Pelas obras

Pelas obras

“E que os tenhais em grande estima e amor por causa da sua obra.” Paulo (I Tessalonicenses, 5:13)

Esta passagem de Paulo, na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, é singularmente expressiva para a nossa luta cotidiana.

Todos experimentamos a tendência de consagrar a maior estima apenas àqueles que leiam a vida pela cartilha dos nossos pontos de vista.

Nosso devotamento é sempre caloroso para quantos nos esposem os modos de ver, os hábitos enraizados e os princípios sociais; todavia, nem sempre nossas interpretações são as melhores, nossos costumes os mais nobres e nossas diretrizes as mais elogiáveis.

Daí procede o impositivo de desintegração da concha do nosso egoísmo para dedicarmos nossa amizade e respeito aos companheiros, não pela servidão afetiva com que se liguem ao nosso roteiro pessoal, mas pela fidelidade com que se norteiam em favor do bem comum.

Se amamos alguém tão ­só pela beleza física, é provável encontremos amanhã o objeto de nossa afeição a caminho do monturo.

Se estimamos em algum amigo apenas a oratória brilhante, é possível esteja ele em aflitiva mudez, dentro em breve.

Se nos consagramos a determinada criatura só porque nos obedeça cegamente, é provável estejamos provocando a queda de outros nos mesmos erros em que temos incidido tantas vezes.

É imprescindível aperfeiçoar nosso modo de ver e de sentir, a fim de avançarmos no rumo da vida Superior.

Busquemos as criaturas, acima de tudo, pelas obras com que beneficiam o tempo e o espaço em que nos movimentamos, porque, um dia, compreenderemos que o melhor raramente é aquele que concorda conosco, mas é sempre aquele que concorda com o Senhor, colaborando com ele, na melhoria da vida, dentro e fora de nós.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Fonte viva. Cap. 24. FEB)

Centenário do Espiritismo em Araçatuba

Centenário do Espiritismo em Araçatuba

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Embora há 31 anos residindo fora de Araçatuba, mantemos alguns vínculos com nossa terra natal, inclusive com o movimento espírita local e regional. Afinal de contas desde tenra idade por lá militamos nas ações espíritas de assistencial social, mocidades, centros e de união durante algumas décadas.

Neste ano acontece o Centenário do Espiritismo em Araçatuba e vêm à tona muitas lembranças dos pioneiros que chegamos a conhecer, de várias lideranças e das diversas instituições espíritas da cidade.

No início de 1975 foi editado pela União Municipal Espírita de Araçatuba o primeiro livro de nossa autoria – O espiritismo em Araçatuba, contando com apresentação de Francisco Martins Filho. Nessa obra historiamos a origem dos núcleos espíritas, das ações assistenciais, dos movimentos jovens e dos esforços de unificação em Araçatuba.

Nessa publicação incluímos os dados biográficos dos vultos espíritas da cidade e uma entrevista com o pioneiro Gedeão Fernandes de Miranda (1894-1991), na época com 80 anos de idade, fundador da primeira instituição da cidade, aos 21 de abril de 1921, a União Espírita Paz e Caridade. A cidade contava apenas 13 anos de fundação. O referido Centenário é assinalado pela data de fundação dessa instituição, que mantém o Abrigo Ismael.

Assim, tivemos contatos com vários vultos pioneiros e seus familiares. Entre esses, além de Gedeão Fernandes de Miranda, conhecemos Ugolino Dall’Oca (1883-1968), imigrante italiano que chegou em Araçatuba em 1916. Sua família teve ação destacada no movimento espírita da cidade. Não chegamos a conhecer Benedita Fernandes, mas desde a infância ouvíamos referências a esse vulto benemérito no seio de nossa família e no movimento espírita local.

Como comemoração desses 100 anos do Espiritismo em Araçatuba, embora limitada pelo distanciamento social em virtude da pandemia, a USE Regional de Araçatuba, a editora Cocriação e o canal de internet “Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes”, promovem palestras e entrevistas virtuais, colunas espíritas no jornal local Folha da Região, e foi lançada a Agenda Chico Xavier 2021 – Araçatuba, 100 anos de Espiritismo.

