95 anos da conversão de Chico Xavier

95 anos da conversão de Chico Xavier

Antonio Cesar Perri de Carvalho

No dia 07 de maio completou-se 95 anos do início do processo acelerado de conversão de Chico Xavier.

Embora médium natural desde os cinco anos de idade Chico Xavier chegou a ser chamado “menino aluado” pela sua madrinha, nos primeiros contatos que ele mantinha com sua mãe desencarnada Maria João de Deus.(1)

Fato histórico aconteceu na casa da família Xavier, em Pedro Leopoldo, no dia 07 de maio de 1927, para o atendimento da jovem Maria da Conceição Xavier, uma das irmãs mais velhas de Chico e que se encontrava obsidiada. O casal de médiuns Carmem e José Hermínio Perácio lá compareceu e o jovem Chico, com 17 anos de idade e católico praticante, acompanhou as leituras, prece e passe para o atendimento de sua irmã. No final, o espírito Maria João de Deus enviou recado ao filho Chico: “Os livros à nossa frente são dois tesouros de luz”, referindo-se a “O Livro dos Espíritos” e “O Evangelho segundo o Espiritismo” que o casal visitante deixava naquele lar.(1)

Chico leu avidamente as duas obras de Kardec e poucos dias depois estava convencido do magistral conteúdo e no dia 21 de junho de 1927 juntamente com irmãos e amigos fundava o Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo. Logo depois, no dia 08 de julho de 1927 psicografou uma mensagem pela primeira vez, assinada “um espírito amigo”.(1,2)

Em “Palavras minhas” na abertura do livro pioneiro “Parnaso de Além Túmulo” o próprio médium relata seus percalços iniciais até o contato com o casal Perácio.

Em julho de 2010, aproveitando compromissos nossos na Semana Chico Xavier no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo, fomos a Sabará (MG) levados por Wagner Gomes Paixão e acompanhado de nossa esposa Célia Maria Rey de Carvalho e do filho Flávio Rey de Carvalho. Contando com carinhosa recepção entrevistamos Sidália juntamente com seu irmão Paulo Pedro Pena, filhos de Maria da Conceição Xavier. Os irmãos Sidália e Paulo nos relataram fatos marcantes da dedicação da genitora deles ao Espiritismo, as dificuldades dela e de familiares. Visitamos as obras fundadas por Maria da Conceição e seu marido em Sabará. Logo depois publicamos uma entrevista na revista “Reformador”, com o casal de filhos de Maria da Conceição.(2)

Carlos Alberto Braga Costa elaborou detalhada e bem documentada pesquisa sobre a família Xavier, priorizando Maria da Conceição Xavier Pena (1907-1980), seus familiares, obras que fundaram em Sabará e as relações de Chico Xavier com essa irmã. Tivemos a honra de prefaciar esse livro histórico.(3)

Assim, destacamos que a genitora desencarnada de Chico indicou o roteiro novo ao filho.

A partir do dia 07 de maio de 1927 iniciava-se a missão do notável médium de nossa Civilização e com ações céleres, pois num período de 60 dias Chico Xavier leu os “tesouros” – as duas obras citada de Allan Kardec, efetivou-se a fundação do Centro Espírita Luiz Gonzaga, de Pedro Leopoldo, e ali ocorreu sua primeira psicografia.

Referências:

1) Gama, Ramiro. Lindos casos de Chico Xavier. 19ª ed. São Paulo: LAKE. 214p.

2) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Chico Xavier. O homem, a obra e as repercussões. 1.ed. Capivari: EME; São Paulo: USE-SP. 2019. 224p.

3) Costa, Carlos Alberto Braga. Chico Xavier. Do calvário à redenção. Combatentes pacíficos. 1.ed. Capivari: EME. 2019. 272p.

Guerra e paz

Guerra e paz

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Nos últimos meses o mundo acompanha estarrecido o que seria inimaginável nesse século: a invasão de um país com terríveis atrocidades. Há tentativas de justificativas e falas diplomáticas, mas é evidente o desrespeito à soberania de um país e a direitos e valores humanos.

Em meio a um turbilhão de pensamentos para se buscar a explicação espiritual sobre o triste episódio de nossos tempos, veio à nossa mente a trajetória do destacado literato russo Lev Nikolaievitch Tolstoi, conhecido apenas como Leon Tolstoi (1828-1910). Esse carismático escritor tornou-se conhecido com seu romance Guerra e paz, onde focaliza a invasão da Rússia por Napoleão Bonaparte, entremeando enredo de amores e aventuras de alguns personagens. Inicialmente foi publicado em série em periódico entre 1865 e 1869. Torna-se interessante pinçarmos alguns lances da linha de pensamento desenvolvida por Tolstoi.

