Dia dos “mortos” e túmulos

Dia dos “mortos” e túmulos

    

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Há pouco tempo, estivemos rapidamente no Cemitério de Araçatuba para verificação da situação de túmulos de familiares.

No trajeto vimos muitas placas e fotos de personalidades que conhecemos e passamos pelo túmulo de Benedita Fernandes, vulto pioneiro espírita da cidade, desencarnada aos 09/10/1947. Além de bem conservado, chamou-nos atenção uma placa acrescentada com os dizeres: “Da Benedita – agradeço a uma graça recebida. 19/02/2012. JLP”.

Sem conhecer o fato ali sumariamente registrado, muitos tem conhecimento, nós inclusive, da intensa atuação espiritual de Benedita Fernandes.

Em termos de frases em túmulos, a marcante e sintetizadora de princípios espíritas, está registrada no dolmen de Allan Kardec, no histórico Cemitério Père Lachaise, em Paris: “Nascer, morrer, renascer novamente e progredir sem cessar é a lei”.

Nessa época, ocorre o cultivo do dia de Finados. A literatura espírita é muito rica de informações sobre as comemorações relacionadas com o chamado “dia dos mortos”. A título de lembrança, é sempre oportuno recorrer-se a obras de Allan Kardec. Assim, na obra inaugural O Livro dos Espíritos há registros no item “Comemoração dos mortos. Funerais"1:

Perg. 320. Sensibiliza os Espíritos o lembrarem-se deles os que lhes foram caros na Terra? R – “Muito mais do que podeis supor. Se são felizes, esse fato lhes aumenta a felicidade. Se são desgraçados, serve-lhes de lenitivo.”

Perg. 321. O dia da comemoração dos mortos é, para os Espíritos, mais solene do que os outros dias? Apraz-lhes ir ao encontro dos que vão orar nos cemitérios sobre seus túmulos? R – “Os Espíritos acodem nesse dia ao chamado dos que da Terra lhes dirigem seus pensamentos, como o fazem noutro dia qualquer.”

a) Mas o de finados é, para eles, um dia especial de reunião junto de suas sepulturas? R – “Nesse dia, em maior número se reúnem nas necrópoles, porque então também é maior, em tais lugares, o das pessoas que os chamam pelo pensamento. Porém, cada Espírito vai lá somente pelos seus amigos e não pela multidão dos indiferentes.”

b) Sob que forma aí comparecem e como os veríamos, se pudessem tornar-se visíveis? R – “Sob a que tinham quando encarnados.”

Perg. 322. E os esquecidos, cujos túmulos ninguém vai visitar, também lá, não obstante, comparecem e sentem algum pesar por verem que nenhum amigo se lembra deles? Que lhes importa a Terra? R – “Só pelo coração nos achamos a ela presos. Desde que aí ninguém mais lhe vota afeição, nada mais prende a esse planeta o Espírito, que tem para si o Universo inteiro.”

Perg. 323. A visita de uma pessoa a um túmulo causa maior contentamento ao Espírito, cujos despojos corporais aí se encontrem, do que a prece que por ele faça essa pessoa em sua casa? R – “Aquele que visita um túmulo apenas manifesta, por essa forma, que pensa no Espírito ausente. A visita é a representação exterior de um fato íntimo. Já dissemos que a prece é que santifica o ato da rememoração. Nada importa o lugar, desde que é feita com o coração.”

No seu último discurso – Dia de Finados do ano de 1868 -, Kardec comenta: “Ofereçamos aos que nos são caros uma boa lembrança e o penhor de nossa afeição, encorajamentos e consolações aos que deles necessitem. Façamos de modo que cada um recolha a sua parte dos sentimentos de caridade benevolente, de que estivermos animados, e que esta reunião dê os frutos que todos têm o direito de esperar”2.

Entre centenas de manifestações espirituais, destacamos o alerta de Eurípedes Barsanulfo, no livro O Espírito da Verdade para nós, os encarnados, sobre os valores eternos: “O espírito deve ser conhecido por suas obras. É necessário viver e servir. É necessário viver, meus irmãos, e ser mais do que pó!”.3

“Viver e ser mais do pó” vem à tona em texto de Emmanuel, lembrando que “irmãos da Terra procuram a nós outros desencarnados, nas fronteiras de cinza, […] também nós, de coração reconhecido, suplicamos-te apoio em auxílio de todos eles”. E roga orações pelos quase mortos: “para todos os nossos irmãos que atravessam a experiência humana quase mortos de sofrimentos e agravos, complicações e problemas criados por eles mesmos, nós te rogamos auxílio e bênção!…”4

Registros espíritas como subsídios para nossas reflexões sobre o chamado “dia dos mortos”.

Referências:

1) Kardec, Allan. Trad. Ribeiro, Guillon. O livro dos espíritos. FEB.

2) Kardec, Allan. Trad. Noleto, Evandro Bezerra. O Espiritismo é uma religião? Revista espírita. Dezembro de 1868. FEB.

3) Xavier, Francisco Cândido; Vieira, Waldo. Espíritos diversos. O espírito da verdade. Lição no 12. FEB.

4) Xavier, Francisco Cândido; Espíritos diversos; Pires, Herculano. Na era do espírito. Cap. 21. GEEM.

Utilidade providencial da riqueza

Utilidade providencial da riqueza

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Na obra O evangelho segundo o espiritismo, há interessante item comentado por Kardec, intitulado “utilidade providencial da riqueza”, inserido no capítulo 19 que tem por título “Não se pode servir a Deus e a Mamon”. O Codificador analisa vários versículos do Novo Testamento relacionados com o tema e introduz instruções dos espíritos sobre: A verdadeira propriedade, Emprego da riqueza, Desprendimento dos bens terrenos e Transmissão da riqueza.

Nessa obra há trechos muito claros:

“Se a riqueza é causa de muitos males, se exacerba tanto as más paixões, se provoca mesmo tantos crimes, não é a ela que devemos inculpar, mas ao homem, que dela abusa, como de todos os dons de Deus. Pelo abuso, ele torna pernicioso o que lhe poderia ser de maior utilidade. É a consequência do estado de inferioridade do mundo terrestre. Se a riqueza somente males houvesse de produzir, Deus não a teria posto na Terra. Compete ao homem fazê-la produzir o bem. Se não é um elemento direto de progresso moral, é, sem contestação, poderoso elemento de progresso intelectual. Com efeito, o homem tem por missão trabalhar pela melhoria material do planeta”.

E há alertas: “uma propriedade só é legitimamente adquirida quando, da sua aquisição, não resulta dano para ninguém. […] Sendo o homem o depositário, o administrador dos bens que Deus lhe pôs nas mãos, contas severas lhe serão pedidas do emprego que lhes haja Ele dado, em virtude do seu livre-arbítrio. […] O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo”.

A questão do emprego de riqueza em benefício de comunidades, áreas do conhecimento e desenvolvimento do progresso, nos leva à recordação de alguns exemplos nobres. E sem dúvida há uma infinidade deles.

Entre os exemplos históricos, destacamos o caso de Leland Stanford (1824-1893), magnata e político da Califórnia (EUA), que após perder o amado filho único, Leland Stanford Jr., de 15 anos, juntamente com a esposa tiveram a determinação de honrar seu filho de alguma forma. O resultado disso foi a criação da Universidade de Stanford, que Leland Stanford decidiu construir com a considerável fortuna dele e de sua esposa. Esta Universidade, uma das principais dos EUA, deu origem ao “vale do silício” gerando incrível desenvolvimento tecnológico principalmente na área digital e de redes sociais.

