“Dama da Caridade”

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Benedita Fernandes nasceu aos 27/6/1883 em Campos Novos de ­Cunha (SP) e desencarnou em Araçatuba aos 9/10/1947.

O ingresso de Benedita Fernandes nas ações espíritas foi muito pecu­liar. Portadora de atroz obsessão, autêntica subjugação, Benedita perdeu o contacto com a família e perambulava sem rumo.

Certa feita, causava tantos incômodos à população que foi recolhida à Cadeia Pública da cidade de Penápolis. Àquela época não existiam hospitais ou atendimentos para tal fim. O carcereiro Padial e depois o sr. Marcheze deram assistência à mulher doente, principalmente com passes. Ela recobrou a consciência e resolveu rumar para Araçatuba.

Como gratidão pelo benefício, a mulher simples, negra e semi-analfabeta, juntamente com outras lavadeiras começou a erguer casinhas de madeira no então Bairro Dona Ida (hoje Santana), nos idos de 1927.

Benedita transformou-se em pioneira da assistência social espírita em toda a região Noroeste do Estado de São Paulo, ao fundar a Associação das Senhoras Cristãs, aos 6/3/1932, em Araçatuba. Como esta obra originou o Sanatório; ela é também, provavelmente, uma das pioneiras dos Hospitais Psiquiátricos Espíritas.

A reunião para fundação da Associação ocorreu nas dependências do Centro Espírita “Paz, Amor e Caridade”, no mesmo bairro. Entre os presentes, destacamos o pioneiro do movimento espírita araçatubense, o sr. Gedeão Fernandes de Miranda.

A ação assistencial se desdobrou com inauguração do prédio próprio em 1933. Por exigência dos órgãos governamentais, o trabalho foi desdobrado em duas ações específicas, de atendimento a doentes mentais e a crianças órfãs e carenciadas. Assim, surgia a “Casa da Criança” e o Asilo “Dr.Jaime de Oliveira”. Estas instituições foram, respectivamente, desativada e transformado em Sanatório que homenageia Benedita, nos anos 50, após a desencarnação da fundadora.

Benedita Fernandes também oferecia uma classe de aula em convênio com a Prefeitura Municipal e mantinha um albergue noturno.

Além da obra assistencial atuou como médium, principalmente passista, e deixou muitos exemplos nobilitantes. Inclusive Benedita Fernandes atendeu, com passes, a nossa bisavó materna.

Benedita Fernandes tornou-se igualmente uma das pioneiras do atual movimento de unificação dos espíritas quando fundou aos 30/8/1940 a União Espírita Regional da Noroeste, sendo eleita sua presidente. Todavia, este movimento, na realidade, somente vicejou com a fundação da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, em 1947.

Assim, Benedita atuava no movimento espírita da cidade, fazia visitas e campanhas na região. Mantinha correspondência com Cairbar Schutel, que sempre publicava notícias sobre o trabalho dela no histórico jornal “O Clarim”. Era visitada por lideranças expressivas como João Leão Pitta e por Leopoldo Machado. Inclusive a este acompanhou até uma histórica confraternização espírita na cidade de Cruzeiro, SP. O pioneiro dr. Tomaz Novelino (de Franca, SP) também se refere a reunião que participou com Benedita, a propósito de doentes mentais.

Emília Santos, igualmente biografada, e muitos líderes da época foram colaboradores de Benedita. Ela contava com o apoio de autoridades municipais e estaduais, dos espíritas, da maçonaria e do povo em geral.

Há muitos episódios enobrecedores sobre sua dedicação à causa do bem, entremeados da interação com a comunidade.

Atualmente, suas antigas obras restringem-se ao Sanatório “Benedita Fernandes”. Como homenagem, a rua do Sanatório, no Bairro Santana, também tem seu nome. Temos localizado inúmeras instituições espíritas de São Paulo e de outros Estados que têm seu nome designando instituições espíritas ou departamento delas.

Um fato que contribuiu para divulgar o trabalho de Benedita Fernandes, foi uma mensagem psicografada por Francisco Xavier, intitulada “Num Domingo de Calor”, assinada por Hilário Silva, e publicada pelo “Anuário Espírita 1964” (IDE).