Os analistas do escritor comentam que na década de 1870, ele viveu uma profunda crise moral, em seguida caminhando para interesses espirituais. No romance Ressurreição (1899) defende idéias ligadas à justiça social, fundamentando-se em filosofia econômica do intelectual Henry George. Tolstoi critica a injustiça das leis humanas e as posições falsas e hipócritas das igrejas cristãs. Sua vida foi marcada por protagonismos políticos e religiosos e nos seus últimos anos defendia o amor e a não-violência. Seria uma resistência ou ação não violenta para se atingir uma meta sociopolítica através de protestos simbólicos, de não cooperação econômica ou política, até a desobediência civil, mas sem o uso da violência. Tolstoi baseia-se em frase de Cristo sobre o oferecimento da “outra face”, para se evitar a violência e a vingança.

Nessa nova etapa de sua existência, deteve-se no estudo do Sermão da Montanha e se transformou numa espécie de anarquista cristão e pacifista. Ao longo de sua vida na conturbada Rússia dos Czares, claramente se nota uma evolução na sua visão sobre a sociedade.

No fundo procurava entender a essência da “lei áurea” ensinada pelo Cristo. Como espírito liberto, utilizando a mediunidade de Yvonne do Amaral Pereira, elaborou a obra Ressurreição e vida1, publicada em 1964. O autor espiritual desenvolve seis contos ou mini-romances, que seriam reais, ambientados na Rússia dos czares Romanov. A temática ressurreição é tratada em referência às aparições de Jesus. Destacamos que o autor espiritual acrescenta ao título de sua obra como encarnado Ressurreição, o verbete “vida”, no sentido amplo de vida espiritual.

Nessa obra mediúnica, o espírito Tolstoi realça que apenas uma sólida educação moral-intelectual com base nos ensinos de Jesus poderá encaminhar o homem para o cultivo das virtudes e relata o encontro espiritual com um luminar do cristianismo e a aceitação de seus ensinos:

“Foi esse um dos mestres que encontrei aquém do túmulo. Seus ensinamentos, os exemplos de ternura em favor do próximo, que me deu, revigoraram minhas forças. Sob seus conselhos amorosos orientei-me, dispondo-me a realizações conciliadoras da consciência. E se tu, meu amigo, desejas encontrar aquele reino de Deus de que Jesus dá notícias, ama os desgraçados! Cada lágrima que enxugares em seus olhos, cada conselho bom que dispensares ao pobre desarvorado da vida é mais um passo que darás em direção a esse reino que, finalmente, encontrarás dentro do teu próprio coração, que assim aprendeu o cumprimento da suprema Lei: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo…”1 Trata-se de uma alusão a registros de Mateus (22, 37-39).

As ideias de Tolstoi sobre não-violência e, depois, do “lado de lá”, são claramente vinculadas ao amor ao próximo e oferecem subsídios para algumas considerações doutrinárias sobre os preocupantes episódios da atualidade.

Torna-se oportuna a fundamentação em trechos das obras básicas de Allan Kardec. Em O livro dos espíritos há o esclarecimento porque o homem é impelido à guerra:

“Predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e transbordamento das paixões. No estado de barbaria, os povos um só direito conhecem — o do mais forte. Por isso é que, para tais povos, o de guerra é um estado normal. À medida que o homem progride, menos frequente se torna a guerra…”2

“Que se deve pensar daquele que suscita a guerra para proveito seu? – Grande culpado é esse e muitas existências lhe serão necessárias para expiar todos os assassínios de que haja sido causa, porquanto responderá por todos os homens cuja morte tenha causado para satisfazer à sua ambição.”2

O espírito Francisco Xavier deixa claro em O evangelho segundo o espiritismo:

“Quando a caridade regular a conduta dos homens, eles conformarão seus atos e palavras a esta máxima:

‘Não façais aos outros o que não quiserdes que vos façam.’ Verificando-se isso, desaparecerão todas as causas de dissensões e, com elas, as dos duelos e das guerras, que são os duelos de povo a povo”.3

Após a citação dessas obras do Codificador, destacamos que habitamos um mundo chamado de provas e expiações, onde ocorrem constantes embates entre luz e trevas. Há muitas expectativas, mas o mundo de regeneração se estabelecerá com um longo processo de transformação.

Essa caminhada – com uma cultura de paz – começa pela transformação do indivíduo e a profilaxia das várias formas de violência (verbal, física, social e vibratória), mas precisa ser elaborada desde os lares – alicerces da sociedade -, nas instituições de ensino, nas relações sociais em geral para que reflitam nas propostas, ações e decisões político-partidárias. A não-violência deve ser cultivada desde as bases da sociedade.

Referências:

1) Pereira, Yvonne Amaral. Pelo espírito Léon Tolstoi. Ressurreição e vida. Cap. Conclusão. Brasília: FEB.

2) Kardec, Allan. Trad. Ribeiro, Guillon. O livro dos espíritos. Q. 742-745. Brasília: FEB.

3) Kardec, Allan. Trad. Ribeiro, Guillon. O evangelho segundo o espiritismo. Cap.XII, item 14. Brasília: FEB.

