Carta de Ano Novo

Ano Novo é também oportunidade de aprender, trabalhar e servir. O tempo, como paternal amigo, como que se reencarna no corpo do calendário, descerrando-nos horizontes mais claros para necessária ascensão.

Lembra-te de que o ano em retorno é novo dia a convocar-te para a execução de velhas promessas que ainda não tivestes a coragem de cumprir.

Se tens inimigos, faze das horas renascer-te o caminho da reconciliação.

Se foste ofendido, perdoa, a fim de que o amor te clareie a estrada para frente.

Se descansaste em demasia, volve ao arado de tuas obrigações e planta o bem com destemor para a colheita do porvir.

Se a tristeza te requisita, esquece-a e procura a alegria serena da consciência tranquila no dever bem cumprido.

Ano Novo! Novo Dia!

Sorri para os que te feriram e busca harmonia com aqueles que te não entenderam até agora.

Recorda que há mais ignorância que maldade em torno de teu destino.

Não maldigas nem condenes.

Auxilia a acender alguma luz para quem passa ao teu lado, na inquietude da escuridão.

Não te desanimes nem te desconsoles.

Cultiva o bom ânimo com os que te visitam dominados pelo frio do desencanto ou da indiferença.

Não te esqueças de que Jesus jamais se desespera conosco e, como que oculto ao nosso lado, paciente e bondoso, repete-nos de hora a hora: Ama e auxilia sempre. Ajuda aos outros amparando a ti mesmo, porque se o dia volta amanhã, eu estou contigo, esperando pela doce alegria da porta aberta de teu coração.

 

EMMANUEL

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo Espírito Emmanuel. Vida e Caminho. Ed.GEEM)

“Janeiro a Janeiro, renova-se o ano,…”

RECOMECEMOS

“Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho." Jesus – Mateus, 9:16.

 

Não conserves lembranças amargas.

Viste o sonho desfeito.

Escutaste a resposta de fel.

Suportaste a deserção dos que mais amas.

Fracassaste no empreendimento.

Colheste abandono.

Padeceste desilusão.

Entretanto, Recomeçar é Bênção na Lei de Deus.

A possibilidade da espiga ressurge na sementeira.

A água, feita vapor, regressa da nuvem para a riqueza da fonte.

Torna o calor da primavera, na primavera seguinte.

Inflama-se o horizonte, cada manhã, com o fulgor do Sol, reformando o valor do dia.

Janeiro a Janeiro, renova-se o ano, oferecendo novo ciclo ao trabalho.

É como se tudo estivesse a dizer: “Se quiseres, podes recomeçar".

Disse, porém, o Divino Amigo que ninguém aproveita remendo novo em pano velho.

Desse modo, desfaze-te do imprestável.

Desvencilha-te do inútil.

Esquece os enganos que te assaltaram.

Deita fora as aflições improfícuas.  

Recomecemos, pois, qualquer esforço com firmeza, lembrando-nos, todavia, de que tudo volta, menos a oportunidade esquecida, que será sempre uma perda real.

 

Emmanuel  

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo Espírito Emmanuel. Palavras de Vida Eterna. Lição nº 01. Ed. CEC)

USE-São Paulo: planos de ação e palestra

USE-CDE-Apres.Perri USE-CDE-Mesa-Apres.Perri

No dia 13 de dezembro de 2015 (domingo), a União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo reuniu seu Conselho Deliberativo Estadual em sua sede, em São Paulo. Ocorreram definições de planos de trabalho para 2016 e sobre o 17º Congresso Estadual da USE, programado para a cidade de Atibaia, de 23 a 25/6/2017. Como convidado, compareceu Antonio Cesar Perri de Carvalho, ex-presidente da USE-SP e da FEB e atual membro da Comissão Executiva do CEI e do GEECX (DF). Abordou o tema solicitado: “Orientações ao trabalho de unificação”, atendeu a perguntas e recebeu homenagens dos dirigentes da USE. Houve almoço de confraternização. Informações: http://usesp.org.br/

ORAÇÃO DO NATAL

Rei Divino, na palha singela, porque te fizeste criança, diante dos homens, quando podias ofusca-los com a grandeza do Teu Reino?

Soberano da Eternidade, porque estendeste braços pequerruchos e tenros aos pastores humildes, mendigando-lhes proteção, quando o próprio firmamento te saudava com uma estrela sublime, emoldurada de melodias celestes?

Certamente, vinhas ao encontro de nosso coração, para libertá-lo.

Procuravas o asilo de nossa alma, para convertê-la em harpa nas tuas mãos.

Preferias esmolar segurança e carinho, para que, em te amando, de algum modo, na manjedoura esquecida, aprendêssemos a amar-nos uns aos outros.