Comentamos essa mensagem nos nossos livros “Dama da Caridade” e “Chico Xavier – o homem e a obra”:

“Benedita Fernandes, abnegada fundadora da Associação das Senhoras Espíritas Cristãs, de Araçatuba, no Estado de São Paulo, foi convidada para uma reunião de damas consagradas à caridade, para exame de vários problemas ligados a obras de assistência. E porque se dedicava, particularmente, aos obsidiados e doentes mentais, não pode esquivar-se.

Entretanto, a presença da conhecida missionária causava espécie.

O domingo era de imenso calor e Benedita ostentava compacto mantô de lã, apenas compreensível em tempo de frio.

– Mania! – cochichava alguém, à pequena distância.

– De tanto lidar com malucos, a pobre espírita enlouqueceu… – dizia elegante senhora à companheira de poltrona, em tom confidencial.

– Isso é pura vaidade, – falou outra – ela quer parecer diferente.

– Caso de obsessão! – certa amiga lembrou em voz baixa.

– Benedita, porém, opinava nos temas propostos, cheia de compreensão e de amor.

Em meio aos trabalhos, contudo, por notar agitações na assembléia, a presidente alegou que Benedita suava por todos os poros, e, em razão disso, rogou a ela que tirasse o mantô por gentileza.

Benedita Fernandes, embora constrangida, obedeceu com humildade e só aí as damas presentes puderam ver que a mulher admirável, que sustentava em Araçatuba dezenas de enfermos, com o suor do próprio rosto, envergava singelo vestido de chitão com remendos enormes.

Hilário Silva

(Página inédita, recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião da noite de 27/7/63).

 

Nos anos 70 e 80, Divaldo Pereira Franco psicografou várias mensagens de autoria de Benedita Fernandes. Algumas foram psicografadas por Divaldo, durante visita a Araçatuba. Estas estão incluídas em livros do mesmo médium.

Por ocasião do cinquentenário de suas obras lançamos um livro sobre Benedita – “Dama da Caridade”, inicialmente editado pela então União Municipal Espírita de Araçatuba, onde reunimos informações sobre a vida e a obra da notável obreira, bem como as mensagens espirituais dela ou alusivas a ela.
 

(Do livro Obra de Vultos I, editado pela USE Regional de Araçatuba. Texto copiado da Internet e do site: http://www.universoespirita.org.br/catalogo/literatura/textos/ISMAEL%20GOBI/obras_de_vultos/benedita_fernandes.htm)

No lar

Começar na intimidade do templo doméstico a exemplificação dos princípios que esposa, com sinceridade e firmeza, uniformizando o próprio procedimento, dentro e fora dele.

Fé espírita no clima da família, fonte do espiritismo no campo social. 

Calar todo impulso de cólera ou violência, amoldando-se ao Evangelho de modo a estabelecer a harmonia em si mesmo perante os outros.

A humildade constrói para a Vida Eterna. 

Proporcionar às crianças os fundamentos de uma educação sólida e bem orientada, sem infundir-lhes medo ou fantasias, começando por dar-lhes nomes simples e naturais, evitando a pompa dos nomes famosos, suscetíveis de lhes criar embaraços futuros.

O lar é a escola primeira. 

Sempre que possível, converter o santuário familiar em dispensário de socorro aos menos felizes, pela aplicação daquilo que seja menos necessário à manutenção doméstica.

A Seara do Cristo não tem fronteira. 

Se está sozinho com a sua fé, no recesso do próprio lar, deve o espírita atender fielmente ao testemunho de amor que lhe cabe, lembrando-se de que responderá, em qualquer tempo, pelos princípios que abraça.

A ribalta humana situa-nos sempre no papel que devamos desempenhar. 

Ao menos, uma vez por semana, formar o culto do Evangelho com todos aqueles que lhe co-participam da fé, estudando a Verdade e irradiando o Bem, através de preces e comentários em torno da experiência diária à luz dos postulados espíritas.

Quem cultiva o Evangelho em casa, faz da própria casa um templo do Cristo. 

Evitar o luxo supérfluo nos aposentos, objetos e costumes, imprimindo em tudo características de naturalidade, desde os hábitos mais singelos até os pormenores arquitetônicos da própria moradia.