Nota:

Síntese de artigo “O amor e a não-violência”, do mesmo autor, publicado na revista digital A Senda, da FEEES, maio-junho de 2022. Acesse a revista pelo link(copie e cole): https://www.feees.org.br/revista-senda/a-senda-maio-junho-2022/

Mães em livros de Chico Xavier

Mães em livros de Chico Xavier

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Pela passagem do “dia das mães”, focalizamos informações e trechos de algumas obras psicografadas por Chico Xavier. Na realidade o tema é desenvolvido em vários estilos e por diversos autores espirituais em muitos livros do médium.

De início, destacamos episódios sobre sua mãe, Maria João de Deus, desencarnada aos 29/09/1915 quando Chico tinha apenas cinco anos de idade. Muitos relatos existem sobre os momentos difíceis vividos pela criança que era médium natural e via e ouvia sua mãe, sempre ameaçado e punido pela madrinha Rita que o considerava um “menino aluado”. Até que seu pai casou-se com Cidália Batista, que reuniu todos os filhos do marido e Chico a considerou um “anjo bom”.(1)

Fato histórico aconteceu na casa da família Xavier, em Pedro Leopoldo, no dia 07 de maio de 1927, para o atendimento da jovem Maria da Conceição Xavier que se encontrava obsidiada. O casal de médiuns Carmem e José Hermínio Perácio lá compareceu e o jovem Chico, com 17 anos de idade e católico praticante, acompanhou as leituras, prece e passe para o atendimento de sua irmã. No final, o espírito Maria João de Deus enviou recado ao filho Chico: “Os livros à nossa frente não dois tesouros de luz”, referindo-se a “O Livro dos Espíritos” e “O Evangelho segundo o Espiritismo” que o casal visitante deixava naquele lar. Chico leu avidamente as duas obras de Kardec e poucos dias depois estava convencido do magistral conteúdo e no final de junho de 1927 juntamente com irmãos e amigos fundava o Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo.(1)

A genitora desencarnada de Chico indicou o roteiro novo ao filho. Iniciava-se a missão do maior médium de nossa Civilização.

No ano de 1935 vinha a lume a obra “Cartas de uma morta”, do espírito Maria João de Deus, editado pela LAKE de São Paulo. Esse histórico segundo livro psicografado por Chico tem sua mãe como autora espiritual. Ela descreve vários momentos de sua situação espiritual e apresenta diversos aspectos do mundo dos Espíritos, chegando até a descrição sobre o planeta Marte.(2)

Entre muitas produções psicográficas de Chico Xavier no ano de 1971, surge a de número 108 – “Mãe” -, uma antologia mediúnica publicada pela Casa Editora O Clarim.(3) Nessa obra foram reunidas dezenas de mensagens psicografadas pelo médium e assinadas por diversos espíritos. Em “Mãe”, Wallace Valentim Rodrigues assina substancioso prefácio historiando a origem da comemoração do “dia das mães”, idealizado pela americana Anna Jarvis.

O espírito Meimei faz a apresentação espiritual: “Mãezinha. Enquanto o mundo te adorna a presença com legendas sublimes, abrilhantando-te o nome, quis trazer-te a homenagem de meu reconhecimento e de meu carinho, segundo as dimensões de tua bondade, e te rememorei os sacrifícios… – se te posso entregar algo mais, deixa que te oferte o meu próprio coração, neste livro de ternura, por dádiva singela de minha confiança e carinho, num ramalhete de amor. Uberaba, 01 de março de 1.971”. (3)

Dessa Antologia Mediúnica destacamos alguns trechos. O espírito Maria João de Deus homenageia Celina, da equipe de Maria: “Quando elevamos ao céu nosso olhar suplicante, há para todos nós, os que se afligem na provação, uma carinhosa e compassiva Mãe que nos ampara e consola… Compadece-se de nossa dor, contempla-nos com misericórdia e manda-nos então o anjo da sua bondade, para balsamizar nossos padecimentos… É Celina, a suave mensageira da Virgem, a Mãe de todas as mães, o gênio tutelar da humanidade sofredora…” (3)

Sempre terna, Maria Dolores anota: “Entretanto, meu Deus, mais do que tudo, agradeço-te em prece enternecida O regaço materno que me trouxe para a glória da vida!… Em tudo, em todo o tempo e em toda a parte, sê bendito, Senhor, Pela santa Mãezinha que me deste, me tesouro de amor!” (3)

André Luiz alerta: “Mães da Terra! Mães anônimas! Sois vasos eleitos para a luz da reencarnação! Por maiores se façam os suplícios impostos à vossa frente, não recuseis vosso augusto dever, nem susteis o hálito do filhinho nascente – esperança do Céu a repontar-vos do peito!… Não surge o berço em vosso coração por acaso.” (3)

