CARTA DE ANO NOVO

CARTA DE ANO NOVO

 

Ano Novo é também a renovação de nossa oportunidade de aprender, trabalhar e servir.

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O tempo, como paternal amigo, como que se reencarna no corpo do calendário, descerrando-nos horizontes mais claros para a necessária ascensão.

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Lembra-te de que o ano em retorno é novo dia a convocar-te para execução de velhas promessas, que ainda não tiveste a coragem de cumprir.

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Se tens algum inimigo, faze das horas renascer-te o caminho da reconciliação.

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Se foste ofendido, perdoa, a fim de que o amor te clareie a estrada para frente.

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Se descansaste em demasia, volve ao arado de tuas obrigações e planta o bem com destemor para a colheita do porvir.

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Se a tristeza te requisita, esquece-a e procura a alegria serena da consciência feliz no dever bem cumprido.

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Novo Ano! Novo Dia! Sorri para os que te feriram e busca harmonia com aqueles que te não entenderam até agora.

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Recorda que há mais ignorância que maldade, em torno de teu destino.

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Não maldigas, nem condenes.

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Auxilia a acender alguma luz para quem passa ao teu lado, na inquietude da escuridão.

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Não te desanimes, nem te desconsoles.

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Cultiva o bom ânimo com os que te visitam, dominados pelo frio do desencanto ou da indiferença.

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Não te esqueças de que Jesus jamais se desespera conosco e, como que oculto ao nosso lado, paciente e bondoso, repete-nos de hora a hora: Ama e auxilia sempre. Ajuda aos outros, amparando a ti mesmo, porque se o dia volta amanhã, eu estou contigo, esperando pela doce alegria da porta aberta de teu coração.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Vida e caminho. São Bernardo do Campo: GEEM) 

Carta de Ano Novo

Carta de Ano Novo

Ano Novo é também oportunidade de aprender, trabalhar e servir.

O tempo, como paternal amigo, como que se reencarna no corpo do calendário, descerrando-nos horizontes mais claros para necessária ascensão.

Lembra-te de que o ano em retorno é novo dia a convocar-te para a execução de velhas promessas que ainda não tivestes a coragem de cumprir.

Se tens inimigos, faze das horas renascer-te o caminho da reconciliação.

Se foste ofendido, perdoa, a fim de que o amor te clareie a estrada para frente.

Se descansaste em demasia, volve ao arado de tuas obrigações e planta o bem com destemor para a colheita do porvir.

Se a tristeza te requisita, esquece-a e procura a alegria serena da consciência tranquila no dever bem cumprido.

Ano Novo! Novo Dia!

Sorri para os que te feriram e busca harmonia com aqueles que te não entenderam até agora.

Recorda que há mais ignorância que maldade em torno de teu destino.

Não maldigas nem condenes.

Auxilia a acender alguma luz para quem passa ao teu lado, na inquietude da escuridão.

Não te desanimes nem te desconsoles.

Cultiva o bom ânimo com os que te visitam dominados pelo frio do desencanto ou da indiferença.

Não te esqueças de que Jesus jamais se desespera conosco e, como que oculto ao nosso lado, paciente e bondoso, repete-nos de hora a hora: Ama e auxilia sempre.

Ajuda aos outros amparando a ti mesmo, porque se o dia volta amanhã, eu estou contigo, esperando pela doce alegria da porta aberta de teu coração.

EMMANUEL

(Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Vida e caminho. São Bernardo do Campo: GEEM)

MESTRE E DISCÍPULO.

MESTRE E DISCÍPULO 

Nasce o Mestre – na manjedoura do coração, sorri divinamente – entre os impulsos sentimentais – Mostra-se à razão – à luz da estrela da fé, desenvolve-se, dia a dia – sob os cuidados da alma, alegra a paisagem mental – renovando a esperança!…

Ainda menino – sobe ao templo do cérebro e fala com simplicidade – confundindo raciocínios doutos. movimenta-se, desde então – no cosmo individual, aproveita sentimentos singelos – como se valeu dos pescadores humildes, e começa o apostolado – da conversão do aprendiz – devolve movimento – ao coração paralítico, restitui a visão – aos olhos enganados, limpa a lepra do mal – ao pensamento invigilante; equilibra-lhe a mente – invadida pelos princípios das trevas, revela-lhe a lei do amor – acima dos códigos humanos, transforma-o, dia a dia – pela divina atuação.

