Reinício de Estudos sobre Evangelho em São Paulo

Reinício de Estudos sobre Evangelho em São Paulo

No dia 3 de março houve a abertura pela Presidente do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa Espírita, em São Paulo, dos "Estudos do ESE-O Evangelho Segundo o Espiritismo" coordenado por Cesar Perri, Célia e Flávio Rey de Carvalho. Na oportunidade, houve saudação por Júlia Nezu, presidente do CCDPE; Célia e Flávio realizaram explicações sobre o estudo semanal.

76 anos de Centro com mês de palestras

76 anos de Centro com mês de palestras

O Centro Espírita Paz e Amor, de Americana (SP) iniciou a comemoração dos 76 anos de sua fundação com palestras semanais. A abertura foi feita por Antonio Cesar Perri de Carvalho, no dia 3 de março, que abordou o tema "Trajetória espiritual de Emmanuel". Houve homenagem pelas crianças; o auditório estava lotado, seguindo-se autógrafos com presença do editor da EME. Estão programadas palestras de Izaias Claro, Orson Peter Carrara, Edson Assunção e André Luiz Rosa.

Herculano Pires e o Evangelho

Herculano Pires e o Evangelho

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

No dia 9 de março transcorrem 41 anos da desencarnação de José Herculano Pires (1914-1979) – professor, filósofo, jornalista e escritor, que marcou época no movimento espírita brasileiro.

Por formação era filósofo, com mestrado na USP e atuava como jornalista. Escreveu durante muito tempo com o pseudônimo de Irmão Saulo no jornal “Diário de São Paulo” e mantinha programa radiofônico na Rádio Mulher, de São Paulo. Foi um dos entrevistadores de Chico Xavier no programa “Pinga Fogo” na antiga TV Tupi de São Paulo. Juntamente com sua esposa Virgínia fundou o Grupo Espírita Cairbar Schutel, em São Paulo.

Herculano Pires é autor de dezenas de livros. Ficaram muitos conhecidos os publicados pela Editora GEEM, em que ele comenta mensagens psicografadas por Chico Xavier, como "Chico Xavier pede licença", "Diálogos dos vivos" e "Somos seis". Várias obras do autor, em geral publicadas pela Editoria Paidéia, estão relacionadas com religião e o Evangelho, como: "Lázaro" (trilogia "A conversão do mundo"), "Madalena" (trilogia "A conversão do mundo"), "O espírito e o tempo", "O reino", "O ser e a serenidade", "Revisão do cristianismo", "Agonia das religiões" e outros, e, mais recentemente uma publicação póstuma: "O evangelho de Jesus em espírito e verdade", pela Editora Paidéia.1

Herculano sempre foi um vigoroso estudioso e propagador das obras do Codificador, a ponto do espírito Emmanuel, pela mediunidade de Chico Xavier, tê-lo chamado de “o metro que melhor mediu Kardec”.

Embora o tema dos Evangelhos apareça em praticamente todas obras de Herculano Pires, acima citados, essa edição póstuma é uma síntese e num linguagem simples. "O evangelho de Jesus em espírito e verdade" é obra inédita, organizada por Célia Arribas, e resultante do trabalho de degravação da parte dos comentários sobre o Evangelho, de 100 programas radiofônicos selecionados de Herculano Pires, intitulados "No Limiar do Amanhã", semanalmente transmitidos pela Rádio Mulher, de São Paulo, durante os anos 1970, e retransmitidos pela Rádio Morada do Sol, de Araraquara (SP), e Rádio Difusora Platinense, de Santo Antonio da Platina (Pr). Herculano trabalha a essência pura e vigorosa da mensagem de Jesus com um linguajar simples, pois se apresenta no estilo da linguagem falada e em programas destinados ao público em geral. Como sempre, muito lúcido e com abordagens profundas e com base no Codificador Allan Kardec.