Não há verdadeiro clima espírita cristão sem a presença da simplicidade conosco. 

"Aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus pais, porque isto é bom e agradável diante de Deus." Paulo. (I Timóteo, 5:4.) 

​​André Luiz

(Vieira, Waldo. Conduta Espírita, cap. 5, FEB) 

 

Encontro da Academia da Força Aérea

AFA-Parte do Auditório      AFA-Palestra Perri      AFA-Palestra Peixinho

AFA-Moacyr Camargo      AFA-Lançamento livro-Autor-espíritas região, Repres.O Clarim      AFA-Visita à Academia

“A família e a nova terra – o amor como sustentáculo” foi o tema central do 5º. Encontro Espírita da Academia da Força Aérea, realizado em Pirassununga (SP) nos dias 11 e 12 de junho. O evento foi patrocinado pelo Grupo Espírita Irmão Gabriel, Grupo Emmanuel da AFA e apoiado pela USE Intermunicipal de Araras. Atuaram como expositores: Alzira Bessa, Antonio Cesar Perri de Carvalho, Cláudio Sinotti, Margarete Áquila, André Luiz Peixinho, Emanuel Cristiano e Moacyr Camargo. Este último e Allan Vilches desenvolveram apresentações musicais. Houve transmissão ao vivo pela web radio Fraternidade. Foram montados estandes de livros, incluindo da Casa Editora O Clarim que fez o lançamento do livro “Epístolas de Paulo à luz do Espiritismo”, e estande sobre o Evangelho no Lar, com Luiz Cláudio da Silva. Houve participação de 410 pessoas, provenientes de 40 cidades entre os estados MG, SP, RJ, BA e o DF. Além de oficiais e cadetes da Academia, estavam presentes também militares do Exército e da Marinha. O oficial da Aeronáutica Renato Pereira Batista foi o coordenador do evento. Informações: www.encontroespiritaafa.com.brhttps://www.oclarim.org/oclarim/265/epistolas-de-paulo-a-luz-do-espiritismo.html 

 

Valorização da Vida em Agulhas Negras

Mês Espírita de Agulhas Negras-Palestra abertura Perri   Mês Espírita de Agulhas Negras-Seminário na Casa Espírita Joanna de Ângelis    Mês Espírita de Agulhas Negras-Presença presidente e diretor da Cruzada dos Militares Espíritas    Mês Espírita de Agulhas Negras-Parte do público abertura

Nos finais de semana de junho ocorre o XIV Mês Espírita das Agulhas Negras, na cidade de Resende (RJ), tendo como tema central "Valorização da Vida". A abertura foi feita por Antonio Cesar Perri de Carvalho, ex presidente da FEB. Na noite do dia 4 proferiu palestra no Centro Espírita "Flora de Araújo" e na manhã do dia 5 desenvolveu seminário na sede da Casa Espírita "Joanna de Ângelis". Na palestra de abertura houve o comparecimento da Cruzada dos Militares Espíritas local e nacional (presidente Danilo Vilella e diretor Eloy Vilella), dirigentes de instituições e Roberto Fonseca, coordenador do 40o Conselho Espírita de Unificaão do CEERJ, que promove o evento.

O NOVO MANDAMENTO

“Um novo mandamento vos dou: que vos ameia uns aos outros, como eu vos amei.”
Jesus (JOÃO, 13:

A leitura despercebida do texto induziria o leitor a sentir nessas palavras do Mestre absoluta identidade com o seu ensinamento relativo à regra áurea. Entretanto, é preciso salientar a diferença.

O “ama a teu próximo como a ti mesmo” é diverso do “que vos ameis uns aos outros como eu vos amei”.

O primeiro institui um dever, em cuja execução não é razoável que o homem cogite da compreensão alheia.

O aprendiz amará o próximo como a si mesmo. Jesus, porém, engrandeceu a fórmula, criando o novo mandamento na comunidade cristã.

O Mestre refere-se a isso na derradeira reunião com os amigos queridos, na intimidade dos corações.

A recomendação “que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” assegura o regime da verdadeira solidariedade entre os discípulos, garante a confiança fraternal e a certeza do entendimento recíproco.