E, quando o mundo inferior se rebela contra o discípulo. Une-se mais a ele – no cenáculo do espírito, dá-lhe instruções baseadas – na submissão a Deus, revela-lhe o mundo maior – glorificando o sacrifício, dilata-lhe a personalidade – exemplificando a renúncia, eleva-lhe a estatura – semeando entendimento…

Atingido o Calvário – das responsabilidades interiores, quando o aprendiz isolado – está sozinho em si mesmo, entre milhões de pessoas, e, o mesmo Senhor – nascido no presepe íntimo, que o ampara – no monte do crânio, concedendo-lhe serenidade – para a cruz dos testemunhos, a fim de que aprenda – em turbilhões de luta, a sofrer – amando, a orar – construindo, a morrer – perdoando, para que em pleno infinito – da ressurreição eterna, haja mais luz divina – sobre as trevas humanas, mais alegria celeste – sobre as dores terrenas, e nova bênção resplandeça – no círculo das criaturas, em favor de nossa redenção – para um mundo melhor.

André Luiz

( Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Antologia mediúnica do natal. FEB).

NA PREPARAÇÃO DO REINO DA LUZ

NA PREPARAÇÃO DO REINO DA LUZ

Chamados a substancializar o Evangelho de Jesus no campo da vida humana, decerto, nós outros, os espíritos encarnados e desencarnados, somos constrangidos a levantar em nós mesmos os alicerces do Reino de Deus, adstritos à verdade de que o Céu começa em nós mesmos.

Em razão disso, os antigos processos de construção palavrosa, através dos quais o verbo, muita vez, pretende superar o nível do exemplo, não podem constituir padrão às nossas atividades.

Também nós possuímos o tesouro do tempo, muito mais expressivo do que a riqueza amoedada, e, por isso, ao invés de criticar o companheiro que padece a obsessão da autoridade e do ouro, será mais justo operar com o nosso próprio trabalho a lição da bondade incessante sem nos perder no vinagre da censura ou do nevoeiro da frase vazia.

Nós, igualmente, guardamos conosco os talentos da fé raciocinada, muito mais sólidos que os da crença vazada em cegueira da alma, competindo-nos, desse modo, não a guerra de revide ou condenação aos que nos esposam os pontos de vista, mas, sim, a prática da tolerância fraterna e da caridade genuína, pelas quais os nossos companheiros de evolução e de experiência consigam ler a mensagem da Vida Maior, abandonando naturalmente as grilhetas da ignorância.

Não nos bastará, dessa forma, a confissão labial da fé como entusiasmo de quem se vê na iminência dos princípios superiores.

É necessário saibamos comungar a esperança e o sofrimento, a provação e a dificuldade dos outros, abençoando os irmãos que nos partilham a marcha e ensinando-lhes, pela cartilha de nossas próprias ações, o caminho renovador, suscetível de oferecer-lhes a bênção da paz.

Sem dúvida, milhões de inteligências se agregam à ilusão e à crueldade, descerrando aos homens resvaladouros calamitosos, preparando o domínio da morte e fortalecendo o poder das trevas, todavia, a nós outros se roga o cérebro e o coração para que o Cristo se manifeste em plenitude de sabedoria e de amor, nas vitórias do espírito, por intermédio das quais a Humanidade ainda na sombra será, finalmente, investida na posse da Eterna Luz.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Alvorada do reino. Cap. 17. São Paulo: IDEAL)

 

NO SERVIÇO DO SENHOR

NO SERVIÇO DO SENHOR

Se aspiras o título de obreiro do Senhor, não olvides que o mundo é um campo imenso de trabalho para a lavoura do bem.