Entre os capítulos desse livro: A universalidade da mensagem de Jesus; A Bíblia, o Evangelho e o Espiritismo; O nascimento de Jesus; Religião em espírito e verdade; A crucificação do Cristo e sua ressurreição; O nascimento da igreja cristã; Paulo e Estêvão; O consolador prometido; vários capítulos sobre Paulo e sobre manifestações espirituais. Para o autor, "O espiritismo se confirma, portanto, ao contrário do que dizem os seus adversários, nas próprias palavras e nos próprios ensinos dos evangelhos". Referindo-se aos princípios e cuidados no movimento espírita, pondera: "O que nos deve interessar não é nosso opinião nisso ou naquilo, mas sim a firmeza com que pudermos seguir os princípios da doutrina espírita. E esses princípios estão firmados, como nós sabemos na codificação de Allan Kardec. E estes princípios, por sua vez, têm a sua base mais profunda, as suas raízes mais penetrantes nos próprio evangelho de Jesus." Ao comentar a vida e obra do apóstolo Paulo, Herculano destaca que: "Ele libertava a religião da política e do negócio. Para ele, a religião tinha que ser vivida em si mesma e vivida com toda a independência moral". A propósito de trecho de Atos sobre "muitos milagres e prodígios entre o povo pelas mãos dos apóstolos" o autor aponta que ali se encontra "uma das mais belas confirmações evangélicas da realidade e da verdade do Espiritismo e das suas práticas como continuação do cristianismo em espírito e verdade aqui na terra."

Para Herculano Pires o problema fundamental do cristianismo é o mandamento do "amai-vos uns aos outros". Conclui: "este é o princípio fundamental do evangelho que Jesus nos oferece para a nossa compreensão espiritual." Consideramos muito elucidativa e oportuna a obra postumamente publicada de Herculano Pires, e que deve merecer espaço nos estudos dos centros espíritas.

Fonte:

1) Pires, José Herculano. Org. Arribas, Célia. O evangelho de Jesus em espírito e verdade. 1.ed. São Paulo: Editora Paidéia. 2016. 385p.

(*) Foi presidente da USE-SP e da FEB.

Estudo sobre “O Evangelho Segundo o Espiritismo” no CCDPE

Estudo sobre "O Evangelho Segundo o Espiritismo" no CCDPE

 

1) Coordenação: Antonio Cesar Perri de Carvalho e Célia Maria Rey de Carvalho;

2) Duração do estudo: de março a dezembro de 2020;

3) Dia da semana e horário: terça-feira, das 20h às 21h30;

4) Duração da reunião: 90 minutos;

5) Local: CCDPE – Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa Espírita Eduardo Carvalho Monteiro:      Alameda dos Guaiases, 16 – Indianópolis – São Paulo.

6) Inscrições:      

a) inscrições na reunião;

b) sem exigência de pré-requisito de frequência a nenhum estudo/curso;      

c) frequentadores de qualquer instituição espírita; público em geral.

7) INFORMAÇÕES:

(copie e cole)  evangelhoccdpe@gmail.com

JUNTO AOS QUE SOFREM

JUNTO AOS QUE SOFREM

O expositor da Doutrina Espírita, em geral, e o médium consciente dos próprios deveres, em particular, no exercício do mandato superior da caridade com Jesus, fazem-se instrumento de graves responsabilidades, em consideração as aflições do próximo, que neles espera encontrar apoio espiritual e consolo moral, a fim de ter diminuídas as provações em que se estertora, em face das excelentes diretrizes que dimanam do Consolador.

Enfermidades do corpo e da mente, desequilíbrios da emoção, dramas do sentimento e da consciência, ansiedades injustificáveis ou não, e frustrações amesquinhadoras são uma constante à volta deles, em rosários de desesperos, rogando-lhes orientação, socorro, solução, ajuda providencial…

O desconhecimento do Espiritismo, por parte dos que choram e anelam por encontrar respostas simples e equações rápidas para as suas necessidades, mais agrava o relacionamento entre aqueles e o companheiro portador de precárias expressões de equilíbrio, como, também, enseja uma ideia falsíssima da função que estes exercem em relação à vida.

Porque lidam e se identificam com relativa facilidade com o Mundo Espiritual, quando não são vistos na condição de charlatães ou inescrupulosos, passam por criaturas sobrenaturais ou especiais, dotadas de poderes de exceção, com que podem a bel prazer modificar destinos e corrigir erros, a golpes de interferência caprichosa.

