Durante os dias 05 e 06 de dezembro, Roberto Versiani, ex-diretor da FEB e ex-Secretário Geral do Conselho Federativo Nacional, atuou na Federação Espírita do Maranhão (Femar), em São Luís, com suas diretorias e coordenações para realinhar o Planejamento Estratégico da instituição. O evento foi coordenado por Osmir Freire, presidente da FEMAR. Na ocasião, foram revistas e avaliadas as metas propostas pelas áreas que previam ações a serem realizadas até 2018. "O encontro é importante para que cada um possa reavaliar sua capacidade de execução e corrigir aquilo que não foi possível fazer", explicou Roberto Versiani. Informações: www.femar.org.br
Author: Xaxá
Cinquentenário C.E. “A Caminho da Luz”
Como comemoração dos 50 anos do Centro Espírita "A Caminho da Luz", de Ituiutaba (MG), na noite do dia 07/12/15, houve palestra realizada por Edimilson Nogueira (GEECX, DF) sobre o tema 'solidariedade", extraído do livro “Estudos Espíritas” (psicografia Divaldo Franco/Joanna de Ângelis) e apresentação musical de Azelma Nogueira. Informações: https://www.facebook.com/sintonia.maior?fref=ts; Youtube:"Sintonia Maior": https://goo.gl/8wLVBP
140 anos de O céu e o inferno no Brasil
Antonio Cesar Perri de Carvalho
No ano do Sesquicentenário de lançamento de O céu e o inferno, torna-se oportuna a recordação que dez anos depois da apresentação em Paris, este livro teve edição em português lançada no Rio de Janeiro.
O primeiro livro espírita escrito no Brasil surgiu em 1860: “Os tempos são chegados” ("Les Temps sont arrivés"), de autoria do professor Casimir Lieutaud, francês radicado no Brasil, um dos editores de “Courrier du Brésil”, colaborador de “O Repúblico” e autor de livros de gramática francesa.
Portanto foi anterior à fundação do pioneiro centro espírita no Brasil, o Grupo Familiar de Espiritismo, em Salvador, no ano de 1865, e Kardec registra o fato em “Revue Spirite”.
A tradução e edição das obras de Allan Kardec para o português e lançadas no Brasil são devidas ao médico Joaquim Carlos Travassos, que integrou a primeira diretoria do pioneiro Grupo Espírita Confúcio, na cidade do Rio de Janeiro.
Este Grupo organizado na então capital imperial informou à “Sociedade para a continuação das obras espíritas de Allan Kardec”, de Paris, a sua fundação e a aceitação das obras do Codificador, o que foi divulgado pela “Revue Spirite”, em 1874.
Dr. Travassos mantém correspondência com Pierre-Gaétan Leymarie, dirigente da Sociedade citada e redator de “Revue Spirite”, com o objetivo de traduzir as obras de Kardec. Cita o “amigo Sr. Casimir Lieutaud, um dos propagadores do Espiritismo neste canto do mundo chamado Brasil, empreendi a tradução, para a língua nacional, das obras do Mestre”, carta que foi publicada pela “Revue Spirite”, na edição de agosto de 1875.
Desse modo, dr. Joaquim Carlos Travassos, sob o pseudônimo de "Fortúnio", traduziu: “O Livro dos Espíritos”; “O Livro dos Médiuns”; “O Evangelho segundo o Espiritismo” e “O Céu e o Inferno”. Vieram a lume pela Editora B. L. Garnier, da cidade do Rio de Janeiro.
A primeira tradução de “O Céu e o Inferno” completa 140 anos de lançamento no Brasil!
Fato histórico digno de menção é que foi o presente do dr. Travassos – a edição em português de "O Livro dos Espíritos", por ele traduzida – que converteu Bezerra de Menezes ao Espiritismo.
Referência:
Wantuil, Zêus. Grandes espíritas do Brasil. 1.ed. Rio de Janeiro: FEB. 1969.
O selo do amor
Pelo caminho da ascensão espiritual, denominado “cada dia”, encontrarás variados recursos de aprimoramento, a cada passo.