Notável orientador, Emmanuel pondera: “Quando te vejas, diante de filhos crescidos lúcidos, erguidos à condição de dolorosos problemas do espírito, recorda que são eles credores do passado a te pedirem o resgate de velhas contas. Busca auxiliá-los e sustentá-los com abnegação e ternura, ainda que isso te custe todos os sacrifícios, porque, no justo instante em que a consciência te afirme tudo haveres efetuado 129 para enriquecê-los de educação e trabalho, dignidade e alegria, terás conquistado em silêncio, o luminoso certificado de tua própria libertação.” (3)

Sempre poeta, Bittencourt Sampaio refere-se a Maria: “Filhas da terra, mães, irmãs, esposas,/ No turbilhão dos homens e das cousas,/ Imitai-A no dor do vosso trilho!…/ Não conserveis do mundo o brilho e as palmas,/ E encontrareis no íntimo das almas, A alegria do reino de Seu Filho!” (3)

Nessa síntese fica clara a relação amorosa e orientadora de Maria João de Deus com o filho e este, como psicógrafo, sendo intermediário de esclarecimentos sobre o papel das mães na ótica espiritual.

Referências:

1) Gama, Ramiro. Lindos casos de Chico Xavier. 19ª ed. São Paulo: LAKE. 214p.

2) Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Maria João de Deus. Cartas de uma morta. 9ª ed. São Paulo: LAKE. 86p.

3) Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Mãe. Antologia mediúnica. 3ª ed. Matão: O Clarim. 224p.

Datas espíritas marcantes de abril

Datas espíritas marcantes de abril

Antonio Cesar Perri de Carvalho

O mês de abril assinala algumas efemérides marcantes para o movimento espírita.

Eis algumas datas significativas:

2 de abril:

No ano de 1910 nasceu Francisco Cândido Xavier, em Pedro Leopoldo (MG) que veio a desempenhar inigualável missão devotado à mediunidade, ao próximo e ao bem.

11 de abril:

Na cidade do Rio de Janeiro desencarnava o dr. Adolfo Bezerra de Menezes, no ano de 1900, o marcante líder espírita do século XIX e presidente da FEB.

12 de abril:

Desencarnava em Tours (França), no ano de 1927, Léon Denis, um autêntico continuador de Allan Kardec e consolidador do movimento espírita francês.

13 de abril:

Nascia no ano de 1879 em João Pessoa (Pb), Leopoldo Cirne, destacado presidente da FEB.

15 de abril:

Em Paris, no ano de 1864, Allan Kardec lançava “Imitação do Evangelho segundo o Espiritismo”, depois designado “O Evangelho segundo o Espiritismo”.

18 de abril: Allan Kardec lançava em Paris “O Livro dos Espíritos”, marco inaugural do Espíritismo, no ano de 1857.

Interessantes são as relações entre os vultos lembrados com essas duas obras básicas do Codificador.

Chico Xavier leu as duas obras aos 17 anos de idade em seguida ao atendimento do casal Perácio à sua irmã Maria da Conceição. Mais tarde Emmanuel recomendou que ele sempre fosse fiel a Jesus e a Kardec. Em todas as reuniões públicas nos Centros de Pedro Leopoldo e Uberaba, Chico as iniciava com a leitura de “O Livro dos Espíritos” e “O Evangelho segundo o Espiritismo”.

Bezerra de Menezes e mais intensamente Leopoldo Cirne estimularam estudos e palestras sobre esses livros na FEB.

Léon Denis escreveu várias obras aprofundando temas desses livros e sempre foi extremamente fiel a Kardec.

Muito oportuna a mensagem intitulada “Unificação”, de autoria do espírito Bezerra de Menezes e psicografada por Chico Xavier no ano de 1963. Destacamos um trecho:

“Seja Allan Kardec, não apenas crido ou sentido, apregoado ou manifestado, a nossa bandeira, mas suficientemente vivido, sofrido, chorado e realizado em nossas próprias vidas. Sem essa base é difícil forjar o caráter espírita-cristão que o mundo conturbado espera de nós pela unificação.”

Bezerra de Menezes – 122 anos da partida espiritual

Bezerra de Menezes – 122 anos da partida espiritual

Antonio Cesar Perri de Carvalho (1)

No dia 11 de abril de 1900 desencarnava o dr. Adolfo Bezerra de Menezes, no Rio de Janeiro. Foram alguns meses de situação terminal após sofrer um acidente vascular cerebral.

A vida de Bezerra de Menezes foi extremamente profícua de realizações em favor do cidadão do século XIX. Era um vulto extremamente conhecido e respeitado na então capital do país, a cidade do Rio de Janeiro.

A trajetória frutífera de Adolfo Bezerra de Menezes (1831-1900) foi detalhada na portentosa pesquisa sobre sua vida e obra, o recente livro “Bezerra de Menezes: o homem, seu tempo e sua missão”, de autoria de Luciano Klein.