Não desejando à maioria dos consulentes submeter-se a um programa de reeducação, quando desorganizados interiormente, ou de educação diante das imposições superiores que regem a vida, nas quais a dor surge como cadinho purificador, supõem que, através do artifício das lágrimas de momento ou dos compromissos de futuros labores beneficentes, com vistas ao próximo, conseguirão modificar as paisagens íntimas sombrias e carrear merecimentos instantâneos, com os quais se transformarão os quadros dos valores vigentes.

Arrimados às pieguices religiosas com que no passado esperavam subornar e submeter a Divina Consciência, transferem-se de crença com a leviandade de quem muda de traje, iludindo-se com as perspectivas de amealhar maior soma de favores espirituais, sem a correspondente doação de sacrifício pessoal.

Não se lhes negando solidariedade nem concurso fraterno, faz-se, porém, imperioso, aclará-los quanto às próprias responsabilidades, bem assim, quanto ao significado dos sofrimentos que os sobrecarregam, tendo-se em vista a legitimidade das leis que regem os destinos, a fim de que compreendam o impositivo da meditação e da oração, superando dificuldades mediante renúncia e paciência em perfeita sintonia com as Entidades Superiores que lhes supervisionam a existência.

Auxiliá-los com a palavra amiga, inspirada no Evangelho de Jesus, sim; porém, não ser conivente com as suas de-fecções e erros, dando margem a conceitos inexatos sobre o ministério da mediunidade e da doutrinação.

Atendê-los com o passe restaurador de forças, impulsioná-los à mudança de atitude perante a vida, para melhor, com que poderão marchar em confiança e paz.

Socorrê-los na desobsessão, esclarecendo os seus inimigos desencarnados, ao mesmo tempo, elucidando-os quanto ao esforço pela transformação interior com que se lhes modificarão os clichês mentais, predispondo-os para novos e superiores tentames.

Em qualquer momento e em toda situação, manter a atitude de honesta humildade, não deixando que se exteriorizem as próprias imperfeições, as quais, disfarçadas, procuram angariar de falsas posições de privilégio de que gozariam na economia moral terrestre, em que todos nos encontramos na condição de espíritos necessitados de elevação, portanto, ainda cheios de mazelas e problemas…

Quando as proposituras dos aflitos parecerem mais difíceis de orientar, evitarem-se respostas dúbias, desculpistas ou indiferentes, confessando-se as limitações em que se encontram, e, orando por eles com sincero interesse, conseguirão haurir força e inspiração para prosseguir fiéis si mesmos e a Jesus, que é, afinal, o Excelso Amigo e Benfeitor, que nunca se escusava a compreender, a amar e a servir a todos quantos o buscavam batidos pelas aflições redentoras.

Benedita Fernandes

Página recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, em Araçatuba (SP), em 12/12/1976, em residência de Cesar Perri. Divulgada pela União Municipal Espírita de Araçatuba. Incluída no livro Sementes de Vida Eterna, psicografia de Divaldo Pereira Franco. Livraria Espírita Alvorada Editora: Salvador, 1978; e, em Benedita Fernandes. A dama da caridade (1a. edição em 1982), de Antonio Cesar Perri de Carvalho.

Palestras sobre Evangelho na Casa do Caminho

Palestras sobre Evangelho na Casa do Caminho

Entre as várias reuniões públicas diárias que o Grupo Espírita Casa do Caminho (Vila Clementino, São Paulo) oferece, as vespertinas focalizam temas de "O Evangelho segundo o Espiritismo", seguindo-se passes. Seguindo a escala de expositores, na tarde do dia 27 de fevereiro, Célia Maria Rey de Carvalho foi a expositora, abordando tema do capítulo "Bem aventurados os que são brancos e pacíficos". 

Acesse o Facebook do GECC (copie e cole):

https://www.facebook.com/groups/181825331856592/

Cultura e Pesquisa Espírita

Cultura e Pesquisa Espírita

Na noite do dia 26 de fevereiro houve reunião na sede do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa Eduardo Carvalho Monteiro, em São Paulo, com o objetivo de discutir o planejamento de ações sobre acervo e pesquisa. O evento foi dirigido por Pedro Nakano e além dos colaboradores presentes, outros participaram por skype, como: Jáder Sampaio, Gilmar Trivelatto, Antonio Cesar Perri de Carvalho, Flávio Rey de Carvalho, Wanderlei (de Autores Clássicos Espíritas). Na primeira semana de março serão reiniciadas as reuniões de estudo no CCDPE.