Não esperes facilidades na plantação.

Suportarás, naturalmente, obstáculos e perigos de toda sorte na preparação da colheita futura.

Repare ao redor de ti. Melindre e susceptibilidades são pragas e vermes roedores, destruindo-te a sementeira.

Cólera e irritação constituem granizo e vento arrazando-te as leiras frágeis.

Compromissos com a sombra simbolizam vigorosos cipoais, asfixiando-te os esforços. Indolência e desânimo, são ervas parasitárias, aniquilando-te a produção.

Leviandade e maledicência, representam enxurro e detritos sufocando-te as melhores promessas.

Perversidade e crítica expressam aridez e secura capazes de arruinar-te a esperança.

Lembra, pois, que cada dia é tempo abençoado de trabalhar e não confies a enxada de tua oportunidade à ferrugem da negação.

Recorda que o tempo voa, que tudo se transforma e que a própria Terra, onde se alonga a sua esfera de ação, turbilhona em pleno Céu à procura da perfeita comunhão com a Grande Luz.

Não relaciones desapontamento e mágoas, não te percas nas pedras do caminho e nem te fixes no espinheiro, que te servem por medida à fé e à serenidade.

Se te candidatas a servir com Jesus, tomemo-Lo por nosso padrão vivo e incessante, buscando-Lhe a Vontade para que nossos caprichos sejam esquecidos.

E, pautando nossas atividades sobre as normas que Lhe caracterizaram o exemplo, contemplaremos, ditosos, a colheita farta, a surgir da lama terrestre, colheita essa que nos enriquecerá de bênçãos o celeiro do coração para a Vida Eterna.

Emmanuel

 

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Alvorada do reino. Cap. 1. São Paulo: IDEAL)

Emmanuel e a História

Emmanuel e a História (*)

“À luz significativa da história, observamos muitas vezes, nos seus auxiliares ou instrumentos humanos, as características das vulgaridades terrestres. Alguns foram ditadores de consciências, enérgicos e ferozes no sentido de manter e fomentar a fé; outros, traídos em suas forças e desprezando os compromissos sagrados com o Salvador, longe de serem instrumentos do Divino Mestre, abusaram da própria liberdade, dando ouvidos às forças subversivas da Treva, prejudicando a harmonia geral.”

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“Todos os Apóstolos do Mestre haviam saído do teatro humilde de seus gloriosos ensinamentos; mas, se esses pescadores valorosos eram elevados Espíritos em missão, precisamos considerar que eles estavam muito longe da situação de espiritualidade do Mestre, sofrendo as influências do meio a que foram conduzidos.

Tão logo se verificou o regresso do Cordeiro às regiões da Luz, a comunidade cristã, de modo geral, começou a sofrer a influência do judaísmo, e quase todos os núcleos organizados, da doutrina, pretenderam guardar feição aristocrática, em face das novas igrejas e associações que se fundavam nos mais diversos pontos do mundo.

É então que Jesus resolve chamar o espírito luminoso e enérgico de Paulo de Tarso ao exercício do seu ministério. Essa deliberação foi um acontecimento dos mais significativos na história do Cristianismo. As ações e as epístolas de Paulo tornam-se poderoso elemento de universalização da nova doutrina. De cidade em cidade, de igreja em igreja, o convertido de Damasco, com o seu enorme prestígio, fala do Mestre, inflamando os corações. A princípio, estabelece-se entre ele e os demais Apóstolos uma penosa situação de incompreensibilidade, mas sua influência providencial teve por fim evitar uma aristocracia injustificável dentro da comunidade cristã, nos seus tempos inesquecíveis de simplicidade e pureza.“

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“A atuação do mundo espiritual proporciona à história humana a perfeita caracterização da alma coletiva dos povos. Como os indivíduos, as coletividades também voltam ao mundo pelo caminho da reencarnação.”

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“Um modesto escorço da História faz entrever os laços eternos que ligam todas as gerações nos surtos evolutivos do planeta. Muita vez, o palco das civilizações foi modificado, sofrendo profundas renovações nos seus cenários, mas os atores são os mesmos, caminhando, nas lutas purificadoras, para a perfeição d’Aquele que é a Luz do princípio.”