Essa “Agenda”, inovadora publicação de Araçatuba, além dos espaços para anotações diárias, contém mensagens e textos inspiradores de Chico Xavier, e, as principais datas comemorativas das Casas Espíritas de Araçatuba. Nas datas alusivas às instituições, há informações históricas e fotos significativas. Conta com miolo principal e capa dura espiralada da Editora EME. Uma edição especial limitada com 416 páginas.

Atualmente, o Espiritismo em Araçatuba dispõe de um bom número de instituições, vários livros publicados alusivos ao movimento local, antena retransmissora da TV Mundo Maior (FEAL) e conta com várias formas de divulgação.

(*) foi dirigente espírita em Araçatuba; presidente da USE-SP e da FEB.

O homem de bem

O homem de bem

O programa da TV da Rádio Brasil Espírita, de Maceió, intitulado “O Evangelho e sua simplicidade”, é apresentado semanalmente por Cesar Perri. No dia 6 de janeiro foi levado ao ar o tema do Capítulo XVII de “O Evangelho segundo o Espiritismo”: “Sede Perfeitos”. Houve reformulação do site e da programação da RBE. Agora em novo horário: todas 4as feiras às 19 horas.

Link para acesso:

A alegria cristã, em vibrações

A alegria cristã, em vibrações

Na primeira reunião a distância de vibrações do ano efetivada por equipe do Grupo Espírita Casa do Caminho, de São Paulo, na tarde do dia 07 de janeiro, Arlete Novaes Alessio fez a exposição evangélica comentando a letra da “Canção da Alegria Cristã” (letra de Leopoldo Machado, musicada por Oli de Castro). As vibrações foram feitas por Elizabeth Gabriel; a coordenação por Glória Martins Miranda e as músicas ao piano por Margarida Helena Garabedian.

Homenagem a contemporâneos de Kardec

Homenagem a contemporâneos de Kardec

Reunião virtual com foco em contemporâneos/continuadores de Kardec: Léon Denis, Gabriel Delanne e Camille Flammarion foi efetivada pelo grupo do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa Espírita, de São Paulo, que estuda semanalmente O Evangelho segundo o Espiritismo. Os estudos do Evangelho estão suspensas e retornam dia 19 de janeiro. Nesse meio de tempo ocorrem reuniões com temas extras sugeridos pelos participantes. O coordenador Cesar Perri fez uma síntese sobre os três homenageados, seguindo-se contribuições dos integrantes do grupo. As preces de abertura e de encerramento foram proferidas por Maria José Ferreira da Silva e Daniel Camasmie.

“Maria”, por Celia Rey de Carvalho para New York

“Maria”, por Celia Rey de Carvalho para New York

No início da tarde do dia 3 de janeiro, domingo, Célia Maria Rey de Carvalho (São Paulo) proferiu palestra virtual “Fica Conosco, Maria” para o “Allan Kardec Spiritist Center”, de New York (EUA). O evento foi coordenado pela dirigente do Centro Norma Hoppe.

Acesse pelo link (copie e cole):

https://youtu.be/eO4jc1bViVg

Perda de Entes Queridos em Nosso Lar

Perda de Entes Queridos em Nosso Lar

  

Na Instituição Nosso Lar, em Araçatuba (SP), a reunião virtual da manhã do dia 3 de janeiro contou inicialmente com comentários sobre “O Livro dos Espíritos”, por Vanderlei Galdino. Em seguida, o tema “Perda de entes queridos” foi abordado por Paulo Sérgio Perri de Carvalho, presidente da Instituição Nosso Lar, de Araçatuba (SP). Transmissão do canal da Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes, que deu início às comemorações do Centenário do Espiritismo em Araçatuba; seguindo as efemérides da recente publicação local, a “Agenda do Centenário”, também foi lembrada a inauguração da Casa da Sopa Emília Santos, ocorrida no dia 1º./01/1966.