É o trabalho que te espera a noção de responsabilidade no devotamento ao dever.
É a oportunidade de praticar o bem, incessantemente.
É o companheiro da parentela consanguínea que te não compreende ainda e, junto do qual, podes exercer o ministério do auxílio e do perdão.
É o adversário que te combate os propósitos de melhoria com quem a luta te possibilita a hora de paciência e aprendizado.
É o espinho que te fere ou a pedra que te maltrata, que se fazem benfeitoras de tua jornada, por te descerrarem o santuário da prece e da humildade, se a tua mente vive acordada à luz do Senhor.
É a dificuldade que, muitas vezes, te surpreende nos lábios dos mais queridos, constrangendo-te à consolidação de virtudes imprecisas.
Segue, pois, adiante, amando, crendo, esperando e servindo sempre.
Cada obstáculo e cada amargura guardam raízes no processo educativo de nossa própria regeneração.
Cada ensinamento tem o seu lugar, a sua hora e a sua finalidade.
Aproveitar semelhantes bençãos, de conformidade com os padrões de Jesus, que passou entre nós fazendo o bem, que nos ama desde o princípio e que permanecerá conosco, até o fim dos séculos.
Dirás, talvez, diante de nosso apelo: – “Não compreendo, não me lembro, não posso”.
O Senhor, entretanto, não nos impõe fardos que não possamos suportar, não nos endereça problemas que não estejamos aptos a resolver e jamais esqueçamos de que a reencarnação traz o selo do amor divino, em benemérito esquecimento, enriquecendo-nos de bênçãos de reaproximação, fraternidade e serviço, a fim de executarmos, sem percalços invencíveis, o trabalho de nossa própria redenção.
Emmanuel
(Xavier, Francisco Cândido. Pelo Espírito Emmanuel. Taça de Luz. Lição nº 06. Ed. LAKE)
3º Encontro Nacional de Amigos de Yvonne Pereira
“Comunidades do Caminho. História do Cristianismo Nascente”
Resenha:
“Comunidades do Caminho. História do Cristianismo Nascente” (*)
Com satisfação lemos o recente livro de autoria de Severino Celestino da Silva. Há anos o companheiro vem se dedicando a estudos sobre o judaísmo e o cristianismo primitivo; autor de várias obras e professor dos cursos de graduação e de pós-graduação em Ciências da Religião da Universidade Federal da Paraíba.
A Introdução é um belo retrospecto, destacando que “o cristianismo é a religião monoteísta com mais adeptos no mundo”. Embora versado em idiomas antigos, o autor discorre de forma simples e agradável sobre momentos marcantes como o episódio do Monte das Oliveiras, as reações dos discípulos após a crucificação, as aparições de Jesus, o Pentecostes, Estêvão como divisor de águas entre o judaísmo e o cristianismo, a conversão de Saulo e os diversos contextos das primeiras comunidades cristãs. Fornece ao final do livro substanciosa lista de referências bibliográficas.
Essas comunidades primitivas do cristianismo foram tratadas pelo autor de forma que reunia seu conhecimento histórico sobre elas com as viagens de estudo, e os contatos com grupos de pesquisa das regiões de Israel, Ásia Menor e Roma. Em algumas viagens conduziu um grupo de interessados em conhecer os episódios que marcaram o início do cristianismo.
O capítulo, muito didático, das diversas aparições do Cristo e o capítulo sobre Pentecostes, fortalecem sobremaneira os princípios da imortalidade da alma e da comunicabilidade dos espíritos.
Evidentemente que as viagens do apóstolo Paulo foram um referencial para os estudos e para a elaboração do livro.
A leitura do livro de Celestino enseja o interesse pelo estudo dos fatos históricos relacionados com figuras marcantes do cristianismo, com destaque para Paulo e seus colaboradores, Maria em Éfeso e para o evangelista João. Surgem também esclarecimentos sobre personagens como Basílio de Cesaréia, são Jorge da Capadócia, Policarpo de Esmirna e outros.