Em nosso país, há muitas famílias que fomentaram a criação e a manutenção, dos principais hospitais da cidade de São Paulo, que dispõem de notoriedade internacional no atendimento da saúde.

Na área espírita, focalizamos dois casos (mas haverá muitos outros), que com a disponibilização de seus recursos materiais contribuíram com a difusão do espiritismo. Frederico Figner (1866-1947), imigrante judeu, atualmente é conhecido na literatura espírita como Irmão Jacó (livro Voltei, psicografia de Chico Xavier). Na cidade do Rio de Janeiro, destacou-se como pioneiro no Brasil na introdução da discografia e de cinema, criador do Retiro dos Artistas naquela cidade. Ao aceitar o espiritismo, transformou-se em diretor da Federação Espírita Brasileira, colaborador ativo em atendimento a pessoas simples e um dos sustentadores para a construção da sede da editora desta instituição. Ao desencarnar direcionou uma herança a Chico Xavier. Como sempre este médium não aceitava favores e doações e repassou à FEB. Mais um legado para o chamado parque gráfico da Instituição.

A propósito torna-se importante o registro sobre o papel desempenhado por Alípio González Hernandez (1942-2018), radicado em Caracas (Venezuela). Tivemos muitos contatos e fizemos visitas a Alípio na Venezuela.

Alípio resolveu interromper suas atividades empresariais em área de indústria e passou a destinar seus recursos para a difusão do espiritismo em idioma espanhol. Fundou a Editora Mensaje Fraternal, em Caracas, e durante cerca de 40 anos utilizou recursos próprios seus para promoção da tradução e edição em espanhol de cerca de 30 livros psicografados por Chico Xavier, contando com apoio e parceria para impressões no Instituto de Difusão Espírita de Araras (SP). Assim, editou mais de três milhões de livros em espanhol que eram fornecidos gratuitamente aos países de idioma hispânico da América Latina. No período em que estávamos como presidente da FEB, Alípio prestou um grande apoio ao doar esses livros para distribuição durante o 7o Congresso Mundial de Espiritismo, promovido pelo CEI, em Havana (Cuba), em 2013.

Consideramos Alípio González Hernandez o principal divulgador das obras de Chico Xavier nas Américas!

Realmente, a anotação de O evangelho segundo o espiritismo sobre a riqueza: “compete ao homem fazê-la produzir o bem”, pode ser identificada em casos concretos de experiências de vida.

“Padroeiros” do Brasil

“Padroeiros” do Brasil

Antonio Cesar Perri de Carvalho

No mês de outubro, a tradição católica do Brasil, destaca no dia 12 de outubro a “padroeira Nossa Senhora da Aparecida”.

Há outro vulto reverenciado pelo catolicismo no dia 19 de outubro: São Pedro de Alcântara. Na realidade um dia após a data de sua morte pois já havia uma comemoração oficializada no calendário da Igreja.

Há uma relação entre ambos, pois poucos sabem que antes da atual consagrada “padroeira do Brasil”, o “padroeiro” era São Pedro de Alcântara. São Pedro de Alcântara – nome real Juan de Garabito y Vilela de Sanabria, (Alcântara, 1499 – Arenas de San Pedro, 18/10/1562), foi um frade franciscano espanhol que fez grandes reformas na sua ordem religiosa, a Ordem dos Frades Menores, no Reino de Portugal. Era notável pregador e místico, amigo e confessor de Santa Teresa de Jesus e do rei dom João III, de Portugal. Foi beatificado Papa Gregório XV (1622) e canonizado pelo papa Clemente IX (1669). 

Tornou-se, mais tarde, o santo de devoção da Família Real de Portugal. Seu nome, Pedro de Alcântara, foi escolhido para dois imperadores do Brasil, Pedro I e Pedro II.

Dom Pedro I foi quem solicitou ao papa que proclamasse Pedro de Alcântara o padroeiro do Brasil, o que aconteceu em 1826, pelo papa Leão XII. Em Petrópolis há a Catedral de São Pedro de Alcântara, onde está a cripta imperial, com os corpos dos casais Pedro II e Tereza Cristina, princesa Isabel e conde D’Eu.

Interessante destacarmos que o chamado santo do catolicismo, Pedro de Alcântara, conforme informações antigas de Chico Xavier, seria as personagens do romance Ave Cristo!: Quinto Varro e Quinto Celso. Em diálogos muitas vezes Chico Xavier citava o espírito Pedro de Alcântara. Em obras psicográficas de Chico Xavier, desde Parnaso de além túmulo, há poemas assinados pelo espírito Pedro de Alcântara.

Acontece que em 1930 houve a proclamação oficial de Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil, a partir de decreto assinado no Vaticano em 16 de julho, durante o pontificado do Papa Pio XI. A cerimônia que confirmou o título e a proclamou padroeira do Brasil foi realizada quase um ano depois no Rio de Janeiro, pelo cardeal dom Sebastião Leme.

Essa veneração tornou-se extremamente popular e, a rigor, apenas essa imagem é reverenciada. Desapareceu o vulto Pedro de Alcântara, muito embora, haja citações católicas, não sei se eufemísticas, de que ela é “a padroeira” e ele “o padroeiro”… Mas o povo não sabe disso!

O fato é que além das chamadas “Nossas Senhoras” – com aparições espirituais em várias partes do mundo e que identificaram como sendo a mãe de Jesus ou até a caracterizada com uma pequena imagem encontrada por pescadores no rio Paraíba, no interior de São Paulo -, sabe-se que há uma plêiade de espíritos que apoiam e colaboram com o país.

Fica claro que são de ordem humana as designações de “padroeiro” e de “santo”. Como também a adoção de rituais e manifestações exteriores, geralmente relacionados com extrapolações comerciais.

De nossa parte, vêm à mente as informações históricas sobre os cultos de divindades adotados em momentos de antigas civilizações, como os presentes nas culturas: suméria, persa, hindu, egípcia, hebraica, grega e romana. Essas reminiscências em cultos populares podem ser esclarecidas pelo conhecimento do mecanismo das reencarnações.

Por outro lado, sem serem considerados “padroeiros”, na história do Brasil, há vultos marcantes relacionados com a religião e consolidação de propostas voltadas à educação e ao atendimento do próximo.

Entre esses, o pioneiro Manuel da Nóbrega (Sanfins do Douro, Portugal, 18/10/1517 – Rio de Janeiro, 18/10/1570), jurista e jesuíta português, chefe da primeira missão jesuítica à América. As cartas enviadas a seus superiores são documentos históricos sobre o Brasil colonial e a ação jesuítica no século XVI. Nóbrega foi autor do primeiro livro redigido na Colônia: Cartas do Brasil, registrando suas experiências educacionais, principalmente de catequese entre 1549 e 1560. Teve um papel fundamental na fundação de três das maiores cidades do Brasil: Salvador (1549), São Paulo (1554) e Rio de Janeiro (1565). Nóbrega é personagem em romances psicografados por Chico Xavier, em vivências do espírito Emmanuel, depois se caracterizando como orientador e autêntico pai espiritual do médium.