Em todas as relações comuns, o cristão amará o próximo como a si mesmo, reconhecendo, contudo, que no lar de sua fé conta com irmãos que se amparam efetivamente uns aos outros.

Esse é o novo mandamento que estabeleceu a intimidade legítima entre os que se entregaram ao Cristo, significando que, em seus ambientes de trabalho, há quem se sacrifique e quem compreenda o sacrifício, quem ame e se sinta amado, quem faz o bem e quem saiba agradecer.

Em qualquer círculo do Evangelho, onde essa característica não assinala as manifestações dos companheiros entre si, os argumentos da Boa Nova podem haver atingido os cérebros indagadores, mas ainda não penetraram o santuário dos corações.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Caminho, verdade, vida. Cap. 179. FEB)

Defesa da Vida e Brasil sem Aborto – 10 anos

 

Marcha Brasil sem Aborto-2012-Lideranças e pres.FEB      CâmaraDeputados-mesa Sessão Solene Hom.Brasil sem Aborto-Pres.FEB-2012      Marcha Brasil sem Aborto-2013-Faixa e pres.FEB

“Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem? – O de viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal” (O livro dos espíritos, questão 880).

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

 

O Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto completa 10 anos agora em 2016.

A Federação Espírita Brasileira e seu Conselho Federativo Nacional tiveram marcantes posicionamentos e papeis ativos na origem e nos primeiros 10 anos do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto.

Na gestão do presidente da FEB Nestor João Masotti (**) houve significativo apoio para a implantação de Campanhas relacionadas com a Vida e a Família.

Em reunião do Conselho Federativo Nacional da FEB, em novembro de 2004, foi aprovada a ativação conjunta das Campanhas Família, Vida e Paz e de esclarecimento sobre o aborto. Em consequência, foi elaborado e lançado o livro Família, vida e paz (Ed. FEB, 2005).

Como reflexo dessas Campanhas preliminarmente já aprovadas pelo Conselho Federativo Nacional da FEB – Em Defesa da Vida, Viver em Família e Construamos a Paz Promovendo o Bem – e de sua implantação no País, houve forte motivação para a FEB participar de eventos que surgiam na Câmara dos Deputados para se evitar a descriminalização do aborto. Esses eventos eram promovidos pelo Deputado Federal Luiz Carlos Bassuma e seu assessor Jaime Ferreira Lopes.

O texto “O aborto na visão espírita”, elaborado pela Comissão da FEB para as Campanhas Família, Vida e Paz, foi publicado como Suplemento na edição de Julho de 2005 de Reformador, e, em seguida transformado em publicação avulsa, com ampla distribuição gratuita. Simultaneamente e com estímulo da FEB, foram elaborados os livretos: “O direito à vida no Ordenamento Jurídico”, pela Associação Brasileira de Magistrados Espíritas-ABRAME, e, “A vida contra o aborto – Dez perguntas e respostas sobre a origem da vida e a natureza do embrião”, pela Associação Médico Espírita do Brasil-AME. Em Junho de 2005 foram efetivadas visitas para entrega dos dois opúsculos citados, pelos presidentes Nestor João Masotti (da FEB), Marlene Nobre (da AME) e Zalmino Zimmermann (da ABRAME), aos presidentes do Congresso e do STJ, à Procuradoria Geral da República, a parlamentares e ministros do Judiciário. Em seguida, estes opúsculos foram encaminhados pelo correio a médicos, juízes e autoridades do País.

No final de 2005, a FEB iniciou uma ampla distribuição de cartazes e opúsculos das Campanhas Família, Vida e Paz.

Paralelamente, a FEB compareceu em eventos por ocasião da criação da Frente Parlamentar Em Defesa da Vida, liderada pelo Deputado Bassuma.

O primeiro grande ato público em defesa da vida e contrário ao aborto ocorreu na cidade de São Paulo no dia 24/3/2007 – realizado na Praça da Sé, promovido pela representante da USE-SP Dra. Marília de Castro. Contou com representantes do governo de São Paulo, parlamentares federais, estaduais e municipais, entidades civis e religiosas, inclusive a FEB, representada pelo diretor Antonio Cesar Perri de Carvalho.