Bezerra se envolveu de maneira dedicada em diferentes frentes de atuação, protagonizando lances que o diferenciavam no século XIX, pelo amor vivido em cada atitude, a bem de todos, como médico, político, empresário, pesquisador/cientista, escritor, tradutor e biógrafo.

O novo livro com mais mil páginas detalha várias nuances da dedicada atuação de Bezerra junto à população em geral e surgem informações inéditas fundamentadas em pesquisas e reproduções da imprensa do Rio de Janeiro, do século XIX. A pesquisa de Luciano Klein contribui com subsídios para a compreensão da atuação de Bezerra. Além de ser o médico extremamente dedicado e detentor do diploma oficial de “Médico dos Pobres”, o vulto nobre exerceu ações político-partidárias, parlamentares e executivas nos períodos do Império e início da República.

Aliás esse conjunto de atividades ocupou Bezerra durante a maior parte de sua existência, pois a conversão ao Espiritismo e sua atuação como espírita se desenvolveram nos últimos 13 anos de sua vida. Inclusive Bezerra exerceu atividades político-partidárias até concomitante aos seus encargos espíritas.

Além da leitura de "O livro dos espíritos", os contatos com médiuns na fase prévia à sua conversão ao Espiritismo foram marcantes, inclusive o tratamento espiritual do filho, Adolfo Júnior, alvo de obsessão e tratado por médiuns espíritas, fato motivador para a pesquisa de Bezerra que gerou a obra “A Loucura sob novo Prisma”. Esse livro de Bezerra, que muito apreciamos, foi inicialmente editado pelos seus filhos em 1920, e, posteriormente pela FEB em 1946.

Na última década de existência, Bezerra manteve relações com lideranças espíritas inclusive na então novel Federação Espírita Brasileira, da qual foi presidente em duas oportunidades (1889-1890 e 1895-1900) e vice-presidente (1890-1891). Bezerra enfrentou muitas resistências nos encargos espíritas e no contexto do nascente movimento espírita da cidade do Rio de Janeiro.

As ideias de Bezerra sobre união dos espíritas, registradas em vida em jornais leigos da cidade e na revista Reformador, na realidade foram institucionalizadas e implementadas pelo seu vice-presidente na FEB e sucessor, Leopoldo Cirne, notadamente a partir do Congresso que este convocou para comemorar o Centenário de nascimento de Kardec, em outubro de 1904, quando foi aprovado o documento “Bases de Organização Espírita”.

Registramos nosso respeito e homenagens ao eminente vulto do Espiritismo em nosso país.

Referência: Klein, Luciano. Bezerra de Menezes. O homem, seu tempo e sua missão. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora. 2021. 1192p.

1) Foi presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo e da Federação Espírita Brasileira; foi membro da Comissão Executiva do Conselho Espírita Internacional.

Chico Xavier – vulto do bem e da paz

Chico Xavier – vulto do bem e da paz

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Dia 2 de abril, há 112 anos atrás, nascia Chico Xavier, em Pedro Leopoldo (MG).

Fato marcante foi a homenagem por ocasião do Centenário de nascimento do médium na terra natal, no dia 02 de abril de 2010, com participação da Banda da Polícia Militar de Minas Gerais e a inauguração do Memorial Chico Xavier, anexo ao Centro Espírita Luiz Gonzaga, que ele fundou em 1927.

Na época, como diretor da Federação Espírita Brasileira, tivemos a honra de coordenar em nível nacional o “Projeto Centenário de Chico Xavier”, executado durante o ano de 2010, que redundou em mais de 600 comemorações em todo o país. Aí se incluiu a criação do “Espaço Cultural Chico Xavier” na Fazenda Modelo, em Pedro Leopoldo, a terra natal de Chico Xavier, e um Congresso Espírita Brasileiro.

Reflexos e desdobramentos marcantes prosseguem.

Haja vista os filmes “Chico Xavier”, “Nosso Lar” e “E a vida continua…”; os dois últimos baseados em livros psicografados por Chico Xavier.

Evento histórico aconteceu na sede da Organização das Nações Unidas-ONU, em Nova York, aos 06 de agosto de 2010: o “Tributo a Chico Xavier”, no qual comparecemos juntamente com Nestor Masotti.

Em 2012, a TV SBT promoveu uma competição sobre vultos e Chico Xavier foi o vencedor, sendo considerado “O Maior Brasileiro de Todos os Tempos”.

O Governo de Minas Gerais criou a “Comenda da Paz Chico Xavier”.

Provavelmente como repercussão das comemorações do Centenário de Chico, fomos agraciados e recebemos a honraria das mãos do governador do Estado Antonio Anastasia, em cerimônia realizada em Uberaba em março de 2013.

A “Rede Amigo Espírita” (RAETV) produziu um marco histórico, não apenas para o movimento espírita brasileiro, mas mundial. Contando com parcerias de webTVs e webRádios e concretizou o maior evento on line, em agosto de 2020 -, e com um objetivo nobilíssimo: em homenagem aos 110 anos de nascimento de Chico Xavier e no final do evento havia cerca de 500 mil visualizações.