O conhecido filósofo e jornalista espírita paulista Herculano Pires: “Dura foi a luta pela conversão do gentio. […] Paulo exerceu o apostolado dos gentios para o Cristianismo. Nóbrega foi o Apóstolo dos Gentios no Brasil nascente, preparando o terreno para o seu apostolado espírita do futuro.”

Nóbrega contou com a atuação do jovem José de Anchieta, nascido em 19/03/1534, nas Ilhas Canárias, e falecido em 09/06/1597, em Reritiba (atual Anchieta, no Espírito Santo). Foi uma das figuras mais influentes e multifacetadas do período colonial brasileiro. Missionário jesuíta, poeta, dramaturgo, gramático e historiador; desempenhou um papel crucial na catequização dos indígenas, na fundação de cidades e na consolidação da presença portuguesa na Colônia. Anchieta deixou um legado indelével na história, na cultura e na religião do país, conhecido como o “Apóstolo do Brasil”.

Outro vulto marcante é o frei Fabiano de Cristo, nome real João Barbosa (Soengas, Portugal, 08/02/1676 – Rio de Janeiro, 17/10/1747), integrante da Ordem dos Frades Menores. Ainda jovem emigrou para o Brasil e deixou registros de chamamentos espirituais do Cristo, alertando-o para sua verdadeira missão. Ao adormecer teve um sonho estranho, reconhecendo a figura de Francisco de Assis, chamando-o para amparar os aflitos. Em seguida, despoja-se de seus bens terrenos. No dia 12/10/1705, mudou o nome para "Frei Fabiano de Cristo" e transfere-se de Angra dos Reis, onde residia, para o Rio de Janeiro onde veio a desempenhar a função de porteiro do Convento de Santo Antônio. Depois assumiu o cargo de enfermeiro, e com seu amor seria exemplo de dedicação, tendo servido neste posto por quase trinta e oito anos. Há o Hospital Espírita Fabiano de Cristo (Caieiras, região metropolitana de São Paulo), e outras instituições fundadas com o seu nome e são muitos os casos considerados de curas atribuídas ao espírito frei Fabiano de Cristo.

O livro – Fabiano de Cristo, o peregrino da caridade, contém registros notáveis sobre sua atuação e anota-se que é considerado por muitos a reencarnação de José de Anchieta, o secretário espiritual de Manuel da Nóbrega, o nosso conhecido Emmanuel.

Desde momentos do século XIX, há informações e depois em livros espíritas, como os de autoria de Irmão X, sobre o espírito chamado Ismael, como o orientador espiritual do Brasil.

Desde obras de Kardec, há registros na literatura espírita de que há equipes de espíritos vinculados a apoios espirituais a países e ao processo civilizatório em geral.

O importante é que sem divinizações, haja a valorização dos exemplos de vida de vultos destacados na construção da religiosidade e com efetiva atuação na edificação de um mundo de respeito ao próximo, com base na “lei áurea” de Jesus.

Fontes:

- Wikipedia, acesso pela internet;

- Carvalho, Antonio Cesar Perri. Emmanuel. Trajetória espiritual e atuação espiritual com Chico Xavier. Matão: O Clarim. 2020. 208p.

- Costa, Carlos Alberto Braga. Chico, diálogos e recordações. Matão: O Clarim. 2017. 366p.

Benedita Fernandes prossegue em ações espirituais

Benedita Fernandes prossegue em ações espirituais

       

Antonio Cesar Perri de Carvalho

A benemérita e pioneira da assistencial social espírita na região de Araçatuba, Benedita Fernandes, completou sua existência física há 78 anos.

Depois de curada por espíritas e empreender um vasto trabalho assistencial em Araçatuba ela desencarnou na madrugada do dia 09 de outubro de 1947. Companheiras dela relataram-nos que Benedita sentiu-se mal na noite anterior e antevendo o desfecho iminente, conversou e aconselhou as crianças. De¬sencarnou poucas horas depois, vítima de insuficiência cardíaca.

O féretro para o sepultamento de Benedita foi um dos maiores já ocorridos, até então, em Araçatuba. Seu túmulo era dos mais visitados no cemitério da Avenida da Saudade.

Na elaboração de nosso livro Benedita Fernandes. A dama da caridade, lançado nas comemorações do Cinquentenário (1982) da instituição por ela fundada, a Associação das Senhoras Cristãs, reunimos as pesquisas, muitas entrevistas e constatamos que ela se desapegou da família, na fase de obsidiada e foi considerada “louca”.

Nessa obra – reeditada pela Cocriação, de Araçatuba – está incluída a mensagem espiritual pioneira sobre ela – “Num domingo de calor” -, de autoria de Hilário Silva, psicografada por Chico Xavier em 27 de julho de 1963 e originalmente publicada em Anuário espírita 1964 (Ed. IDE).

O espírito pode dar mostra de sua sobrevivência e identidade espiritual. Coletamos informações sobre a atuação de Benedita Fernandes no mundo espiritual. Ela escreveu várias mensagens, psicografadas por Divaldo Pereira Franco, incluídas em nosso livro e em obras do citado médium. Os exemplos de Benedita e suas mensagens espirituais foram utilizados por muitos expositores, como Mário da Costa Barbosa, que atuou na assistência social espírita, e desenvolveu seminários sobre tal temática, inclusive em Araçatuba. Ele ficou cativado pela figura e principalmente pela mensagem “Cruzada de Amor” (psicografada por Divaldo, em nossa residência, em Araçatuba, em novembro de 1979). A nosso convite, ele desenvolveu palestra com esse tema no histórico 1o Encontro de Delegados de Polícia Espíritas do Estado de São Paulo (Araçatuba, 23-25/05/1980); também compareceu o importante vulto espírita Deolindo Amorim. A mensagem citada ganhou repercussão.

Recentemente, em junho de 2025, houve o lançamento do livro Os desafios da educação nos tempos de regeneração, autoria do espírito Benedita Fernandes, psicografia de José Francisco Gomes (de Ipatinga, MG), contando com nosso prefácio. Estivemos presentes nos lançamentos em instituições de Araçatuba juntamente com o médium e com Sirlei Nogueira (que desencarnou aos 12/09/2025).

Em viagens para palestras, no Brasil e no exterior, recebemos informações sobre Benedita, sempre de forma espontânea e através de diferentes médiuns.

Após 78 anos de sua partida, Benedita Fernandes é um espírito ativo, lúcido e benfazejo, agora conhecida nacionalmente!

Kardec – vida e obras marcantes

Kardec – vida e obras marcantes

 

           

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

O dia 3 de outubro é tradicionalmente recordado no movimento espírita para se evocar a data de nascimento de Allan Kardec, ocorrida no ano de 1804, em Lyon.

É fato sabido que Hipppolyte Léon Denizard Rivail apenas nasceu naquela cidade francesa. Na realidade, nunca lá residiu e foi criado com a família de sua genitora em Bourg en Bresse e Saint Denis les Bourg, duas cidades do Departamento de Ain, próximas a Lyon; depois estudou em Yverdon (Suíça) e atuou como professor em Paris, onde veio a executar seu papel como Codificador do Espiritismo.

Em outubro de 2004 efetivou-se o 4o Congresso Espírita Mundial, em Paris, promovido pelo Conselho Espírita Internacional com apoio da União Espírita Francesa e Francofônica, para se comemorar em terras francesas o Bicentenário de nascimento de Kardec.