Localização à Alameda dos Guaiases, 16 – Indianópolis, São Paulo;

Acesso (copie e cole) – página do Facebook:

https://www.facebook.com/ccdpe/?ref=br_rs

A obra pioneira de Benedita Fernandes

A obra pioneira de Benedita Fernandes

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Um fato inédito ocorreu na então novata cidade de Araçatuba (SP), no dia 6 de março de 1932, tendo como protagonista uma lavadeira e descendente de escravos libertos, Benedita Fernandes.

Sem ser detentora de nenhum predicado associado ao chamado “passaporte social”, Benedita Fernandes fundou a Associação das Senhoras Cristãs, iniciando o atendimento a crianças órfãs e abandonadas e a doentes mentais. Àquela época ela já era espírita, pois foi curada de uma terrível obsessão, que chegava às raias da subjugação, por dois espíritas – o carcereiro Padial e João Marcheze -, nos momentos em que ela ficou recolhida à Cadeia Pública da vizinha cidade de Penápolis, pelo fato de causar pânico à população.

Consciente de sua nova situação e grata ao tratamento espiritual que recebeu, Benedita reuniu um grupo de lavadeiras, como ela, e espíritas de Araçatuba e fundou a primeira instituição espírita voltada à assistência social, um marco para toda a região Noroeste do Estado de São Paulo. Naquela época Araçatuba contava com um pequeno centro espírita funcionando na cidade e outra em zona rural próxima.

As ações da Associação das Senhoras Cristãs foram dinamicamente desenvolvidas e no final da década de 1930, Benedita Fernandes já havia conquistado o respeito além do ambiente dos espíritas, de muitos integrantes da Loja Maçônica Tupy, de políticos e da população em geral. A Associação passou a contar com o Asilo Doutor Jaime de Oliveira (para doentes mentais), Casa da Criança, Albergue Noturno e classe municipal para o ensino formal. Por ocasião da elaboração da biografia de Benedita Fernandes, cuja primeira versão foi publicada em 1982, quando a Associação completava seu Jubileu de Ouro, conhecemos e entrevistamos muitos cidadãos da cidade e outras localidades que tiveram contatos com Benedita Fernandes, incluindo parentes nossos.

Nos bate-papos soubemos do respeito que dois párocos locais tinham pela obra de Benedita. Também foi histórica a deferência do governador (interventor federal) Fernando Costa por ocasião de visita a Araçatuba.

Em nossos dias há várias mensagens assinadas pelo espírito Benedita Fernandes e uma marcante alusão à ela em texto psicografado por Chico Xavier em 1963, incluindo-a num relato sobre "uma reunião de damas consagradas à caridade" intitulado “Num domingo de calor”. Aliás, daí tiramos a inspiração para nosso livro intitulando-a de “Dama da Caridade”.

Os exemplos e a dedicação de Benedita Fernandes permanecem em muitos corações. Sua obra material foi se alterando ao longo do tempo e, em função de regulamentações governamentais sobre saúde mental, gerou algumas dependências de CAPS – Centro de Apoio Psicossocial, e um deles com o nome dela e contando com o apoio de voluntários vinculados à Associação das Senhoras Cristãs Benedita Fernandes.

Para o 2o semestre deste ano está previsto o lançamento de filme sobre Benedita Fernandes, elaborado por Sirlei Nogueira, de Araçatuba e com base no livro "Benedita Fernandes. A dama da caridade", de nossa autoria (Ed.Cocriação/USE Regional de Araçatuba).

 

                        O autor foi dirigente espírita em Araçatuba, presidente da Federação Espírita Brasileira e da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo.