Em livro lançado no ano passado – Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões (Cocriação Editora, Araçatuba), registramos nossas homenagens ao grande vulto do Espiritismo, em função dos momentos que ainda residente em Araçatuba, visitávamos com frequência Chico Xavier em Uberaba, e, até episódios recentes que repercutem a vida e obra do notável vulto.

Atualmente, a Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes, canal do You Tube gerado em Araçatuba, focaliza a vida e obra do médium aos sábados às 17 horas no programa “Chico Xavier – 20 anos da partida…”

Chico Xavier prossegue sendo lembrado pelo exemplo de vida e pelos seus livros psicografados, como um arauto do bem e da paz!

(*) Foi dirigente em Araçatuba, presidente da USE-SP e da FEB.

Drama dos refugiados e as portas de acolhimento e solidariedade

Drama dos refugiados e as portas de acolhimento e solidariedade

Antonio Cesar Perri de Carvalho

A invasão da Ucrânia provocou inimagináveis dramas humanos em níveis sociais gerais e familiares. Dados da ONU registram que esse triste episódio gerou a maior crise humanitária da Europa após a 2ª Guerra Mundial. Quem poderia imaginar que no período de um mês ocorreu o maior fluxo migratório da história européia recente, pois mais de três milhões e setecentos mil pessoas precisaram sair da Ucrânia em direção aos países europeus das fronteiras a oeste, principalmente para a Polônia.

Aliás, a solidariedade política e humana foi indelevelmente marcada pela Polônia, recebendo refugiados ou servindo como local de trânsito para outros países. Nas proximidades da fronteira com a Ucrânia foram montados postos de atendimento, tendas de apoio estabelecidas por pessoas físicas e organizações internacionais de apoio humanístico. Inclusive, vimos registros da presença da tradicional organização Cáritas, ligada à Igreja Católica. A Europa e vários países se abriram para receber os refugiados vindos da Ucrânia. Inclusive, informações oriundas da Polícia Federal do Brasil dão conta que até a 3ª semana de março, cerca de 900 ucranianos já haviam desembarcado no país.

É sabido que alguns Estados do Sul do país contém antigas colônias de imigrantes daquele país. As fugas de refugiados para países europeus, sem dúvida, também têm cenas de desrespeito aos direitos humanos. Mas no momento tem predominado o acolhimento a eles. Aliás, nas primeiras décadas do Século XX o Brasil acolheu milhares de refugiados provenientes da Ucrânia, Armênia, antiga Rússia e outros países próximos, em virtude das revoluções e guerras locais. E, sem dúvida, de muitos judeus.

Na nossa infância chegamos a conhecer uma idosa e excelente professora de piano em nossa terra natal, a sra. Camila Tomashinsky, que orientou familiar nossa. A família dela precisou fugir da Rússia porque eram ligados artisticamente ao último Czar Romanov, em seguida à queda do monarca. A cidade de Araçatuba a homenageou colocando seu nome em Escola Municipal de Ensino Básico.

Nos últimos anos, nosso país recebeu grandes contingentes de imigrantes da Venezuela, do Haiti, vários países da África, do Oriente Médio e Afeganistão.

Em novembro de 2015, em viagem doutrinária para Viena, tivemos a oportunidade de conhecer um posto da organização Cáritas, para atendimento a refugiados principalmente sírios. Ficamos impressionados com as situações das famílias atendidas e recebemos informações sobre o apoio do governo da Áustria da época. Fizemos o registro artigo na Revista Internacional de Espiritismo e depois no nosso recente livro Pelos caminhos da vida. Memória e reflexões.(1)

O drama dos refugiados e as oportunidades que se abrem em tarefas de acolhimento e de solidariedade criam cenários muito marcantes na atualidade.

A propósito, nada mais oportuno do que transcrevermos trechos de texto do espírito Emmanuel:

“Em Doutrina Espírita falas de calamidades e tempos difíceis, simbolizando a própria situação como sendo a de alguém que se vê ante o rigor da tempestade. […] Não te esqueças, assim, dos companheiros expostos à intempérie, que te batem às portas do coração. Chegam de todas as procedências. Trilharam caminhos ásperos à procura de entendimento. […] Acolhe-os como puderes e faze-lhes o bem que possas. São refugiados em tua construção de fé sem serem ainda viajores de espírito perfeito. Qual nos ocorre, erigem-se por agora à posição de criaturas em evolução, entre erro e acerto, sombra e luz. E se alguém te recriminar porque lhes estendas braços fraternos, insiste no bem e estende o bem, recordando as palavras do próprio Cristo quando asseverou não ter vindo à Terra para curar os sãos”.(2)

O pensamento de Emmanuel é muito sugestivo para profundas reflexões.