Com objetivo de bem registrar o local onde nasceu o nobre vulto, em abril de 2005, houve a inauguração de monumento em homenagem a Kardec, próximo ao local onde ele nasceu, rua Sala, em Lyon. Comparecemos no evento em que houve a presença de autoridades de Lyon, dirigentes espíritas franceses, da FEB e do CEI.

Em 2019 foi exibido nos cinemas brasileiros o filme “Kardec”, produzido por Wagner de Assis e fundamentando-se no livro Kardec, de autoria de Marcel Souto Maior (Editora Record, 1ª edição em 2013). Atualmente disponível em canais a cabo.

Na mesma época veio a lume o documentário “Em Busca de Kardec”, elaborado pelo roteirista e diretor de nacionalidade francesa Karim Akadiri Soumaïla. Com enredo muito interessante focaliza lances das repercussões da obra de Kardec na França e principalmente no Brasil, com vários entrevistados franceses e brasileiros, inclusive com nossa participação. Foi exibido pela TV Cultura de São Paulo (TV aberta) e atualmente está acessível em canais a cabo.

Passados mais de um século e meio após a publicação dos livros do Codificador é sempre oportuno e necessário que sejam valorizadas as chamadas obras básicas, de sua autoria, e que representam a base do Espiritismo. As obras de Kardec contêm os princípios do Espiritismo e ele define na Revista espírita de 1866: “Inscrevendo no frontispício do Espiritismo a suprema lei do Cristo, abrimos o caminho para o Espiritismo cristão; assim, dedicamo-nos a desenvolver os seus princípios, bem como os caracteres do verdadeiro espírita sob esse ponto de vista”.1

Há uma importante proposta do Codificador: “A bandeira que desfraldamos bem alto é a do Espiritismo cristão e humanitário, em torno da qual já temos a ventura de ver, em todas as partes do globo, congregados tantos homens, por compreenderem que aí é que está a âncora de salvação, a salvaguarda da ordem pública, o sinal de uma era nova para a humanidade.” 2

Registro significativo de Kardec é seu conceito de que o Espiritismo é uma religião diferente das tradicionais: "Qual é, pois, o laço que deve existir entre os espíritas? Eles não estão unidos entre si por nenhum contrato material, por nenhuma prática obrigatória. Qual o sentimento no qual se deve confundir todos os pensamentos? É um sentimento todo moral, todo espiritual, todo humanitário…"3

Na obra Viagem espírita em 1862, importante repositório de informações sobre os pioneiros intercâmbios que Kardec empreendeu com lideranças e interessados em Espiritismo que estavam surgindo em dezenas de cidades francesas, há também contendo as anotações de seus valorosos pronunciamentos. O tradutor Wallace Rodrigues comenta no seu prefácio que “entretanto tudo começa, não exatamente em 1862, como o título sugere, mas, dois anos antes. O Novo ‘Atos’ se inicia nos derradeiros dias do outono de 1860”.4

A nosso ver, entendemos que com essas viagens e significativos contatos doutrinários, Kardec deu início ao movimento espírita. A leitura dos seus registros de viagem nos enriquece com anotações da experiência de vida nos albores do trabalho do Codificador. Vale a pena nos dedicarmos ao estudo do conteúdo do livro Viagem espírita em 1862.4

As obras básicas de autoria de Kardec, precisam ser divulgadas, estudadas e valorizadas na seara espírita. A continuada e necessária propagação das obras de Allan Kardec conta com a já cinquentenária “Campanha Comece pelo Começo”. Marco importante implantado pela União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo no ano de 1972, a partir de proposta do publicitário Merhy Seba. Em novembro de 2014, durante nossa presidência, a Campanha foi aprovada pelo Conselho Federativo Nacional da FEB. Portanto há 50 anos, desde a USE-SP, é divulgada a Campanha: “Conheça o Espiritismo através das Obras Básicas da Codificação”.5

É importante o bom senso para se divulgar o Espiritismo com base nas obras de Allan Kardec!

Referências:

1) Kardec, Allan. Trad. Abreu Filho, Júlio. Revista espírita. Ano IX, V.4. Abril de 1866. São Paulo: Edicel.

2) Kardec, Allan. Trad. Ribeiro, Guillon. O livro dos médiuns. 80.ed. Parte 2: Cap. XVII, item 200; Cap. XXIX, itens 220, 331, 332, 348, 350; Cap. XXX. Brasília: FEB.

3) Kardec, Allan. Trad. Abreu Filho, Júlio. Revista espírita. Ano XI. V.12. Dezembro de 1868. São Paulo: Edicel.

4) Kardec, Allan. Trad. Rodrigues, Wallace Leal Valentim. Viagem espírita em 1862. Matão: O Clarim. 128p.

5) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões. Araçatuba: Cocriação. 2021. 632p.

Significado do “setembro amarelo” e a valorização da vida

Significado do “setembro amarelo” e a valorização da vida

     

Antonio Cesar Perri de Carvalho

O chamado “Setembro Amarelo” é uma campanha de prevenção ao suicídio que visa à conscientização da população sobre esse problema e formas de evitá-lo.

Na literatura espírita há muitas informações sobre o suicídio, alicerçados na certeza de que somos espíritos reencarnados e em processo de educação. O livro dos espíritos define: “Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem? – O de viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal”.

Nos livros psicografados há inúmeros comentários sobre o valor da vida corpórea assinados por milhares de espíritos, como André Luiz: “O corpo é o primeiro empréstimo recebido pelo Espírito trazido à carne”; e também “A reencarnação é o meio, a educação divina é o fim”.

Devemos considerar o Espírito nos contextos íntimo e social; o equilíbrio entre corpo/espírito e qualidade de vida; evidentemente, o respeito e a valorização da vida corpórea.

Sobre o suicídio, destacamos o livro Memórias de um suicida, da médium Yvonne Pereira, em que se desenrolam as narrativas sobre o atendimento de espíritos suicidas atendimento no mundo espiritual.

Em outra vertente temática, ligada ao respeito à vida, a Federação Espírita Brasileira e seu Conselho Federativo Nacional tiveram ativo papel nos primeiros 10 anos do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto (2005-2015). Registramos no livro Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões (Ed. Cocriação, 2021) sobre a liderança de Jaime Ferreira Lopes (de Brasília), e que com o então presidente da FEB Nestor Masotti, participamos da fundação desse Movimento e atuamos nas Marchas do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto, em Brasília; em eventos similares em São Paulo; em audiências e seminários no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal, levando o pensamento espírita sobre a defesa da vida da concepção à morte natural.

A sempre proposta de descriminalização do aborto gera controvérsias continuadas. Mesmo que um dia venha a ser aprovada, permanece a necessidade de orientações sobre a profilaxia do aborto, esclarecimentos espirituais, educação e orientações sanitárias.

O mês de setembro, chamado de amarelo – cor que lembra o Sol -, verão, prosperidade, felicidade e desperta a criatividade. Há necessidade de se chamar atenção para a defesa da vida, com valorização da existência corpórea como etapa do processo de educação espiritual.

(Foi dirigente espírita em Araçatuba; presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo e da Federação Espírita Brasileira).