Coronavírus – Uma Visão Espírita

Coronavírus – Uma Visão Espírita

Eliana Haddad

Iniciamos este ano com a notícia de uma epidemia causada pelo coronavírus, um grupo de vírus já conhecido desde 1960 e que provoca doenças que vão de infecções leves a moderadas até as mais graves, como a pneumonia, e que podem levar à morte. O vírus foi detectado inicialmente na China, em Wuhan. Seu período de incubação é de 2 a 14 dias e apresenta como principais sintomas: coriza, dor de garganta, febre, tosse e falta de ar. A transmissão acontece por meio de tosse ou espirro; contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão; e contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Desde dezembro do ano passado, quando surgiram os primeiros casos na cidade chinesa de Wuhan, 600 pessoas morreram e o número de infectados já soma 30 mil casos. Cidades são isoladas, aeroportos fiscalizados, mercado financeiro e turismo sofrem as consequências pelo medo do avanço da doença e o mundo, enfim, realmente se assusta, pois vários locais já foram atingidos. A Organização Mundial da Saúde declarou estado de emergência global, advertindo também para a solidariedade entre os países.

O aspecto espiritual

Independentemente de medidas urgentes a serem adotadas, visando estancar a proliferação do vírus, vale refletir sobre alguns aspectos interessantes a serem observados: Por que nem todos são contaminados? Por que uns morrem (2% dos infectados, segundo a OMS) e outros não? Inicialmente, o espiritismo explica que as doenças fazem parte das provas e das vicissitudes da vida terrena. “Nos mundos mais adiantados, o organismo humano, mais depurado e menos material, não está sujeito às mesmas enfermidades”. As condições de vida são muito diferentes da Terra. Também, “nos mundos felizes, as relações entre os povos são sempre amigáveis e nunca são perturbadas pela ambição de escravizar o vizinho, nem pela guerra”.

Ora, em resumo, o mal ali não se faz presente, não havendo expiações. Isso significa que na Terra ainda vivemos uma infância espiritual de muitos contrários. “Tendes necessidade do mal para sentir o bem. Da noite para admirar a luz, da doença para apreciar a saúde”, nos ensinam os espíritos superiores. Santo Agostinho, em 1862, em Paris, fez uma observação sobre as afinidades e desafios enfrentados pelos espíritos nos mundos expiatórios. A Terra lhes seria fornecida como um dos tipos desses mundos. “As variedades são infinitas, mas têm como caráter comum servir como local de exílio a Espíritos rebeldes à lei de Deus. Esses espíritos aí têm que lutar, de uma só vez contra a perversidade dos homens e a inclemência da natureza.

Trabalho duplamente penoso, que desenvolve ao mesmo tempo as qualidades do coração e as da inteligência”, explica em O evangelho segundo espiritismo.

Não há acasos

É claro que uma epidemia assusta, preocupa, mas é interessante que se tenha esses conceitos espirituais em evidência antes de se arriscar a fazer qualquer observação, pois Deus, em sua perfeição e misericórdia, atua através de leis também perfeitas e misericordiosas para que o progresso seja atingido em toda sua Criação. Por isso não há acasos.

O pensamento materialista nos leva a conclusões precipitadas, que incluem percepções errôneas referentes a castigos, desarmonia, confusão, desleixo e fatalidade. A visão espiritualista, porém, nos colocando acima dos males do corpo físico, convida-nos ao trabalho e à confiança no futuro para superarmos as dificuldades. O aprendizado é lento e mas contínuo. “Temos, assim, de nos resignar às consequências do meio onde nos coloca a nossa inferioridade, até que mereçamos passar a outro. Isso, no entanto, não é de molde a impedir que, esperando que tal se dê, façamos o que de nós depende para melhorar as nossas condições atuais. Se, porém, malgrado aos nossos esforços, não o conseguirmos, o espiritismo nos ensina a suportar com resignação os nossos passageiros males”, esclarece o espiritismo.

Outro ponto importante a ser observado é a mudança de estado dos Espíritos em evolução, ora encarnados, ora desencarnados. Uns chegam e outros se vão todos os dias por motivos diversos. Alguns regressam ao mundo espiritual em desencarnes coletivos, como no caso das guerras, tragédias e epidemias.