Emmanuel

(*) Trechos da obra: Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. A caminho da luz. Cap. IX, XIV, XIX, XXV. FEB.

Em família

Em família

A família consanguínea é lavoura de luz da alma, dentro da qual triunfam somente aqueles que se revestem de paciência, renúncia e boa vontade.

De quando a quando, o amor nos congrega, em pleno campo da vida, regenerando-nos a sementeira do destino.

Geralmente, não se reúnem a nós os companheiros que já demandaram a esfera superior dignamente aureolados por vencedores, e sim afeiçoados menos estimáveis de outras épocas, para restaurarmos o tecido da fraternidade, indispensável ao agasalho de nossa alma, na jornada para os cimos da vida.

Muitas vezes, na condição de pais e filhos, cônjuges ou parentes, não passamos de devedores em resgate de antigos compromissos.

Se és pai, não abandones teu filho aos processos evolutivos da natureza animal, qual se fora menos digno de atenção que a hortaliça de tua casa.

A criança é um trato de terra espiritual que devolverá o que aprende, invariavelmente, de acordo com a sementeira recebida.

Se és filho, não desprezes teus pais, relegando-os ao esquecimento e subestimando-lhes os corações, como se estivessem em desacordo com os teus ideais de elevação e nobreza, porque também, um dia, precisarás da alheia compreensão para que se te aperfeiçoe na individualidade a região presentemente menos burilada e menos atendida.

A criatura no ocaso da existência é o espelho do teu próprio futuro na Terra.

Aprende a usar a bondade, em doses intensivas, ajustando-a ao entendimento e à vigilância para que a tua experiência em família não desapareça no tempo, sem proveito para o caminho a trilhar.

Quem não auxilia alguns não se acha habilitado ao socorro de muitos.

Quem não tolera o pequeno desgosto doméstico, sabendo sacrificar-se com espontaneidade e alegria, a benefício do companheiro de tarefa ou de lar, debalde se erguerá por salvador de criaturas e situações que ele mesmo desconhece.

Cultiva o trabalho constante, o silêncio oportuno, a generosidade sadia e conquistarás o respeito dos outros, sem o qual ninguém consegue ausentar-se do mundo em paz consigo mesmo.

Se não praticas no grupo familiar ou no esforço isolado a comunhão com Jesus, não te demores a buscar-lhe a vizinhança, a inspiração e a diretriz.

Não percas o tesouro das horas em reclamações improfícuas ou destrutivas.

Procura entender e auxiliar todos em casa, para que todos em casa te entendam e auxiliem na luta cotidiana, tanto quanto lhes seja possível.

O lar é o porto de onde a alma se retira para o mar alto do mundo, e quem não transporta no coração o lastro da experiência dificilmente escapará ao naufrágio parcial ou total.

Procura a paz com os outros ou a sós.

Recorda que todo dia é dia de começar.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Família. Cap. 1. São Paulo: CEU)

O povo e o Evangelho

O povo e o Evangelho

“E não achavam meio de lhe fazerem mal, porque todo o povo pendia para ele, escutando-o.” (Lucas, 19:48.)

A perseguição aos postulados do Cristianismo é de todos os tempos.

Nos próprios dias do Mestre Divino, nos círculos carnais, já se exteriorizavam hostilidades de todos os matizes contra os movimentos da iluminação cristã.

Em todas as ocasiões, no entanto, tem sido possível observar a gravitação do povo para Jesus. Entre Ele e a multidão, nunca se extinguiu o poderoso magnetismo da virtude e do amor.

Debalde surgem medidas draconianas da ignorância e da crueldade, em vão aparecem os prejuízos eclesiásticos do sacerdócio, quando sem luz na missão sublime de orientar; cientistas presunçosos, demagogos subornados por interesses mesquinhos, clamam nas praças pela consagração de fantasias brilhantes.

O povo, porém, inclina-se para o Cristo, com a mesma fascinação do primeiro dia.

