Benedita era o seu nome
Bendita era a sua vida,
abençoada por nome e afortunada por viver.
Era negra, era pobre, era alma em aflição, mas levava brilho nos olhos.
Enfrentava os abismos da vida.
Benedita era como uma andorinha que voava longe, mas pousava com o coração em ninho de amor e caridade.
Seu coração era um grande farol em meio à tempestade, iluminava seu ser mesmo diante da escuridão da obsessão que a cegava.
Aprendeu sobre a caridade e viveu, em seu ser, a verdadeira benevolência ao próximo.
Não nasceu em palácios, mas construiu castelos da indulgência com todos, sem ver o autor de cada página da vida.
Praticava o perdão que as dolorosas almas pedem em súplicas de socorro.
Dedicou sua vida à caridade, distante de ser moeda de troca, longe dos aplausos, sem chegar perto dos palanques.
Bendita era sua vontade de dividir o pão entre mãos sujas e enrugadas pela plenitude da vida.
Era viva sua vontade de dar colo a quem o mundo negou.
Era amorosa em oração sussurrada aos que, no leito, deliravam entre a loucura e o abandono.
Era o seu ser, um o dom: ser médium do amor, profeta em clarear as ruas escuras, levando todos a pontos de reencontro com a luz.
Benevolente sempre. Não pregava sermões — ela era o sermão vivo. Indulgente com as imperfeições, não citava páginas de livros — ela era o livro aberto.
Perdoava todas as ofensas de uma vida de aflição, com amor e carinho ao próximo, plantando dignidade onde havia delírio.
Na caridade silenciosa, na coragem de amar, no abraço antes de perguntar o nome.
Sejamos como ela: além de bons, renascentes na caridade — distantes dos simples gestos e próximos do milagre da virtude.
Cada criança acolhida, cada amor pelo próximo, cada idoso recolhido, cada amigo auxiliado, cada alma tida como louca que foi abraçada — foi a demonstração de que a caridade não veste luxo.
Aplicava passes de amor que eram brisas de carinho, em silêncios que eram ninhos.
Em silêncio, ela ensinava a ser bendita com todos, sem deixar ninguém sem amparo, dando colo a todos Dama do coração caloroso e amoroso, dama da caridade, rainha da compaixão.
Ensinava que a caridade é a poesia da alma, tornando-se verso eterno no livro da vida…
Ivan de Albuquerque
Mensagem psicografada por Paulo Henrique dos Anjos, durante o seminário "Benedita Fernandes – a dama da caridade", desenvolvido por Cesar Perri na Sociedade Espírita Allan Kardec, em Mirassol do Oeste (MT), no dia 01/06/2025.