O legado de divulgação de Sirlei Nogueira

O legado de divulgação de Sirlei Nogueira

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

O desenlace de Sirlei Ramos Nogueira ocorreu na noite do dia 12 de setembro, na Santa Casa de Araçatuba onde estava internado desde o dia 20 de agosto para tratamento de um AVC.

Sirlei nasceu aos 12/06/1964 em Andradina, filho de Lucinda Nogueira Ramos e Sílvio Ramos Nogueira.

Desde criança viveu com a avó em Bauru onde fez seus estudos e formou-se em jornalismo por uma Faculdade depois incorporada à UNESP. Iniciou a carreira como estagiário da Rede Globo Oeste Paulista e repórter do Diário de Bauru.

Conhecemos Sirlei como integrante de Mocidade Espírita de Bauru e estudante de jornalismo. Comparecemos naquela cidade como dirigente espírita de Araçatuba nos anos 1980 e fomos por ele entrevistado.

Poucos anos após nossa transferência para a cidade de São Paulo, Sirlei fixou-se em Araçatuba há cerca de 35 anos, passando a viver com sua genitora e o padrasto Naoum Cury.

Em Araçatuba trabalhou durante alguns anos no jornal Folha da Região e como assessor de imprensa da Prefeitura de Araçatuba (2009-2016). Prestou serviços a várias empresas locais; também atuou no jornalismo musical, criando e editando as revistas Sertanejo Urbano e Tom Sertanejo, que deram visibilidade a duplas como João Mineiro & Marciano e Teodoro & Sampaio.

Exercendo a presidência da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (USE-SP), na década de 1990, nas múltiplas viagens à nossa terra natal, tínhamos contato com Sirlei que favorecia entrevistas nossas e de Divaldo Pereira Franco a rádios e TV local. Esses contatos prosseguiram durante o período em que atuamos como diretor e presidente da Federação Espírita Brasileira, residindo em Brasília, e, depois com nosso retorno em São Paulo.

Sirlei manteve sempre intensas atividades no movimento espírita de Araçatuba e região. Atuou em várias instituições, diretor de Comunicações da USE de Araçatuba e foi presidente da USE Regional de Araçatuba. Divulgou, estimulou e promoveu inúmeros movimentos da cidade e região, como as CONEAN – Confraternização de Espíritas da Alta Noroeste e algumas COMENOESP – Confraternização de Mocidades Espíritas da Noroeste do Estado de São Paulo; apresentações de peças teatrais espíritas, tendo levado a Araçatuba o conhecido ator Renato Prieto; palestras em cidades da Noroeste e da Alta Araraquarense.

A partir dos anos 2.000 ele deu foco nas divulgações sobre a vida e obra do vulto pioneiro de Araçatuba, Benedita Fernandes (1883-1947).

Durante suas ações em Araçatuba, dedicou-se à difusão, tendo criado a divulgação “Face Espírita”, com publicação de artigos no jornal local Folha da Região; a editora Cocriação e há cinco anos a Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes e idealizador e diretor do filme “Benedita – uma heroína invisível. O legado da superação”. Entre as realizações marcantes organizadas e/ou promovidas por Sirlei destacamos algumas que, inclusive, contaram com nossa atuação. Por isso, entendemos que temos uma visão privilegiada do legado dele para a difusão espírita.

O jornal Dirigente Espírita, órgão da USE-SP, na edição maio-junho de 1994 (p. 14), trouxe informações de ações de Sirlei, onde há esclarecimentos como o nome completo de “FACE – Associação Arte e Cultura Espírita”, por ele fundada em Araçatuba. Notícia marcante foi da criação pela FACE e Departamento de Comunicação da USE local, por ele dirigida, da sua produção “Tele Visão Espírita”, um lançamento inédito de vídeo jornal espírita (gravado em vídeo) e com circulação trimestral mediante assinatura. Há gravações nossas como presidente da USE-SP e do cantor e compositor Moacyr Camargo. Contou com apoio técnico dos amigos dele Milton Puga e Celso Silva. O lançamento aconteceu no Simpósio Paulista de Comunicação Espírita, em São Paulo, em abril de 1994.

Na época, editou o jornal Ata Espírita, lembrando que no caso a palavra "Ata", também significava uma das siglas para designar a cidade de Araçatuba.

Esse mesmo jornal estampou artigo de autoria dele – “USE Araçatuba abusa na festa do ano 50” -, focalizando ações da USE Municipal de Araçatuba ao ensejo das comemorações do seu cinquentenário de fundação, contando com o apoio da “Face Espírita” (edição setembro-outubro de 1999, p. 20). Não era comum ele enviar artigos para a imprensa espírita.

Na noite do 27 de junho de 2013, a Rede Amigo Espírita transmitiu ao vivo a emocionante solenidade nas dependências da Câmara Municipal de Araçatuba encerrando a Semana Dama da Caridade, alusiva à comemoração dos 130 anos de nascimento de Benedita Fernandes. Na oportunidade a direção do Hospital Benedita Fernandes recebeu o "Voto de Aplauso" da Câmara local. Participaram da mesa dos trabalhos, além do presidente da FEB Antonio César Perri de Carvalho; Cidinha Lacerda, ex-secretária de Assistência Social, que representou o prefeito Cido Sério; o Presidente da Câmara Municipal Dr. Jaime José da Silva; o Secretário da Saúde do município de Araçatuba e Presidente do Conselho Deliberativo do Hospital Benedita Fernandes, Dr. José Carlos Teixeira; o Provedor do hospital Antonio Domingos de Camargo e o vice-provedor Dr. Aparecido Hércules Gimael. A abertura do evento se deu com a apresentação do Coral Vozes da Esperança. Em seguida usaram da palavra além dos representantes do Hospital Benedita Fernandes, Cidinha Lacerda, Jaime José da Silva e como orador convidado e presidente da Federação Espírita Brasileira fizemos a palestra.

No dia seguinte comparecemos na Exposição "Olhar à Dama. Olhar a Caridade", promovida por Sirlei no Museu Araçatubense de Artes Plásticas da cidade. Ficou aberta ao público de 05 de junho a 27 de julho de 2013, em comemoração dos 130 anos de nascimento de Benedita Fernandes. Presença de grande público, para admirar a mostra de quadros, fotos e Benedita e telas de artistas da região que retratam cenas marcantes de Benedita.

A USE Regional de Araçatuba, dirigida por Sirlei, promoveu evento no dia 26 de junho de 2016, em Araçatuba, para apresentação do projeto da retransmissora da TV Mundo Maior (TV aberta), recentemente autorizada pelo Ministério das Comunicações para a cidade de Araçatuba. André Marouço, um dos gestores da TV Mundo Maior e cineasta compareceu ao evento para prestar as informações. Também participamos da reunião com nossa esposa Célia. No mesmo dia houve o lançamento em cine local do filme "Nos Passos do Mestre", produzido pela Mundo Maior e dirigido por Marouço. Sirlei participou como figurante de cenas deste filme.

No dia 16 de outubro de 2017 foi inaugurada a retransmissora da TV Mundo Maior em Araçatuba (SP), TV aberta – canal 36, da Rede Boa Nova de Comunicação da Fundação Espírita André Luiz. Sirlei Nogueira foi o responsável pelas providências para concessão do canal e de implantação da torre e dos equipamentos. Comparecemos em Araçatuba para prestigiar esse fato histórico.