Referências:

1) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões. Cap. 5.9. Araçatuba: Cocriação. 2021.

2) Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Caminhos de volta. Cap. Renovação em toda parte. São Bernardo do Campo: GEEM. 1975.

A guerra nas obras básicas

A guerra nas obras básicas

É difícil redigir textos sobre o terrível momento que se vive com a inusitada guerra no continente europeu.

Nos textos das obras básicas, podem ser destacados alguns trechos sobre o tema. Há conceito, apreciação espiritual e a tão esperada proposta de profilaxia desse mal.

Aí estão algumas transcrições dessas obras de Allan Kardec para subsidiarem nossos conhecimentos e reflexões.

O livro dos espíritos:

P.742. Que é o que impele o homem à guerra?

“Predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e transbordamento das paixões. No estado de barbaria, os povos um só direito conhecem — o do mais forte. Por isso é que, para tais povos, o de guerra é um estado normal. À medida que o homem progride, menos frequente se torna a guerra, porque ele lhe evita as causas, fazendo-a com humanidade, quando a sente necessária.”

P.743. Da face da Terra, algum dia, a guerra desaparecerá?

“Sim, quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a Lei de Deus. Nessa época, todos os povos serão irmãos.”

P.744. Que objetivou a Providência, tornando necessária a guerra?

“A liberdade e o progresso.”

a) Desde que a guerra deve ter por efeito produzir o advento da liberdade, como pode frequentemente ter por objetivo e resultado a escravização?

“Escravização temporária, para oprimir os povos, a fim de fazê-los progredir mais depressa.”

P.745. Que se deve pensar daquele que suscita a guerra para proveito seu?

“Grande culpado é esse e muitas existências lhe serão necessárias para expiar todos os assassínios de que haja sido causa, porquanto responderá por todos os homens cuja morte tenha causado para satisfazer à sua ambição.”

O evangelho segundo o espiritismo:

Cap.XII, item 14:

“Quando a caridade regular a conduta dos homens, eles conformarão seus atos e palavras a esta máxima: ‘Não façais aos outros o que não quiserdes que vos façam.’ Verificando-se isso, desaparecerão todas as causas de dissensões e, com elas, as dos duelos e das guerras, que são os duelos de povo a povo – Francisco Xavier (Bordeaux, 1861)”

O céu e o inferno:

2ª parte, cap. VIII:

“Profundo pensamento é também esse que atribui as calamidades coletivas à infração das Leis divinas, porque Deus castiga os povos tanto quanto os indivíduos. Realmente, pela prática da caridade, as guerras e as misérias acabariam por ser eliminadas. Pois bem, a prática dessa lei conduz ao Espiritismo e, quem sabe, será essa a razão de ter ele tantos e tão acérrimos inimigos? As exortações desta filha, aos pais, serão acaso as de um demônio?”

A gênese:

Cap.III, item 6: “Porém, os males mais numerosos são os que o homem cria pelos seus vícios, os que provêm do seu orgulho, do seu egoísmo, da sua ambição, da sua cupidez, de seus excessos em tudo. Aí a causa das guerras e das calamidades que estas acarretam, das dissensões, das injustiças, da opressão do fraco pelo forte, da maior parte, afinal, das enfermidades.”

E, sem dúvida, há muitas matérias sobre o tema na Revista espírita.

Boas consultas, reflexões e vibrações positivas!

Benedita Fernandes interagia com lideranças

Benedita Fernandes interagia com lideranças

Antonio Cesar Perri de Carvalho

A fundadora da Associação das Senhoras Cristãs, que completa 90 anos de existência, mantinha contatos com lideranças espíritas da cidade e de várias regiões.

Os contatos de Benedita Fernandes com Cairbar Schutel, dinâmico divulgador do Espiritismo, de Matão, aconteceram desde os primeiros anos da Associação, com notícias no jornal O Clarim, por ele dirigido.

Eis alguns registros: em 30 de março de 1935, O Clarim divulgou a nova diretoria da Associação, presidida por Benedita Fernandes. Aos 03 de agosto de 1935, noticia a visita de caravana de Penápolis, liderada por João Marchesi, presidente do Centro Espírita Discípulos de Jesus, e o carceiro Padial. Ambos foram responsáveis pela cura de Benedita em Penápolis.

Em O Clarim de 15 de fevereiro de 1936, Benedita informa sobre o Natal realizado na Associação, com o comparecimento de 186 crianças, convidados da cidade, de Penápolis, do Bairro do Goulart e de Jaú. Há informações sobre palestras: do representante desse jornal, Leonardo Severino, voltando de viagem a Mato Grosso, em 1937, proferiu conferências na Associação, na União Espírita Paz e Caridade e na Rádio Cultura de Araçatuba; em 1941, sobre João Leão Pitta – um dos propagandistas do jornal -, que proferiu palestras na Associação das Senhoras Cristãs e no Córrego da Prata.