Tornavas-Te pequenino para que a sombra do orgulho se desfizesse, em torno de nossos passos, e pedias compaixão, porque não nos buscavas por adornos do Teu carro de triunfo, como vassalos de Tua Glória, mas, sim, por amigos espontâneos de Tua causa e por tutelados de Tua bênção…

E modificaste assim, o destino das nações. Colocaste o trabalho digno, onde a escravidão gerava a miséria, acendeste a claridade do perdão, onde a noite do ódio assegurava o império do crime, e ensinaste-nos a servir e a morrer, para que a vida se tornasse mais bela…

É por isso que, ajoelhados em espírito, recordando-Te o berço pobre, ofertamos-Te o coração…

Arranca-o, Senhor, da grade do nosso peito, enferrujado de egoísmo, e faze-o chorar de alegria, no deslumbramento de Tua luz!… Conduze-nos, ainda, aos tesouros da humildade, para que o poder sem amor não nos enlouqueça a inteligência, e deixa-nos entoar o cântico dos pastores, quando repetia, em prantos jubilosos, a mensagem dos anjos:

– Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens!…

MEIMEI

(Xavier, Francisco Cândido. ANTOLOGIA MEDIÙNICA DO NATAL. Cap. 26. Ed.FEB)

 

Atenção:

Acesse esta mensagem lida por Chico Xavier:

https://www.youtube.com/watch?v=nnhpFdfXynY

O que acontece com o Evangelho?

"Irmão, que ouves no Natal os ecos suaves do cântico milagroso dos anjos, recorda que o Mestre veio até nós para que nos amemos uns aos outros"

Emmanuel (Antologia mediúnica do Natal, cap.1, FEB)

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De Leitor (15/12/2015):

Para grupo Chico Xavier:

O que acontece com o Evangelho?

Achei o Grupo na internet e quiz um contato.

Moro no sertão bem longe da capital e encho meu tempo lendo tudo que chega sobre a Doutrina de Kardec e pela antena dos canais de TV.

Dois anos atrás fiquei entusiasmado porque comecei a ver mais notícias do Evangelho de Jesus. Com muito esforço assisti o Congresso Espírita Brasileiro porque foi feito mais perto de minha terra. Fiquei satisfeito em conhecer muitos oradores pregando o Evangelho.

Vi na TVCEI muitos programas de estudo do Evangelho. Muitos irmãos de cultura fizeram comentários lembrando Kardec, Emmanuel e parece que Honório, lá de Minas. Lembro da presença do Haroldo, do Perri e muita gente jovem. Vi também notícias de reuniões sobre o Evangelho, de várias cidades, ensinando como estudar e como procurar respostas nos livros sobre o Novo Testamento.

Não achei mais nada. Busquei a TV da FEB eu li: canal pago $19,90 por mês. Será que agora precisa pagar para ver o programa do Evangelho?

Estou meio triste e preocupado, o que acontece com o Evangelho?

Já tinha achado na internet notícia de um grupo Chico Xavier e vi que tem muita coisa boa. Vou continuar buscando notícias de vocês.

Hoje tem muita gente de cultura falando de tudo. Será que é mais difícil para se falar do Evangelho ? Parece que agora não tem mais o entusiasmo de alguns anos atrás para ensinar o Evangelho.

Como gente do povo e espírita do interior acho que o povo precisa do Espiritismo ensinando o Evangelho de Jesus.

No fim do ano todo mundo fala do Natal e lembra que Jesus nasceu e era simples.

Eu lembro da infância e fico feliz de tudo o que falavam, de Jesus no coração das pessoas.

Anísio T.Pereira

TV: Mundo Maior em Debate

TV Mundo Maior

O programa Mundo Maior em Debate, da TV Mundo Maior (Guarulhos, SP), que tem como apresentador André Marouço, na noite do dia 12 de dezembro, teve como tema Loucura e Obsessão. O programa foi ao vivo, com platéia presente e contou com a participação de três convidados espíritas, André Marouço recebeu o Dr. João Lourenço, estudioso espírita, psiquiatra  e diretor clínico das Casas André Luiz, a psicóloga Del Mar Franco e Cesar Perri, ex – presidente da USE (São Paulo) e da FEB. Este, focalizou o livro de Bezerra de Menezes “Loucura sob novo prisma”, fatos de “No Mundo Maior” e o caso de Benedita Fernandes. Informações:http://tvmundomaior.com.br/editorial/mundo-maior-em-debate-loucura-e-obsessao-chamada/

José da Galiléia

“E projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: – José, filho de David, não temas receber a Maria.” – Mateus: 1-20

 

Em geral, quando nos referimos aos vultos masculinos que se movimentam na tela gloriosa da missão de Jesus, atendemos para a precariedade dos seus companheiros, fixando, quase sempre, somente os derradeiros quadros de sua passagem no mundo.

É preciso, porém, observar que, a par de beneficiários ingratos, de ouvintes indiferentes, de perseguidores cruéis e de discípulos vacilantes, houve um homem integral que atendeu a Jesus, hipotecando-lhe o coração sem mácula e a consciência pura.

José da Galiléia foi um homem tão profundamente espiritual que seu vulto sublime escapa às analises limitadas de quem não pode prescindir do material humano para um serviço de definições.