Acesse pelo link (copie e cole):

https://www.youtube.com/watch?v=WQnjvht9u5A&feature=youtu.be

EMÍLIA SANTOS E A CASA DA SOPA NA ABERTURA DO CENTENÁRIO

EMÍLIA SANTOS E A CASA DA SOPA NA ABERTURA DO CENTENÁRIO

   

Na tarde do dia 2 de janeiro, o Centenário do Espiritismo em Araçatuba, inauguração da Casa da Sopa Emília Santos e a data de nascimento desse vulto foram temas para palestra e entrevista a distância com Paulo Sérgio Perri de Carvalho, presidente da Instituição Nosso Lar, de Araçatuba (SP). O canal da Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes, com este programa deu início às comemorações do Centenário do Espiritismo em Araçatuba, seguindo as efemérides da recente publicação, a Agenda do Centenário, e homenageou vultos ligados à inauguração da Casa da Sopa Emília Santos, ocorrida no dia 1º./01/1966. Paulo Perri atendeu a perguntas de internautas, inclusive de seu irmão Cesar Perri e dos entrevistadores do programa: Luiz Carlos Barros Costa, Renata Cunha Melo, Fátima Mantello.

Acesse pelo link (copie e cole):

https://www.youtube.com/watch?v=riH8C3feqDQ&feature=youtu.be

Ponto final – O reencontro do espiritismo com Allan Kardec

Resenha

Ponto final – O reencontro do espiritismo com Allan Kardec

Livro impresso e em forma de e-book de autoria de Wilson Garcia, lançado pela Editora EME em dezembro de 2020, com o subtítulo: “Cartas de Kardec revelam mais sobre os bastidores do espiritismo e as convicções do seu fundador”.

O autor se fundamenta em documentações hoje disponibilizadas em meios digitais, como as cartas e textos de Kardec do acervo obtido por Canuto de Abreu e agora sob a guarda e conservação do CDOR da Fundação Espírita André Luiz, de São Paulo. Ao reproduzir esses documentos o novo livro apresenta também o QR Code dos mesmos.

Para ser fiel aos documentos, grande parte inéditos, e ao texto do autor do novo livro, reproduzimos alguns trechos significativos que oferecem uma visão geral do conteúdo marcante de Ponto final, que tem como itens: Kardec em Bordéus; Roustaing no terreno espírita; Grupo Sayão: o roustainguismo brasileiro; História falseada e história real; Cultura espírita ou hibridismo cultural; O espiritismo reencontra Kardec.

À guisa de resumo, a seguir transcrevemos alguns destaques da obra de Wilson Garcia.

Há dados sobre o relacionamento que Roustaing manteve com o Codificador, previamente à publicação de sua obra, que não foi “estreito nem constante” e sobre as tentativas de Roustaing para evitar a viagem de Kardec a Bordéus em 1861 e cita a “prudência do codificador em relação ao futuro autor de Os quatro Evangelhos é bastante significativa”. O Codificador mantinha correspondência com a médium dessa obra, Emilie Collignon, e esta apresentava discordância de vários aspectos do texto. Depois da publicação dessa obra, Kardec não avalizou o livro e nem concordou com o “comparecimento de Roustaing e da médium Emilie Collignon na Revista Espírita depois de 1866”.

Wilson Garcia analisa as discrepâncias do conteúdo da obra organizada por Roustaing com as obras básicas de Kardec, no tocante ao “corpo fluídico de Jesus”, culpa e evolução. Entre os registros sobre as ações distorcidas efetivadas por Pierre Gaétan Leymarie, aponta que “Roustaing foi levado às páginas da Revista Espírita e ao poder na Sociedade Anônima, penetrando, assim, no terreno espírita pouco depois da partida de Allan Kardec”.

Ao analisar o início do Espiritismo na cidade do Rio de Janeiro, Wilson disseca vários tópicos da obra Trabalhos espíritas de pequeno grupo de crentes humildes, publicado em 1893 pelo Grupo Sayão, organizado por Antonio Luís Sayão. Como desdobramento deste, foi publicado em 1896 um segundo livro: Trabalhos espíritas de pequeno grupo de crentes humildes – Estudos dos Evangelhos de S.Mateus, S.Lucas, S.Marcos em Espírito e Verdade. Wilson Garcia anota: “Este segundo livro será reeditado, com alterações, inclusive de estilo, pela FEB em 1933, sob o título de Elucidações Evangélicas e a coordenação de Guillon Ribeiro. Sobre a edição inicial de 1893, Garcia conclui: “o objetivo era propagar a missão do grupo revelada e reforçada pelas mensagens dadas supostamente por grandes nomes, entre eles, Allan Kardec, Anjo Ismael e os Evangelistas. […] garantiam a missão especial que o grupo possuía, isto é, de levar avante a disseminação do roustainguismo em sua aliança com o espiritismo. […] um misticismo exacerbado e de crença absoluta nas personalidades invisíveis”. Wilson admite que para o Grupo citado “Roustaing seria aquele que completou a doutrina construída por Kardec, atingindo um grau que o Mestre não conseguiu”. Na prática hipervalorizaram o papel do “guia espiritual”, algumas efemérides e posturas católicas… O objetivo desse Grupo: “crença total em Roustaing e sua missão de completar o trabalho de Allan Kardec”. Para o autor de Ponto Final, “em lugar do lema consagrado por Kardec – fé e razão – os espíritos do Grupo Sayão proclamam “fé e crença”, uma redundância que esconde o pilar racional da fé” e chega o rotular essas reuniões como um “processo de fascinação”. Esclarecemos que versão recente de Elucidações Evangélicas (12ª edição, 2003) não contém as aludidas mensagens.