No ano de 2017 a editora Cocriação, por ele fundada, iniciou a publicação de livros. De nossa autoria: Em ações espíritas e Benedita Fernandes. Dama da caridade, ambos neste ano inicial, Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões (2021), Leopoldo Cirne. Vida e propostas por um mundo Melhor (2024, em parceria com o CCDPE-SP); de autoria de Ilza Castilho Esteves Godinho: Nosso Lar em poesia (2024); do espírito Benedita Fernandes, pelo médium José Francisco Gomes, Os desafios da educação nos tempos de regeneração (2025). Os lançamentos dessas obras, com presença e autógrafos dos autores, foram promovidos por Sirlei em várias cidades da região de Araçatuba e da Alta Araraquarense.

Com out doors nas ruas de Araçatuba foi divulgada marcante cerimônia de lançamento de livro nosso no Museu Araçatubense de Artes Plásticas (MAAP), que se efetivou no dia 06 de maio de 2017. Entre as autoridades presentes, o Prefeito Municipal e a vice-prefeita, secretários da Prefeitura, vereador e ex-prefeito. Usaram da palavra o Prefeito, o ex-Prefeito; foi lida saudação de nossa esposa Célia, e falamos como autor do livro em lançamento e autografamos nossa obra Benedita Fernandes. A Dama da Caridade (ed. Cocriação).

No dia 20 de julho de 2019 Sirlei organizou evento histórico para a comemoração dos 70 anos de fundação da USE de Araçatuba (antiga União Municipal Espírita), na sede do Centro Espírita Irmã Angélica, em Araçatuba. Comparecemos juntamente com vários de seus presidentes e diretores.

No ano de 2021, Sirlei promoveu dois eventos comemorativos da instituição espírita pioneira de Araçatuba. No dia 17 de abril, houve transmissão das palestras virtuais comemorativas do Centenário do Espiritismo em Araçatuba, sempre pela Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes. O marco inicial do Espiritismo em Araçatuba foi a fundação da União Espírita Paz e Caridade, no dia 21 de abril de 1921. Mais à frente, no dia 10 de outubro de 2021 a União Espírita Paz e Caridade sediou históricas comemorações: 80 anos da fundação de seu departamento Abrigo Ismael e 74 anos da desencarnação de Benedita Fernandes. Comparecemos juntamente com nossa esposa Célia.

Na noite do dia 09 de outubro de 2021 houve o início das sessões gratuitas de pré-estreia do filme sobre Benedita Fernandes, em Araçatuba: "Benedita- Uma Heroína Invisível – O Legado da Superação" no Teatro Paulo Alcides. No início, presença do diretor Sirlei Nogueira, produção Lalucci, atores e nós (acompanhado de esposa e filho), como autor do livro biográfico de Benedita, base para o enredo, representantes de secretaria da Cultura do Município, ex-prefeito, dirigentes espíritas e Ismael Gobbo. No hall de entrada foi montada exposição sobre a obra de Benedita Fernandes. As apresentações prosseguiram durante uma semana. Como preparativos para esse filme, criou a página digital “Benedita. Doc” e obteve a gravação de música tema criada pela cantora espírita Paula Zamp.

No período de 21 de junho a 12 de agosto de 2022 ocorreu a significativa Exposição "Diálogos de Corpo e Alma", sobre a cura através da arte, no Centro Cultural Correios de São Paulo, no centro da capital paulista. Houve curadoria da artista plástica Lesiane Lazzarotti Ogg. O material sobre vida e obra de Benedita Fernandes foi organizado por Sirlei Nogueira, que compareceu na abertura da Exposição, como muitos convidados e nós mesmos.

O evento "Benedita Fernandes: O Legado da Educação", em homenagem pelos 140 anos de nascimento da homenageada, desenvolveu-se nas dependências do Centro Espírita Irmã Angélica, em Araçatuba, nos dias 24 e 25 de junho de 2023, com palestras por Cesar Perri (São Paulo) e Ana Jaicy Guimarães (Rio de Janeiro); comentários sobre mensagens de Benedita, psicografadas por Divaldo Pereira Franco por Luiz Carlos Barros Costa Jales), Célia Rey de Carvalho (São Paulo), Ilza Godinho (Blumenau); vários depoimentos de equipes de Jales e Fernandópolis, e exposição da artista Lesiane Ogg (Rio de Janeiro). No final do programa do dia, a apresentação do filme “Benedita – Legado da superação”, dirigido por Sirlei Nogueira. No mesmo período ocorreu também a exposição “Inspirações Benditas”, de telas artísticas sobre o vulto homenageado, promovidas pela artista Lesiane Ogg, no Shopping Praça Nova da ci  dade.

                           

O filme “Benedita Fernandes – Uma heroína invisível – O legado da superação” teve apresentação de trailers em programas da Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes e em transmissão especial no dia 25 de novembro de 2023.

O filme "Benedita – uma heroína invisível. O legado da superação", foi apresentado no Espaço Cultural Thathi (antigo Cine Pedutti), em Araçatuba (SP). Numeroso público compareceu na sessão vespertina no dia 17 de dezembro de 2023, aplaudindo ao final o filme dirigido por Sirlei Nogueira, co-produção Lalucci Filmes e Editora Cocriação, contando com a nossa presença e de atores.

Em seguida, esse filme foi exibido mediante agendamento em dezenas de instituições espíritas do país, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, na Mansão do Caminho, e, destacamos que Divaldo Pereira Franco, um dos entrevistados no filme, divulgou pessoalmente essa exibição; também exibido em grupos espíritas dos Estados Unidos e de Portugal.

      

No dia 07/06/2024 a coluna Face Espírita, publicada semanalmente no jornal Folha da Região, na página A2, em artigo de nossa autoria focalizou os seus 17 anos. O primeiro artigo foi publicado em 16 de maio de 2007.

No mês de junho de 2025, comparecemos duas vezes em Araçatuba para participar de eventos relacionados com obras de Benedita Fernandes, organizados por Sirlei Nogueira. No início daquele mês houve o lançamento do livro Os desafios da educação nos tempos de regeneração, autoria do espírito Benedita Fernandes, psicografia de José Francisco Gomes (de Ipatinga, MG), contando com nosso prefácio, editado pela Cocriação. Estivemos presentes juntamente com o médium nos lançamentos em instituições de Araçatuba.No final de junho, retornamos para atuação na comemoração dos cinco anos da Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes e da data de nascimento deste vulto, inclusive com transmissão a partir da sede da Associação das Senhoras Cristãs, fundada por Benedita.

No final de julho estivemos de volta, acompanhado pela esposa Célia, e comparecemos juntamente com Sirlei em celebração familiar de Ismael Gobbo, amigo de seis décadas, e editor do Boletim Diário de Notícias do Movimento Espírita.

Nesse ínterim, recebemos recado espiritual espontâneo de Benedita, pelo médium José Francisco Gomes, para que averiguássemos dados registrados sobre ela. Lembramo-nos que há pouco tempo, alguém teria questionado dados sobre o nascimento dela em comentários pela internet. Face a esse estímulo, dialogamos com Sirlei sobre a busca de novos documentos relacionados com Benedita Fernandes. Ele obteve apoio de um cartorário espírita amigo e descobriu-se que Benedita Fernandes compareceu com testemunhas em Cartório de Araçatuba e fez um Auto Registro de Nascimento, no dia 13 de setembro de 1945. Uma informação inédita! Conseguimos o documento e que confirma os dados – uma ratificação importante – que divulgamos em nosso livro Benedita Fernandes. A dama da caridade (Ed. Cocriação): nascida em Campos Novos de Cunha (SP) aos 27 de junho de 1883.