Indiscutivelmente, considerados num todo, achamo-nos ainda longe da união com Jesus, em sentido integral.

De quando em quando, a turba experimenta pavorosos desastres. Tormentas de sangue e lágrimas varrem-lhe os caminhos.

A claridade do Mestre, contudo, acena-lhe à distância. Velhos e crianças identificam-lhe o brilho santificado.

Os políticos do mundo formulam mil promessas ao espírito das massas; raras pessoas, entretanto, se interessam por semelhantes plataformas.

Os enunciados do Senhor, todavia, em cada século se renovam, sempre mais altos para a mente popular, traduzindo consolações e apelos imortais.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Vinha de luz. Cap. 47. FEB)

KARDEC, OBRIGADO

KARDEC, OBRIGADO

Kardec, enquanto recebes as homenagens do mundo, pedimos vênia para associar nosso preito singelo de amor aos cânticos de reconhecimento que te exaltam a obra gigantesca ns domínios da libertação espiritual.

Não nos referimos aqui ao professor emérito que foste, mas ao discípulo de Jesus que possibilitou o levantamento das bases do Espiritismo Cristão, cuja estrutura desafia a passagem do tempo.

Falem outros dos títulos de cultura que te exornavam a personalidade, do prestígio que desfrutavas na esfera da inteligência, do brilho de tua presença nos fastos sociais, da glória que te ilustrava o nome, de vez que todas as referências à tua dignidade pessoal nunca dirão integralmente o exato valor de teus créditos humanos.

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Reportar-nos-emos ao amigo fiel do Cristo e da Humanidade, em agradecimento pela coragem e abnegação com que te esqueceste para entregar ao mundo a mensagem da Espiritualidade Superior. E, rememorando o clima de inquietações e dificuldades em que, a fim de reacender a luz do Evangelho, superaste injúria e sarcasmo, perseguição e calúnia, desejamos expressar-te o carinho e a gratidão de quantos edificaste para a fé na imortalidade e na sabedoria da vida.

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O Senhor te engrandeça por todos aqueles que emancipaste das trevas e te faça bendito pelos que se renovaram perante o destino à força de teu verbo e de teu exemplo!… Diante de ti, enfileiram-se, agradecidos e reverentes, os que arrebataste à loucura e ao suicídio com o facho da esperança; os que arrancaste ao labirinto da obsessão com o esclarecimento salvador; os pais desditosos que se viram atormentados por filhos insensíveis e delinqüentes, e os filhos agoniados que se encontraram na vala da frustração e do abandono pela irresponsabilidade dos pais em desequilíbrio e que foram reajustados por teus ensinamentos, em torno da reencarnação; os que renasceram em dolorosos conflitos da alma e se reconheceram, por isso, esmagados de angústia nas brenhas da provação, e os quais livraste da demência, apontando-lhes as vidas sucessivas; os que se acharam arrasados de pranto, tateando a lousa na procura dos entes queridos que a morte lhes furtou dos braços ansiosos, e aos quais abriste os horizontes da sobrevivência, insuflando-lhes renovação e paz, na contemplação do futuro; os que soergueste do chão pantanoso do tédio e do desalento, conferindo-lhes, de novo, o anseio de trabalhar e a alegria de viver; os que aprenderam contigo o perdão das ofensas e abençoaram, em prece, aqueles mesmos companheiros da Humanidade que lhes apunhalaram o espírito, a golpes de insulto e de ingratidão; os que te ouviram a palavra fraterna e aceitaram com humildade a injúria e a dor por instrumento de redenção; e os que desencarnaram incompreendidos ou acusados sem crime, abrançando-te as páginas consoladoras que molharam com as próprias lágrimas…

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Todos nós, o que levantaste do pó da inutilidade ou do fel do desencanto para as bênçãos da vida, estamos também diante de ti!…

E, identificandonos na condição dos teus mais apagados admiradores e com os últimos dos teus mais pobres amigos, comovidamente, em tua festa, nós te rogamos permissão para dizer:

“Kardec, obrigado!… Muito obrigado!”…

Irmão X

(página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em homenagem, ao aniversário de Allan Kardec)

De: Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Irmão X. Histórias e anotações. Catanduva: Boa Nova, 2010..