Em abril de 2007 houve o início dos preparativos para a 1ª. Marcha do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto, em Brasília, organizada por Jaime Ferreira Lopes. A 1ª. Marcha do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto aconteceu no dia 15/8/2007, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, contando com ampla representatividade de entidades da sociedade civil e religiosas, parlamentares e artistas. A FEB esteve presente com o seu presidente e o secretário geral do CFN. A partir daí a FEB participou de todas as Marchas Nacionais realizadas em Brasília até o ano de 2014, contando com a presença do secretário geral do CFN e depois presidente da FEB.

Em todas as reuniões do CFN da FEB, de 2007 e até 2014, ocorriam relatos sobre as Campanhas da FEB e sobre as ações do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto. A FEB integrou a vice presidência, na pessoa do secretário geral do CFN, e  comissões do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto.

Além dos preparativos e realização das Marchar Nacionais, a FEB esteve presente com o Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto no lançamento na Câmara dos Deputados a Campanha Nacional pela coleta de cinco milhões de assinaturas contra a descriminalização do aborto. Em seguida em reuniões da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara Federal que rejeitou projeto de descriminalização do aborto no dia 7/5/2008.

A essa altura o Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto, já estimulava e constituía Comitês Estaduais e, entre os iniciais, havia espíritas na liderança, como em São Paulo, Amazonas, Ceará, Goiás e Rio de Janeiro. Depois surgiram outros Comitês Estaduais, sempre com a integração e ação efetiva de espíritas.

A revista da FEB Reformador divulgou quase que mensalmente as Campanhas da FEB e as ações do Movimento Nacional. Na edição de março de 2009 publicou a entrevista “Mobilização em Defesa da Vida e contra o aborto”, com Jaime Ferreira Lopes. Em 2011, aconteceu um fato marcante, em consequência de visita do secretário geral do CFN ao ex ministro do Supremo Tribunal Federal Eros Grau, em São Paulo, redundando na obtenção e publicação do artigo do jurista intitulado “Pequena nota sobre o direito de viver” (Reformador, Setembro de 2011).

Em Audiência Pública na Câmara dos Deputados sobre a questão dos fetos anencéfalos (2009) a FEB foi representada por Jaime Ferreira Lopes. Durante os três dias de reuniões no Supremo Tribunal Federal, houve o acompanhamento por representantes da AME-DF, Associação Jurídica Espírita do Brasil e pelo secretário geral do CFN da FEB, nos dias 10 a 12/4/12, quando o STF aprovou a liberação do aborto para casos de fetos anencefálicos. Em seguida, a FEB divulgou nota assinada pelo seu presidente, estimulando a manutenção do trabalho educativo de se valorizar a vida.

Ainda no dia 6 agosto de 2011, a FEB apoiou a inauguração do “Vida – Instituto Espírita Bezerra de Menezes” e “Instituto Vida de Defesa da Criança por Nascer”, no bairro Areal, no Distrito Federal, fundado por Jaime Ferreira Lopes.

Fato marcante foi a Sessão Solene da Câmara dos Deputados, no dia 25 de junho de 2012, em homenagem ao Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto. O presidente interino da FEB integrou a Mesa e se manifestou na solenidade.

Na 8ª. Marcha Nacional, efetivada no dia 2 de junho de 2015, pelos espíritas falou Antonio Cesar Perri de Carvalho, membro do Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier e integrante da Comissão Executiva do Conselho Espírita Internacional.

Desde o início das Marchas Nacionais e até a do ano de 2014, a FEB patrocinou a impressão de cartazes e folhetos e a equipe da Secretaria Geral do CFN da FEB teve atuação nos preparativos, divulgação dos folhetos e cartazes e no desenvolvimento das Marchas. Em praticamente todos eventos houve transmissão ou gravação por parte da então TVCEI.

Fontes:

– Revista Reformador, edições mensais de 2005 a 2014.

- Família, vida e paz. 1.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. 103p.

 (*) – Diretor e secretário geral do CFN da FEB (2004-2012), presidente da FEB interino (2012-2013) e efetivo (2013-2015).

(**) – Presidente efetivo da FEB (2001-licenciado a partir de maio de 2012).