O estilo da escrita e as fotos coloridas de ilustração fornecem ao leitor a sensação que o autor anotou em “Conclusão”: “Foi como participar de um grande filme em nossa tela mental e espiritual”.
Desse capítulo final, transcrevemos trecho do autor:
“Convidamos você, cristão, para juntos tentarmos resgatar a beleza e a cristalinidade do Evangelho de Jesus. Isto só poderá ser conseguido com a prática do Amor, da caridade, da fraternidade e do perdão. Seguir Jesus é viver servindo aos necessitados que nos cercam independente de religião, cor, ou classe social. Sinto ecoar nos meus ouvidos o seu grande ensinamento: ‘Nisto reconhecerão todos que sois meus discípulos se tiverdes amor uns pelos outros’ (João, 13:35). ‘Aquele que quiser tornar-se grande entre vós seja aquele que serve’ (Mateus, 20:26). Vem! O Cristo nos espera. Sigamos ao seu encontro!”
(*) – Silva, Severino Celestino. Comunidades do Caminho. História do Cristianismo Nascente. 1.ed. João Pessoa: Ed. Ideia, 2014. 286p.
Resenha elaborada por Antonio Cesar Perri de Carvalho – Ex-presidente da FEB e da USE-SP; professor titular aposentado da UNESP.
De: Boletim Notícias do Movimento Espírita: http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/NOVEMBRO/27-11-2015.htm |
O “outro” e “eu”
Antonio Cesar Perri de Carvalho
Há uns tempos ouvi um interlocutor relatando as críticas que faziam a um conhecido dele. Depois de ouvi-las opinou que o personagem montado pelas críticas nada tinha a haver com a pessoa que ele também conhecia.
Esse fato nos veio à mente ao acompanharmos, recentemente, uma entrevista no programa “Roda Viva” (TV Cultura) com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, atendendo à pergunta sobre as continuadas críticas que recebeu dos governos que o sucederam, comentou que ao analisar as informações verificou que em realidade haviam criado um outro “personagem”. E agora o tempo passou…
O episódio remete a registro do conhecido poeta e escritor argentino Jorge Luís Borges, ao escrever o conto: “Borges y yo”, incluído no livro O fazedor:
“Ao outro, a Borges, é a quem as coisas acontecem. Eu caminho por Buenos Aires e me demoro, acaso já mecanicamente, para olhar para o arco de um vestíbulo e porta interna; de Borges tenho notícias pelo correio e vejo seu nome em uma lista de professores ou num dicionário biográfico”. Comenta as diferenças que ele sente entre o Borges que divulgam e ele próprio. Ao final, encerra o conto: “Eu não sei qual dos dois escreve esta página”.
Realmente, além das críticas há também certos endeusamentos. Por ocasião das evocações do cinquentenário de suas tarefas mediúnicas, Chico Xavier respondeu a uma entrevista: “Sou sempre um Chico Xavier lutando para criar um Chico Xavier renovado em Jesus e, pelo que vejo, está muito longe de aparecer como espero e preciso…”1
A resposta de Chico Xavier é muito coerente com sua maneira simples de ser e também com a assertiva de seu orientador espiritual:
“Sem dúvida, estamos muito longe, infinitamente muito longe da perfeição… Cabe, porém, a nós, aprendizes do Evangelho, a obrigação de confrontar-nos hoje com o que éramos ontem e, a nosso ver, feito isso, cada um de nós pode, sem pretensão parafrasear as palavras do apóstolo Paulo, nos versículos 9 e 10, do capítulo 15, de sua Primeira Epístola aos Coríntios: – ‘Dos servidores do Senhor, sei que sou o menor e o mais endividado perante a Lei, mas com a graça de Deus sou o que sou…”2
Evidente que os relatos em pauta devem merecer reflexões e pautadas na questão 621 de O livro dos espíritos: “Onde está escrita a lei de Deus? – Na consciência”, e, também em O evangelho segundo o espiritismo (Cap. VI. Item 8): “O sentimento do dever cumprido vos dará o repouso do Espírito e a resignação”.