Esta providência foi nossa última ação conjunta.

Atualmente ele colaborava no Centro Espírita Irmã Angélica e numa atividade assistencial da Instituição Nosso Lar. Desde sua internação hospitalar havia se formado o “Amigos de Sirlei” que pelo whatsapp mantinha-se informações e apoios a ele.

O falecimento de Sirlei foi matéria em órgãos de Araçatuba: o informativo digital Radar 18, edição de 13/09/25, e no jornal Folha Região na edição do dia 14/09/2025.

Sirlei Nogueira foi um marco na divulgação espírita!

(*) Foi dirigente em Araçatuba, presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo e da Federação Espírita Brasileira, ex-membro da Comissão Executiva do Conselho Espírita Internacional.

Informações sobre Benedita Fernandes, Estação Dama da Caridade e partida de Sirlei Nogueira

Informações sobre Benedita Fernandes, Estação Dama da Caridade e partida de Sirlei Nogueira

        

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Estávamos prestes a divulgar este texto quando chegou a notícia da desencarnação de Sirlei Nogueira. Ocorreu na noite do dia 12 de setembro, na Santa Casa de Araçatuba. Estava internado desde o dia 20 de agosto para tratamento de um AVC. Sirlei nasceu aos 12/06/1964 e residia em Araçatuba há cerca de 35 anos. Atuou em várias instituições e foi presidente da USE Regional de Araçatuba. Durante suas ações em Araçatuba, dedicou-se à difusão, tendo criado a divulgação “Face Espírita”, com publicação de artigos no jornal local "Folha da Região"; a editora Cocriação e há cinco anos a Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes. Foi diretor do filme “Benedita – uma heroína invisível. O legado da superação”. Colaborava atualmente no Centro Espírita Irmã Angélica. Desde sua internação hospitalar havia se formado o “Amigos de Sirlei” que pelo whatsapp mantinha-se informações e apoios a ele.

Interessante é que na madrugada do dia 12, em sonho tivemos um diálogo com Sirlei e na manhã comentamos com minha esposa. Teria sido uma “despedida”?

Com as homenagens, admiração pelo seu trabalho e vibrações nesse seu retorno à Pátria Espiritual, do amigo e parceiro em vários projetos, Cesar Perri.

São Paulo, 12 de setembro de 2025.

000

No mês de junho passado, comparecemos duas vezes em Araçatuba para participar de eventos relacionados com obras de Benedita Fernandes, organizados por Sirlei Nogueira.

No início daquele mês houve o lançamento do livro Os desafios da educação nos tempos de regeneração, autoria do espírito Benedita Fernandes, psicografia de José Francisco Gomes (de Ipatinga, MG), contando com nosso prefácio. Estivemos presentes juntamente com o médium nos lançamentos em instituições de Araçatuba. No final de junho, retornamos para atuação na comemoração dos cinco anos da Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes e da data de nascimento deste vulto, inclusive com transmissão a partir da sede da Associação das Senhoras Cristãs, fundada por Benedita.

No final de julho estivemos de volta, acompanhado pela esposa Célia, e comparecemos juntamente com Sirlei em celebração familiar de Ismael Gobbo, amigo de seis décadas, e editor do Boletim Diário de Notícias do Movimento Espírita.

Nesse ínterim, recebemos recado espiritual espontâneo de Benedita, pelo médium José Francisco Gomes, para que averiguássemos dados registrados sobre ela. Lembramo-nos que há pouco tempo, alguém teria questionado dados sobre o nascimento dela em comentários pela internet.

Face a esse estímulo, dialogamos com Sirlei sobre a busca de novos documentos relacionados com Benedita Fernandes.

A partir daí, com apoio de um cartorário espírita amigo de Sirlei, descobriu-se que Benedita Fernandes compareceu com testemunhas em Cartório de Araçatuba e fez um Auto Registro de Nascimento, no dia 13 de setembro de 1945. Uma informação inédita! Conseguimos o documento e que confirma os dados – uma ratificação importante – que divulgamos em nosso livro Benedita Fernandes. A dama da caridade (Ed. Cocriação): nascida em Campos Novos de Cunha (SP) aos 27 de junho de 1883.

Esse documento extraído do livro de Registros do Cartório, agora disponibilizado, conta com assinaturas de Benedita e de duas testemunhas que a acompanharam; traz mais algumas informações, como sobre seus avós maternos: Dicó da Mota e Ana da Mota. Como está anotado que seu pai era desconhecido, não há informações de seus avós paternos.

Uma curiosidade é sobre o nome declarado do avô, Dicó. Verificamos que, na realidade, no século XIX seria um apelido designando pessoas e significa sapo do brejo, rã. Provavelmente era o nome pelo qual o avô, afrodescendente, era conhecido no meio rural onde vivia.

Face à bem-sucedida busca cartorial, combinamos com Sirlei Nogueira divulgar esse documento inédito por volta do dia 13 de setembro, quando se completa 80 anos do Registro citado.

Estamos cumprindo o combinado e gravamos uma live alusiva ao fato que vem sendo divulgada.

A gravação aludida por ser acessada pelo link (copie e cole):

 

Mensagens e estados de alma em “O céu e o inferno”

Mensagens e estados de alma em O céu e o inferno

      

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Há 160 anos, o livro O céu e o inferno, tendo por subtítulo de “A Justiça Divina Segundo o Espiritismo”, foi lançado por Allan Kardec em agosto de 1865, em Paris.

Para fundamentar a nova visão, analisa estados de alma com base nas comunicações de espíritos desencarnados. Trata-se de livro histórico e inédito. As obras do Codificador surgem no momento de um grande esforço espiritual para se restabelecer a fé, e, em bases racionais. O autor esclarece: “Tudo foi deduzido da observação e da concordância dos fatos”.

Kardec esclarece o método que adotou: “O primeiro exame comprovativo é, pois, sem contradita, o da razão, ao qual cumpre se submeta, sem exceção, tudo o que venha dos Espíritos. […] A concordância no que ensinem os Espíritos é, pois, a melhor comprovação. […] Prova a experiência que, quando um princípio novo tem de ser enunciado, isso se dá espontaneamente em diversos pontos ao mesmo tempo e de modo idêntico, senão quanto à forma, quanto ao fundo.” Nessa obra, anota que o espírita sério “compreende porque raciocina”.

Trata-se de um marco oferecido pelo Codificador, rompendo com séculos de domínio de consciências, e descortinando uma nova visão sobre a Justiça Divina. Esclarece seus cuidados: “Os exemplos que vamos transcrever mostram-nos os Espíritos nas diferentes fases de felicidade e infelicidade da vida espiritual.

Na 2a Parte de O céu e o inferno, traz análise de “Exemplos” e há numerosos casos que sustentam a teoria. Kardec esclarece como se desenvolve o processo da desencarnação e detalha algumas circunstâncias, lembrando que “A certeza da vida futura não exclui as apreensões quanto à passagem desta para a outra vida”.