ESPIRITISMO E EVANGELHO

ESPIRITISMO E EVANGELHO

Decididamente, o Espiritismo é o movimento libertador das consciências em sua gloriosa tarefa de reestruturar o mundo.

A princípio, a ciência experimentou-o. m seguida, a filosofia codificou-lhe os princípios.

Agora, porém, urge cristianizar-lhe os princípios.

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Não basta desvelar o horizonte, nem doutrinar a multidão para a grande jornada. É imperioso traçar um roteiro de trabalho e cumpri-lo, para que não alcancemos a eminência do monte, desconhecendo a luz e a grandeza do serviço que nos cabe desenvolver, junto dela.

Eis porque, na curva descendente da civilização em que vivemos, clamamos pelo cultivo da Sementeira Divina do próprio homem, para que se lhe desate no coração a sagrada herança de amor e sabedoria.

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A hora é naturalmente grave pelas nuvens de incompreensão que turvam os dias porvindouros.

Não nos cansaremos de repetir a advertência, porque o sábio da desintegração atômica ainda se acha envenenado pelo vírus da hegemonia política; a inteligência que se eleva com asas metálicas à imensidão do firmamento estuda os processos mais eficazes de operar a destruição em baixo, e o raciocínio que escreve páginas comovedoras nem sempre se levanta para o idealismo superior.

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Antigamente, o laboratório poderia pesquisar sozinho e a academia justificava a exclusividade do ministério da discussão. Hoje, contudo, meus amigos, a Doutrina Consoladora exige a aliança de todos os valores para que o cérebro e o coração permaneçam a serviço do Cristo, na obra da fraternidade e da paz.

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Em verdade, nenhum de vós outros alegará desconhecimento, com respeito às tempestades renovadoras que se aproximam. Ninguém pode prever o curso da negra torrente do ódio e da incomp reensão no Planeta, em face do movimento apocalíptico que esboça nos caminhos do mundo…

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Em razão disso, a meditação com aproveitamento das horas, na construção dos alicerces do Terceiro Milênio, constitui imperativo fundamental do esforço moderno em todos os bastidores espiritualistas da atualidade.

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É necessário estender mais luz em derredor da senda humana.

O Espiritismo descortina. O Evangelho, contudo, orienta.

O Espiritismo informa. O Evangelho, todavia, ilumina.

O Espiritismo entusiasma. O Evangelho, porém, santifica.

O Espiritismo leciona. 11 O Evangelho, no entanto, define.

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É imperioso enfrentar o problema de nossa própria luta regenerativa para que a renovação interior se processe segura e definitiva.

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Nos primórdios da Causa, era natural que a pergunta sistematizada e o conflito verbal dominassem as fontes da revelação, mas nos tempos que correm é imprescindível que o manancial do bem dimane cristalino do centro de nós mesmos a benefício do mundo.

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Antes do conhecimento iluminativo, compreendia-se o impulso com que nos abeirávamos do Plano Superior, sentindo-nos famintos da graça e esperando que o Senhor no-la dispensasse, à maneira de um rei terrestre em sua carruagem de púrpura e flores, cercada de mendigos.

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Entretanto, nos dias abençoados que vos assinalam a experiência purificadora, é indispensável preparar a acústica do ser, para que ouçamos a voz do Céu, que nos pede o coração de modo a consagra-lo ao serviço redentor da Humanidade.

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Assim, pois, meus amigos, indagando ou ensinando, crendo ou investigando, estudando ou discutindo, não nos esqueçamos, em Jesus, da religião do sacrifício, com a inteligência evangelizada, convertendo as nossas mãos pelo trabalho incessante, na fraternidade e na sublimação do mundo, em asas de sabedoria e de amor para a Vida Imortal.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Doutrina de luz. São Bernardo do Campo: GEEM)