Informações sobre a desencarnação de Benedita aparecem em comentários de Leopoldo Machado, professor de Nova Iguassu (RJ), amigo e admirador de Benedita, em O Clarim, de 08 de novembro de 1947, reportando-se à última visita que ele fez à pioneira: "Fomos a Araçatuba, porque recebemos inte¬ressante carta dela, dizendo de sua geral decepção, quase, com os espíritas de cartaz. Gostaria de decepcionar-se conosco. Não podia visitar-nos, porque estava velha e doente. Pedia, portanto, que a visitássemos, pois, gostaria de conhecer-nos, antes de seu desencarne. Que fôssemos, assim, a Araçatuba. […] E com ela passamos cinco dias, a ouvi-la nas suas experiências e observações; a admirá-la e a querê-la muito, de perto".

Há registros sobre a presença de Benedita em reunião sobre tratamento de doentes mentais, em Marília, e, em confraternização em Cruzeiro.

Além da efeméride sobre as tarefas assistenciais, neste ano também transcorrerão 80 anos de outra ação marcante e pioneira de Benedita. Aos 30 de agosto de 1942, juntamente com espíritas locais, aprovaram em assembleia, os Estatutos da União Espírita Regional da Noroeste, que teria a finalidade de divulgar a Doutrina e aproximar os espíritas de toda a região servida pela N.O.B. Estes objetivos começaram a ser alcançados algumas décadas depois, com a fundação da USE-SP.

Esse vulto de Araçatuba tornou-se um marco de respeito e de exemplo na região e atualmente no país.

Síntese de artigo do autor:

Carvalho, Antonio Cesar Perri. Bendita obra pioneira, 90 anos depois. Revista internacional de espiritismo. Março de 2022.

Bendita obra pioneira, 90 anos depois

Bendita obra pioneira, 90 anos depois

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Há 90 anos, no dia 06 de março de 1932, Benedita Fernandes (1883-1947) fundava a Associação das Senhoras Cristãs, em Araçatuba.

Bendita oportunidade de superação foi vivida por aquela que antes era obsidiada e discriminada, a mulher que caminhava sem rumo. A obra se desenvolveu celeremente com o dinamismo, destemor e idealismo de Benedita, a primeira ação assistencial espírita na cidade e região, com atendimento para doentes mentais, crianças abandonadas, albergue e escola ligada ao Município.

Nas comemorações do Cinquentenário da Associação, em 1982, lançamos a primeira biografia sobre Benedita: Dama da Caridade, depois reeditado e ampliado. Nas últimas décadas ocorrem transformações na obra criada por Benedita, que foi se alterando ao longo do tempo, principalmente em função de regulamentações governamentais sobre saúde mental. A entidade passou a se chamar Associação das Senhoras Cristãs Benedita Fernandes e foi instalado o Centro Espírita Benedita Fernandes. Atualmente, está em funcionamento o Centro de Apoio Psicossocial – CAPS ad II, com o nome dela e contando com voluntários vinculados à Associação das Senhoras Cristãs Benedita Fernandes. Mediante Contratos de Gestão com a Prefeitura Municipal de Araçatuba surgiram: CAPS I – Centro de Atenção Psicossocial Infantil, CAPS III – Centro de Atenção Psicossocial Adulto e duas Residências Terapêuticas.

Sirlei Nogueira criou um canal no You Tube: Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes e trabalhou arduamente para gerar um filme histórico, misto de documentário e de dramatizações sobre o nobre vulto. Na noite do dia 09 de outubro de 2021 houve o início das sessões de pré-estréia do filme sobre Benedita Fernandes, em Araçatuba: “Benedita – Uma Heroína Invisível – O Legado da Superação” no Teatro Municipal Paulo Alcides. O roteiro e direção é de Sirlei Nogueira (de Araçatuba); co-produção: Lalucci Filme e Cocriação Editora; direção de produção Samuel Lalucci. No componente de documentário, há entrevistas e depoimentos de várias pessoas, inclusive, conosco. Na dramatização de episódios da vida de Benedita atuou a atriz Sílvia Teodoro, já desencarnada.

Divaldo Pereira Franco, um dos depoentes no filme, escreveu-nos no dia 11 de outubro de 2021 sobre a pré-estréia: “Exulto de alegria com o filme da gloriosa irmã amada. Meus parabéns a você e todos. Estou acompanhando. Abraços a todos. Divaldo”.

Após 90 anos da fundação da Associação, os exemplos Benedita Fernandes permanecem em muitos corações e se reproduzem em várias ações – a mulher cujo nome é sinônimo de bendição -, que soube aproveitar a transformação da fase de desequilíbrio para a ação no bem, completando uma vida realmente abençoada.

Síntese de artigo do autor:

Carvalho, Antonio Cesar Perri. Bendita obra pioneira, 90 anos depois. Revista internacional de espiritismo. Março de 2022.