Emigração e imigração dos espíritos

Explica a doutrina espírita que, no intervalo de suas existências corporais, os Espíritos se encontram no estado de erraticidade e formam a população espiritual ambiente da Terra. Pelas mortes e pelos nascimentos, as duas populações, terrestre e espiritual, deságuam incessantemente uma na outra. Há, pois, diariamente, emigrações do mundo corpóreo para o mundo espiritual e imigrações deste para aquele: é o estado normal. Em certas épocas, determinadas pela sabedoria divina, essas emigrações e imigrações se operam por massas mais ou menos consideráveis, em virtude das grandes revoluções que lhes ocasionam a partida simultânea em quantidades enormes, logo substituídas por equivalentes quantidades de encarnações. (…) Chegadas e partidas coletivas são meios providenciais de renovar a população corporal do globo. Na destruição de grande número de corpos nada mais há do que rompimento de vestiduras; nenhum Espírito perece; eles apenas mudam de ambiente; em vez de partirem isoladamente, partem em grupos, essa a única diferença, visto que, ou por uma causa ou por outra, fatalmente têm que partir, cedo ou tarde. As renovações rápidas apressam o progresso social. Sem as emigrações e imigrações que de tempos a tempos lhe vêm dar violento impulso, só com extrema lentidão esse progresso se realizaria.

É de notar-se que todas as grandes calamidades que dizimam as populações são sempre seguidas de uma era de progresso de ordem física, intelectual, ou moral e, por conseguinte, no estado social das nações que as experimentam.

A invasão microbiana

No livro Evolução em dois mundos, psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira, no capítulo 40, “Invasão microbiana”, pergunta-se a invasão microbiana está vinculada a causas espirituais? A resposta: “Excetuados os quadros infecciosos pelos quais se res-ponsabiliza a ausência da higiene comum, as depressões criadas em nós por nós mesmos, nos domínios do abuso de nossas forças, seja adulterando as trocas vitais do cosmo orgânico pela rendição ao desequilíbrio, seja estabelecendo perturbações em prejuízo dos outros, plasmam nos tecidos fisiopsicossomáticos que nos constituem o veículo de expressão determinados cam¬pos de rutura na harmonia celular”. Isso quer dizer que nossos desajustamentos nos tornam passíveis de invasão microbiana, e dificultam a regeneração natural das células, instalando-se assim a doença, pela desarmonia causada por nossas escolhas – conscientes ou não, de agora ou de ontem. E continua a resposta: “Geralmente, quase todos os processos de doenças surgem como fenômenos secundários sobre as zonas de predisposição enfermiça que formamos em nosso próprio corpo, pelo desequilíbrio de nossas forças mentais a gerarem ruturas ou soluções de continuidade nos pontos de interação entre o corpo espiritual e o veículo físico, pelas quais se insinua o assalto microbiano a que sejamos mais particularmente inclinados”. E aqui entra também, ainda conforme a resposta, a importância da transformação moral para uma vida realmente saudável. “Amparo aos outros cria amparo a nós próprios, motivo por que os princípios de Jesus, desterrando de nós animalidade e orgulho, vaidade e cobiça, crueldade e avareza, e exortando-nos à simplicidade e à humildade, à fraternidade sem limites e ao perdão incondicional, estabelecem, quando observados, a imu-nologia perfeita em nossa vida interior, fortalecendo-nos o poder da mente na autodefensiva contra todos os elementos destruidores e degradantes que nos cercam e articulando-nos as possibilidades imprescindíveis à evolução para Deus.”

Na Revista de julho de 1867, Kardec descreve a ‘terrível epidemia’ que devastava já há dois anos a Ilha Maurício (antiga Ilha de França). Em outubro1868, assinada pelo Espírito Clélie Duplantier, Kardec publica a seguinte comunicação na Sociedade espírita de Paris: “Sem dúvida é apavorante pensar em perigos dessa natureza, mas, pelo fato de serem necessários e não provocarem senão felizes consequências, é preferível, em vez de esperá-los tremendo, preparar-se para enfrentá-los sem medo, sejam quais forem os seus resultados. Para o materialista, é a morte horrível e o nada por consequência; para o espiritualista, e em particular para o espírita, que importa o que acontecer! Se escapar do perigo, a prova o encontrará sempre inabalável; se morrer, o que conhece da outra vida fá-lo-á encarar a passagem sem empalidecer. Preparai-vos, pois, para tudo, e sejam quais forem a hora e a natureza do perigo, compenetrai-vos desta verdade: A morte não é senão uma palavra vã e não há nenhum sofrimento que as forças humanas não possam dominar.”

Fonte - Correio Fraterno do ABC (copie e cole):

https://www.letraespirita.blog.br/post/coronav%C3%ADrus-uma-vis%C3%A3o-esp%C3%ADrita