Apelo à vida em mensagem
Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)
Interessante e oportuna mensagem surgiu em alusão ao lema "Liberdade, igualdade, fraternidade" e evocando momento histórico francês:
“Neste 14 de julho, lembramos a pátria francesa que, nesta data, comemora a libertação do antigo regime. Um bom fruto da Revolução Francesa foi a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que quase um século e meio mais tarde, inspirou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, pela ONU. Neste importante documento, em destaque está o direito à vida. Na Pátria do Cruzeiro, que alberga muitos antigos atores da Revolução Francesa, o direito à vida, a reencarnar, não pode ser abalado. Somos todos iguais, filhos do mesmo Pai e, a partir da experiência reencarnatória, voltamos à arena das formas, numa oportunidade valiosa, a nós concedido pelo mesmo soberano Senhor. Vivamos sob esse estandarte, o da valorização da vida, fazendo, quando convidados a nos pronunciarmos, a mesma profissão de fé, em favor da vida, sempre. Que Deus nos abençoe e nos fortaleça. Antonie, servidor da falange do rei São Luís, de França. (Mensagem psicografada por Hélio Ribeiro Loureiro, no dia 14/07/24, durante visita ao Grupo Espírita “Luz e Vida”, em Cachoeiras de Macacu, RJ).”
Na oportunidade, destacamos o alerta espiritual sobre “o direito à vida, a reencarnar”.
A mídia tem informado sobre os embates políticos em vários países com o objetivo de se liberar aborto.
Em nosso país, há discussões em níveis legislativo e jurídico para se ampliar consideravelmente a legalização do aborto, além de limites já previstos na legislação brasileira.
Documentos e manifestações em defesa da vida em todas suas etapas, desde a concepção até à morte natural, vieram à tona chancelados pelo Conselho Federativo Nacional da FEB, durante as gestões de Juvanir Borges, Nestor Masotti e na nossa gestão, como: “Em defesa da vida” e “Viver em Família”; incluindo a edição de opúsculos em conjunto com as Associações Médico Espírita e a de Magistrados Espírita; parcerias em ações com a Associação Jurídico Espírita; com o Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto, gerando manifestações públicas e enormes Marchas em vários Estados; e, visitas a dirigentes das três esferas federais de poder (Carvalho, Antonio Cesar Perri. Pelos caminhos da vida. Memória e reflexões. Ed.Cocriação, 2021. 632p).
Esse tema precisa ser revigorado.
Em O livro dos espíritos já se definia: “Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem? – O de viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal” (questão 880). A certeza de que somos espíritos reencarnados e em processo de educação favorece a compreensão da oportunidade da vida corpórea e do cultivo dos valores espirituais.
A vasta literatura advinda com a psicografia de Chico Xavier é extremamente rica de esclarecimentos. O espírito André Luiz define com clareza o valor da vida corpórea e que podem ser sintetizados em dois comentários: “O corpo é o primeiro empréstimo recebido pelo Espírito trazido à carne” (Conduta Espírita, Cap. 34. FEB); “[…] temos necessidade da luta que corrige, renova, restaura e aperfeiçoa. A reencarnação é o meio, a educação divina é o fim” (livro Missionários da Luz, cap. 12, FEB).
A partir dessas fundamentações cristãs e espíritas, torna-se interessante considerarmos o que representa o Espírito nos contextos íntimo e social; o equilíbrio entre corpo/espírito e melhores condições de vida. Esta última também inclui, evidentemente, o respeito com o corpo físico e a valorização da vida corpórea. Aí se inserem as medidas preventivas para se evitar quaisquer formas de interrupção da vida, incluindo o suicídio (direto e indireto), as enfermidades e também aquelas que favoreçam o diagnóstico precoce de doenças, evitando-se que elas sejam reconhecidas apenas em situações tardias e danosas.
Daí a conclamação da recente mensagem espiritual:
“Vivamos sob esse estandarte, o da valorização da vida, fazendo, quando convidados a nos pronunciarmos, a mesma profissão de fé, em favor da vida, sempre”.
(*) Foi presidente da USE-SP, diretor e presidente da FEB.