Porém frente às provocações e insinuações – típicas do mundo em que vivemos -, vale a reflexão com base em comentário de Emmanuel:
"Se muitos companheiros estão vigiando os teus gestos procurando o ponto fraco para criticarem, outros muitos estão fixando ansiosamente o caminho em que surgirás, conduzindo até eles a migalha do socorro de que necessitam para sobreviver. É impossível não saibas quais deles formam o grupo de trabalho em que Jesus te espera".3
Bibliografia:
- Carvalho, Antonio Cesar Perri. O homem e a obra. Cap. Cinquentenário de mediunidade. Ed.USE.
- Xavier, Francisco Cândido. Benção de paz. Cap.1. Ed. GEEM.
- Xavier, Francisco Cândido. Material de construção. Cap. Crítica e Serviço. Ed. IDEAL.
Notícias de congressos
O Congresso que comemorará o Centenário da Federação Espírita Paraibana, ocorrerá em João Pessoa (Pb), nos dias 8 a 10 de janeiro de 2016. Informações:http://fepb.org.br/event/vi-congresso-espirita-paraibano/
O I Congresso Espírita de Uberlândia e comemoração dos 7 anos da Web Rádio Fraternidade, ocorrerá nos dias 30 e 31 de janeiro de 2016, em Uberlândia (MG). Informações: https://www.sympla.com.br/i-congresso-espirita-de-uberlandia__44301
A ESTRANHA CRISE
O mundo vem criando soluções adequadas para a generalidade das crises que o atormentam.
A carência do pão, em determinados distritos, é suprida, de imediato, pela superprodução de outras faixas de terra.
Corrige-se a inflação, podando a despesa.
O desemprego desaparece pela improvisação de trabalho.
A epidemia é sustada pela vacina.
Existe, porém, uma crise estranha – e das que mais afligem os povos – francamente inacessível à intervenção dos poderes públicos, tanto quanto aos recursos da ciência nas conquistas modernas.
Referimo-nos à crise da intolerância que, desde o travo de amargura, que sugere o desânimo, à violência do ódio, que impele ao crime, vai minando as melhores reservas morais do Planeta, com a destruição conseqüente de muitos dos mais belos empreendimentos humanos.
Para a liquidação do problema que assume tremendo vulto em todas as coletividades terrestres, o remédio não se forma de quaisquer ingredientes políticos e financeiros, por ser encontrado tão-somente na farmácia da alma, a exprimir-se no perdão puro e simples.
O perdão é o único antibiótico mental suscetível de extinguir as infecções do ressentimento no organismo do mundo.
Perdão entre dirigentes e dirigidos, sábios e ignorantes, instrutores e aprendizes, benevolência entre o pensamento que governa e o braço que trabalha, entre a chefia e a subalternidade.
Consultem-se nos foros – autênticos hospitais de relações humanas – os processos por demandas, questões salariais, divórcios e desquites baseados na intransigência doméstica ou na incompatibilidade de sentimentos, reclamações, indenizações e reivindicações de toda ordem, e observe-se, para além dos tribunais de justiça, a animosidade entre pais e filhos, a luta de classes, as greves de múltiplas procedências, as queixas de parentela, os duelos de opinião entre a juventude e a madureza, as divergências raciais e os conflitos de guerra, e verificaremos que, ou nos desculpamos uns aos outros, na condição de espíritos frágeis e endividados que ainda somos quase todos, ou a nossa agressividade acabará expulsando a civilização dos cenários terrestres.
Eis por que Jesus, há quase vinte séculos, nos exortou perdoarmos aos que nos ofendam setenta vezes sete, ou melhor, quatrocentos e noventa vezes.
Tão só nessa operação aritmética do Senhor, resolveremos a crise da intolerância, sempre grave em todos os tempos.
Repitamos, no entanto, que a preciosidade do perdão não se adquire nos armazéns, por que, na essência, o perdão é uma luz que irradia, começando de nós.
Emmanuel
(Xavier, Francisco Cândido. Pelo Espírito Emmanuel. Mãos Unidas. Lição nº 37. Ed. IDE)