Sem pieguismo e com método de estudo, como em seus trabalhos em geral, analisa as manifestações de 76 espíritos e elaborou uma classificação de: Espíritos felizes; Espíritos em condições medianas; Espíritos sofredores; Suicidas; Criminosos arrependidos; Espíritos endurecidos; Expiações terrestres. Dessa maneira fica claro o “Código penal da vida futura” que ele sintetizou nesse livro.

O Espiritismo não vem, pois, com sua autoridade privada, formular um código de fantasia; a sua lei, no que respeita ao futuro da alma, deduzida das observações do fato, pode resumir-se nos seguintes pontos: A alma ou Espírito sofre na vida espiritual as consequências de todas as imperfeições que não conseguiu corrigir na vida corporal. O seu estado, feliz ou desgraçado, é inerente ao seu grau de pureza ou impureza. “O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são precisas a expiação e a reparação. Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação.”

Julgamos muito importante o entendimento dessas distintas situações de espíritos desencarnados. Mesmo após inúmeras obras psicografadas que descrevem cenas da desencarnação e do mundo espiritual, muitos ainda nutrem ideias pueris sobre a dimensão incorpórea, sempre imaginando apenas lugares belos e tranquilos. Os diferentes estados de alma, quer de encarnados ou de desencarnados, se enquadram no conceito de que “a Natureza não dá saltos”, pois o mesmo raciocínio é válido num continuum de espírito encarnado/processo de desencarnação/espírito desencarnado.

A classificação genérica formulada por Kardec chama atenção para a relação entre a vida e morte corpórea e seus desdobramentos. O importante é o estado de alma e o nível e profundidade de como “a lei divina se encontra escrita na consciência” de cada um.

O Espiritismo responde às dúvidas existenciais mais frequentes. À pergunta insistente que brota na alma humana: “para onde vou após a morte?”, o livro O céu e o inferno indica a resposta clara e fundamentada!

* Síntese de palestra proferida pelo autor no 20o ENLIHPE, em Campinas, no dia 31/08/2025 – acesso pelo link (copie e cole): https://www.youtube.com/watch?v=HeCJcHx27oQ

Trechos transcritos de: Kardec, Allan. Trad. Bezerra, Evandro Noleto. O céu e o inferno. 1.ed. Rio de Janeiro: FEB. 2009.

Família – relações e visão espiritual

Família – relações e visão espiritual

                  

 

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Há poucos dias, entre 22 e 24 de agosto, ocorreu o 5o Encontro da Família Perri em hotel-fazenda em Itu (SP), com o comparecimento de um número expressivo de 187 participantes, envolvendo três gerações da família.

Na abertura, os organizadores homenagearam os ascendentes da família já desencarnados, os primos decanos presentes e os coordenadores dos eventos anteriores. Fizemos um rápido registro da história da família e distribuímos a publicação que elaboramos para o evento: “Registros da família de Gaetano Perri e Rosana Casale”. O encontro se caracterizou por ambiente de confraternização, com programa foi bem diversificado e registros fotográficos dos grupos de gerações e a geral dos participantes.1

Esse recente encontro familiar recordou-nos os anteriores, principalmente o primeiro, que organizamos em 1984. Dias depois, nosso tio desencarnado Lourival Perri Chefaly, escreveu pela psicografia de Divaldo Pereira Franco, em reunião íntima no nosso lar ainda em Araçatuba: “Nossos vínculos, que remontam de longínquo passado, têm-se mantido através dos séculos, permitindo-nos o ir-e-vir das reencarnações em grupo, graças a cujo comportamento estamos lentamente saindo das trevas para a luz.”2,3

Na citada mensagem o espírito familiar comenta que membros da família Perri vêm convivendo em diferentes momentos e situações ao longo de cerca de um milênio. O que mereceu a colocação: “Assim, a Humanidade aprende a caminhar com mais facilidade, superando problemas para esquecer, momentaneamente, das asperezas e lutas inglórias do caminho.”2

Aqui se encaixam os conceitos de Allan Kardec sobre laços de família, dentro das óticas espirituais e corporais, como o trecho: "Os laços sociais são necessários ao progresso e os laços de família estreitam os laços sociais. […] Qual seria para a sociedade o resultado do relaxamento dos laços de família?  ̶ Uma recrudescência do egoísmo."4

Efetivamente, o ambiente familiar é reconhecido por várias áreas do conhecimento como a base da sociedade. O objetivo é o processo educacional e que na ótica espírita tem importância redobrada ao se considerar o papel dos pais ou dos que se encontram no lugar deles na sedimentação de valores renovados junto aos espíritos que retornam ao cenário físico. Logo depois que assumimos a presidência da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, no segundo semestre de 1990, já se iniciava uma reunião de estudos sobre temas da família, e, que era coordenada pela nossa esposa Célia Maria Rey de Carvalho, contando com um grupo de colaboradores. Adotava-se uma programação que iniciamos com a esposa, poucos anos antes no Centro Espírita Luz e Fraternidade, de Araçatuba (SP). O programa de estudo concretizado na sede da USE-SP foi a origem do livro Família & espiritismo, editado pela USE-SP, preliminarmente lançado como um opúsculo.3,5

No ano de 1992, durante reunião da diretoria da USE-SP, surgiu a proposta de a USE-SP elaborar um projeto sobre o tema para o Conselho Federativo Nacional da FEB. Assim, surgiu a proposta da Campanha "Viver em Família", a qual foi aprovada pelo Conselho Federativo Nacional da FEB em suas reuniões de novembro de 1993. O lançamento nacional da Campanha "Viver em Família" ocorreu em São Paulo, no dia 29 de janeiro de 1994, com realização da USE-SP na sede do Centro Espírita Nosso Lar, sendo desenvolvido o Seminário “Formação de equipes para a Campanha”.6

Oportuna a anotação de Emmanuel: “A melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter. […] Como renovar os processos de educação para a melhoria do mundo? – As escolas instrutivas do planeta poderão renovar sempre os seus métodos pedagógicos, com esses ou aqueles processos novos, de conformidade com a psicologia infantil, mas a escola educativa do lar só possui uma fonte de renovação que é o Evangelho, e um só modelo de mestre, que é a personalidade excelsa do Cristo.”7

Passados anos do lançamento da Campanha “Viver em Família”, o cenário em que vivemos solicita muita atenção para o cultivo dos valores familiares. O momento requer a implementação do slogan da Campanha, inspirado em O livro dos espíritos: “O melhor é viver em família. Aperte mais esse laço”!

Referências:

1) Facebook (copie e cole): https://www.facebook.com/cesar.perridecarvalho

2) Franco, Divaldo Pereira; Chefaly, Lourival Perri; Carvalho, Antonio Cesar Perri (Org.). Em louvor à vida. Cap. O encontro de família. 2.ed. Salvador: Ed. LEAL. 2016.

3) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões. Araçatuba: Cocriação. 2021. 632p.

4) Kardec, Allan. Trad. Ribeiro, Guillon. O livro dos espíritos. Questões 774 e 775. Brasília: FEB.

5) Carvalho, Célia Maria Rey (Org.). Família & espiritismo. 6.ed. São Paulo: USE. 231p.

6) Carvalho, Antonio Cesar Perri (Org.). Laços de família. 8.ed. São Paulo: Ed. USE. 150p.

7) Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. O consolador. 29.ed. Questões 110 e 112. Brasília: FEB.