Wilson analisa várias incoerências doutrinárias nas mensagens, com fragilidades de forma e conteúdo, publicadas no livro original do Grupo Sayão. Transcreve na íntegra e analisa passo a passo a incoerência do pensamento e obras do Codificador, com a aludida “mensagem que seria assinada por Allan Kardec, recebida por Frederico Jr. na Sociedade Espírita Fraternidade, tendo sido publicada com o título: INSTRUÇÕES DE ALLAN KARDEC AOS ESPÍRITAS DO BRASIL. A mensagem tornou-se, com o tempo, um dos textos preferidos pelos adeptos brasileiros de Roustaing, especialmente os da FEB…” Aliás, consta que essa mensagem teria sido divulgada numa reunião nacional há poucos anos atrás.

Na realidade, o “Grupo Sayão não estudava as obras de Allan Kardec. Sua orientação provinha da obra de Roustaing, que era visitada em todas as sessões e tida como suficiente para o conhecimento espírita”. O autor lembra que quando há referências ao Evangelho, para os roustainguistas seria referência a Os Quatro Evangelhos e não a O Evangelho segundo o Espiritismo. Para Garcia, o conjunto de ações do Grupo Sayão “reforça a tese das bases culturais sobre as quais ergueu-se e se constituiu o espiritismo brasileiro capitaneado pela FEB”.

Em Ponto Final, há transcrições de documentos de grupos sediados no Rio de Janeiro e acabaram passando por momentos de dissenções e de transformações, antes de surgir a FEB. Inclusive, destaca o “perfil progressista” inicial da FEB que depois se alterou. Com base em textos e documentos originais transcritos, Wilson analisa o artigo “Escorço Histórico da Federação Espírita Brasileira”, de autoria de Juvanir Borges de Souza e divulgado em 1984. É de opinião que “a informação mais uma vez é dedutiva não amparada em documentos, além de não dar aos fatos o tratamento devido e necessário a uma história sustentável”.

O autor da nova obra, entre outros fatos, comenta que “a Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade não é herdeira da Sociedade Espírita Deus, Cristo e Caridade, mas da fusão dela e outras três. […] o qualificativo “espírita” foi substituído pelo “acadêmica”, não só não é verdadeira como é injusta, implicando conotação elitista e anti-evangélica, […] o termo acadêmico foi uma solução para superar impasses políticos e religiosos que impediam os adeptos do espiritismo de se organizarem livremente”.

Wilson focaliza alguns aspectos da atuação de Bezerra de Menezes em seu segundo mandato como presidente da FEB, a chamada ação discricionária, e o “combate ao Centro da União e àqueles que por ele falavam ou os integravam, especialmente Torteroli, que considerava a cabeça pensante do Centro União,…” Episódios que são registrados em artigos assinados por Bezerra, nos quais ele “reforça a visão roustainguista de que o Evangelho é o ‘ensino da salvação’. […] Deve-se, portanto, a Bezerra de Menezes ir a Federação Espírita Brasileira para o trilho de Roustaing…”