Já pensaste no cristianismo sem ele?

Quando se fala excessivamente em falência das criaturas, recordemos que houve tempo em que Maria e o Cristo foram confiados pelas Forças Divinas a um homem.

Entretanto, embora honrado pela solicitação de um anjo, nunca se vangloriou de dádiva tão alta.

Não obstante contemplas a sedução que Jesus exercia sobre os doutores, nunca abandonou a sua carpintaria.

O mundo não tem outras notícias de suas atividades senão aquelas de atender às ordenações humanas, cumprindo um édito de César e as que no-lo mostram no templo e no lar, entre a adoração e o trabalho. Sem qualquer situação de evidencia, deu a Jesus tudo quanto podia dar.

A ele deve o cristianismo à porta da primeira hora, mas José passou no mundo dentro do divino silêncio de Deus.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Levantar e Seguir.  Ed.GEEM)

Paulo se dirige aos romanos

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Paulo se encontrava em Corinto (entre 55 e 57 d.C.) quando  escreveu a Epístola aos Romanos, na qual registra seu grande desejo de viajar a Roma. Fica claro pela leitura de Atos (28:15) e da Epístola aos Romanos de que já existiam agrupamentos cristãos em Roma, antes das viagens de Paulo e de Pedro. Portanto, estes dois missionários não foram os fundadores do primeiro grupo cristão na capital do Império.1

Em Paulo e Estêvão, Emmanuel comenta episódios precedendo a redação da carta e sobre o grandioso projeto da visita a Roma.2 A epístola foi encaminhada aos destinatários, mas a viagem de Paulo foi adiada, vindo a ser realizada tempos depois, quase no final de suas atividades. Após sua prisão em Jerusalém e apelar a Cesar perante o governador romano Festo e o rei da Judéia, Agripa, em Cesaréia (Atos, 26:32), foi levado como um cidadão romano prisioneiro, chegando à capital imperial provavelmente no ano 60 d.C.

No início da carta aos romanos, Paulo externa seu propósito de um trabalho de natureza espiritual e enfatiza a proposta de anunciar a mensagem de Cristo. Dirige-se aos cristãos de Roma com críticas às tradições judaicas e deixando clara a divergência entre os judeus e os gentios convertidos ao nascente movimento.  Redige um documento de não concordância à idolatria e à vida dissoluta dos gentios, e de apologia à fé, apresentando subsídios para a compreensão da Justiça de Deus. O estudioso bíblico Champlin sintetiza o conteúdo da epístola, como “delineamento da doutrina cristã: justificação pela fé, transformação dos remidos segundo a imagem do Cristo. Problemas em uma igreja local mundana. Defesa paulina contra os judaizantes.” 2

Paulo defende a diretriz de divulgação dos ensinos de Jesus para todos, sem distinção de nacionalidades, e ao analisar a tradição judaica manifesta sua tristeza por causa da incredulidade dos judeus e pelo fato destes rejeitarem o Cristo:

“[…] que tenho grande tristeza e incessante dor no meu coração” (9:2).3

Em diversos pontos da carta firma sua ideia, como apóstolo dos gentios, lembrando que os destinatários da Epístola residiam na capital do Império, ou seja do “mundo gentílico”:

“[…] glória, porém, e honra e paz a todo aquele que pratica o bem, primeiramente ao judeu, e também ao grego” […] “pois para com Deus não há acepção de pessoas” (1:10-11); “É porventura Deus somente dos judeus? Não é também dos gentios? Também dos gentios, certamente…” (1:29)   

Essa posição do ex-doutor da lei judaica é importante pois que os grupos cristãos iniciais de Roma adotavam posturas judaizantes. Ele tinha por objetivo atender a todas as nacionalidades e, por razões óbvias, na capital do Império, sem desrespeitar compromissos valorizados pelo Estado Romano e sem comprometer os integrantes dos grupos cristãos. Inclusive fez uma recomendação na mesma linha do Cristo com sua oportuna resposta sobre o “Daí a Cesar…”, Paulo escreveu: “Dai a cada um o que lhe é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra” (13:7). 

No contexto de um império com muitos cultos, adorações e sincretismos, Paulo defende claramente o monoteísmo, mas sem prendê-lo ao povo de Israel. Robustece a crença em Deus com os ensinos do Cristo. E, encerra a epístola com votos:

“Ao único Deus sábio seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre.” (16:27) 

            Referências:

  1. Champlin, Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado: versículo por versículo. Vol. 3. Cap.Romanos. São Paulo: Hagnos, 2014.

  2. Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Paulo e Estêvão. Cap. VII e IX, Brasília: FEB. 2012.

  3. Citações da Epístola aos Romanos. In: A Bíblia Sagrada. Tradução Almeida, João Ferreira. Edição Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original. São Paulo: Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil. 2007.

Síntese e trechos de artigo do mesmo autor – "Paulo e a Epístola aos Romanos", Revista Internacional de Espiritismo, outubro de 2015.