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De:

http://www.redeamigoespirita.com.br/profiles/blogs/defesa-da-vida-e-brasil-sem-aborto-10-anos?xg_source=msg_appr_blogpost

 

O ARGUMENTO JUSTO

 

À noite, em casa de Simão Pedro, transparecia um véu de tristeza na maioria dos semblantes.

Tadeu e André, atacados horas antes, nas margens do lago, por alguns malfeitores, viram-se constrangidos à reação apressada. Não surgira consequência grave, mas sentiam-se ambos atormentados e irritadiços.

Quando Jesus começou a falar acerca da glória reservada aos bons, os dois discípulos deixaram transparecer, através do pranto discreto, a amargura que lhes dominava a alma e, não podendo conter-se, Tadeu clamou, aflito:

– Senhor, aspiro sinceramente a servir à Boa Nova; contudo, sou portador de um coração indisciplinado e ingrato. Ouço, contrito, as explanações do Evangelho; lá fora, porém, no trato com o mundo, não passo de um espírito renitente no mal. Lamento… lamento… mas como trabalhar em favor da Humanidade nestas condições?

Embargando-se-lhe a voz, adiantou-se André, alegando, choroso:

– Mestre, que será de mim? Ao seu lado, sou a ovelha obediente; entretanto, ao distanciar-me… basta uma palavra insignificante de incompreensão para desarmar-me. Reconheço-me incapaz de tolerar o insulto ou a pedrada. Será justo prosseguir, ensinando aos outros a prática do bem, imperfeito e mau qual me vejo?…

Calando-se André, interferiu Pedro, considerando:

– Por minha vez, observo que não passo de mísero espírito endividado e inferior. Sou o pior de todos. Cada noite, ao me retirar para as orações habituais, espanto-me diante da coragem louca dentro da qual venho abraçando os atuais compromissos. Minha fragilidade é grande, meus débitos enormes. Como servir aos princípios sublimes do Novo Reino, se me encontro assim insuficiente e incompleto?

À palavra de Pedro, juntou-se a de Tiago, filho de Alfeu, que asseverou, abatido:

– Na intimidade de minha própria consciência, reparo quão longe me encontro da Boa Nova, verdadeiramente aplicada. Muita vez, depois de reconfortar-me ante as dissertações do Mestre, recolho-me ao quarto solitário, para sondar o abismo de minhas faltas. Há momentos em que pavorosas desilusões me tomam de improviso. Serei na realidade um discípulo sincero? Não estarei enganando o próximo? Tortura-me a incerteza… Quem sabe se não passo de reles mistificador?

Outras vozes se fizeram ouvir no cenáculo, desalentadas e cheias de amargura.

Jesus, porém, após assinalar as opiniões ali enunciadas, entre o desânimo e o desapontamento, sorriu, tocado de bom-humor, e esclareceu:

– Em verdade, o paraíso que sonhamos ainda vem muito longe e não vejo aqui nenhum companheiro alado. A meu parecer, os anjos, na indumentária celeste, ainda não encontram domicílio no chão áspero e escuro em que pisamos.

Somos aprendizes do bem, a caminho do Pai, e não devemos menoscabar a bendita oportunidade de crescer para Ele, no mesmo impulso da videira que se eleva para o céu, depois de nascer no obscuro seio da terra, alastrando-se compassiva, para transformar-se em vinho reconfortante, destinado à alegria de todos.

Mas, se vocês se declaram fracos, devedores, endurecidos e maus e não são os primeiros a trabalhar para se fazerem fortes, redimidos, dedicados e bons em favor da obra geral de salvação, não me parece que os anjos devam descer da glória dos Cimos para substituir-nos no campo de lições da Terra.

O remédio, antes de tudo, se dirige ao doente, o ensino ao ignorante… De outro modo, penso, a Boa Nova de Salvação se perderia por inadequada e inútil…

As lágrimas dos discípulos transformaram-se em intenso rubor, a irradiar-se da fisionomia de todos, e uma oração sentida do Amigo Divino imprimiu ponto final ao assunto.

Neio Lúcio

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo Espírito Neio Lúcio. Jesus no Lar. Lição nº 38. FEB)