Garcia analisa os vários Estatutos da FEB: o original de 1884 e os seguintes, aprovados nos anos: 1901, 1905, 1912, 1917, 1954, 1991, 2003, 2019. Comprova que “a FEB não nasceu sob o signo de Roustaing”; desenvolveu-se uma cultura propícia, e: “Foi em 1917 que o estudo da obra de Roustaing foi introduzido no Estatuto da Federação Espírita Brasileira […] Mas desde o final do século XIX a cultura roustainguista estava em gestação ali…” A respeito da reforma estatutária de agosto de 2019 em que foi retirada a indicação da obra de J.B.Roustaing em um artigo, Garcia estuda outros artigos vigentes, como o 45, que cita o “programa da Federação” e que as associações que aderem ao Conselho Federativo Nacional da FEB são concordes com o “Pacto Áureo”. E, este se fundamenta no livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, que cita Roustaing, ou seja para Wilson, “artigos que anulam qualquer ganho em relação à supressão feita na reforma de 2019”.

O autor também comenta o aparecimento de ideias federativas, inexistentes no Estatuto original, e bem diferentes ao longo do tempo.

Wilson Garcia analisa documentos referentes a movimentos que se desenvolveram na primeira metade do século XX, como a Constituinte Espírita Nacional; a Liga Espírita do Brasil; a fundação da USE-SP em congresso estadual com presença de representantes de mais de 500 centros paulistas; o Congresso Brasileiro de Unificação; os indícios de alteração no livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho introduzindo o nome Roustaing, incoerente com livro anterior Crônicas de Além Túmulo; a fundação da Confederação Espírita Panamericana; a forma abrupta e sem discussão como o presidente da FEB propôs o “Pacto Áureo”, fundamentado justamente no único livro de Chico Xavier em que há uma citação a Roustaing: Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho; e as reações de lideranças espíritas ao referido “Pacto”.

O autor conclui que “Em nome de uma união pelo bem da doutrina espírita, aceita-se ou releva-se, admite-se ou tolera-se tudo isso, demonstrando-se o quão é pequena a capacidade dos homens de perceber o imenso prejuízo que causa uma agir dessa ordem. O imobilismo impera”, e, também anota: “o fim da jornada é o ponto de partida, em que a trajetória será reencetada. É o ponto final, onde o espiritismo reencontra Kardec e abandona a parcela da carga que não lhe pertence…”

O livro de Wilson Garcia contempla informações que não aparecem na chamada “história oficial” e se fundamenta em documentos de Kardec e dos primórdios do Espiritismo na França e no Brasil, Atas, livros e artigos publicados na imprensa espírita. Ao se acessar o novo livro, a nosso ver, não é se posicionar a favor ou contra o conteúdo do mesmo, mas se fazer a leitura atenta da obra, seguindo-se de reflexões e se houver dúvidas, para quem puder, atualmente não é complicado acessar-se documentos digitalizados.

Fonte:

Garcia, Wilson. Ponto final. O reencontro do espiritismo com Allan Kardec. Capivari: EME. 2020. 320p.

(Resenha por Antonio Cesar Perri de Carvalho)

PARA OS MONTES

PARA OS MONTES

“Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes.” – Jesus. (MATEUS, capítulo 24, versículo 16.)

Referindo-se aos instantes dolorosos que assinalariam a renovação planetária, aconselhou o Mestre aos que estivessem na Judéia procurar os montes.

A advertência é profunda, porque, pelo termo “Judéia”, devemos tomar a “região espiritual” de quantos, pelas aspirações íntimas, se aproximem do Mestre para a suprema iluminação.

E a atualidade da Terra é dos mais fortes quadros nesse gênero.

Em todos os recantos, estabelecem-se lutas e ruínas.

Venenos mortíferos são inoculados pela política inconsciente nas massas populares.

A baixada está repleta de nevoeiros tremendos.

Os lugares santos permanecem cheios de trevas abomináveis.

Alguns homens caminham ao sinistro clarão de incêndios.

Aduba-se o chão com sangue e lágrimas, para a semeadura do porvir.

É chegado o instante de se retirarem os que permanecem na Judéia para os “montes” das idéias superiores.

É indispensável manter-se o discípulo do bem nas alturas espirituais, sem abandonar a cooperação elevada que o Senhor exemplificou na Terra; que aí consolide a sua posição de colaborador fiel, invencível na paz e na esperança, convicto de que, após a passagem dos homens da perturbação, portadores de destroços e lágrimas, são os filhos do trabalho que semeiam a alegria, de novo, e reconstroem o edifício da vida.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Caminho, verdade e vida. Cap. 140. FEB)