Kardequiano: "O Livro dos Espíritos", que se popularizou com mil e dezoito questões, sabiamente explanadas, não obstante os primores filosóficos de que se compõe, é um código de responsabilidade moral, iniciado com duas proposições, acerca de Deus e do Infinito, e rematado com outras duas, que se reportam ao reino de Cristo nos corações e ao reinado do bem, no caminho dos homens.

"O Livro dos Médiuns", volume de metodologia para o intercâmbio entre encarnados e desencarnados, apresenta, de entrada, valiosa argumentação, alusiva à existência do Mundo Espiritual, e reúne, no encerramento, diversas comunicações de individualidades desencarnadas, ao mesmo tempo que nos convida a exame sério e imparcial de todas as mensagens recolhidas do Além, por via mediúnica, salientando-se que a primeira página da seleção exposta começa com significativa advertência de Agostinho: "Confiai na bondade de Deus e sede bastante clarividentes para perceberdes os preparativos da vida nova que ele vos destina".

O Evangelho, segundo o "Espiritismo" abre as próprias elucidações com judicioso apontamento, em torno de Moisés e da Lei Antiga, compendiando, em seguida, os ensinos de Jesus, em todo texto, para concluir, alinhando comovedores poemas de exaltação à prece.

"O Céu e o Inferno", tomo de cogitações francamente religiosas, segundo a definição do título, começa analisando o porvir humano, do ponto de vista espiritual, e termina com o ditado de José, o cego, espírito de evolução mediana que encarece a necessidade do sofrimento no serviço expiatório da consciência culpada e destaca a excelência da reencarnação, na Justiça Divina.

"A Gênese", o livro da Codificação e que enfeixa arrojadas teses de ciência e filosofia, enfileira dezoito capítulos, com mais de cem artigos, dos quais da terça parte se referem exclusivamente a passagens e lições do Divino Mestre, acrescendo notar que a obra principia, aceitando o Espiritismo em sua missão de Consolador Prometido, com a função de explicar e desenvolver as instruções do Cristo, e despede-se com admiráveis reflexões sobre a geração nova e a regeneração da Humanidade.

Cremos de boa fé que todos os companheiros, propositadamente distanciados da tarefa religiosa do Espiritismo, assim procedem, diligenciando imunizar-nos contra a superstição e o fanatismo, que a plataforma libertadora da própria Doutrina Espírita nos obriga a remover, mas, sinceramente, não entendemos a Nova Revelação sem o Cristianismo, a espinha dorsal em que se apoia. Isso acontece, porque, se após dezenove séculos de teologia arbitrária, não chegaríamos a compreender agora, no mundo, o Evangelho e Jesus Cristo, sem Allan Kardec, manda a lógica se proclame que o Espiritismo e Allan Kardec se baseiam em Jesus Cristo, de ponta a ponta.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido; Vieira, Waldo. Pelos espíritos Emmanuel e André Luiz. Opinião espírita. Cap. 60. Uberaba: CEC)

(*) – Abreviatura de A Gênese.