Falsos profetas

Falsos profetas

Falso profeta não é somente aquele que perturba o serviço da fé religiosa.

Sempre que negamos a execução fiel dos nossos deveres, somos mistificadores, diante da Lei Divina, que nos emprestou os dons da Terra, em favor do aprimoramento de nós mesmos.

Na maledicência, somos falsos profetas da fraternidade.

Na discórdia, somos mistificadores da paz.

Na preguiça, somos charlatões do trabalho.

Na indiferença, somos inimigos do dever.

Toda vez que olvidamos as nossas obrigações de solidariedade para com os nossos semelhantes, que prejudicamos o serviço que nos cabe atender, que fugimos aos nossos testemunhos de humildade, que oprimimos as criaturas inferiores, somos Falsos Profetas do Ideal Superior que abraçamos com o Cristo.

A terra é a nossa escola.

O lar é o nosso templo.

O próximo é o nosso irmão.

A humanidade é a nossa família.

A luta é o nosso aprendizado.

A natureza é o livro sublime da vida.

Não nos esqueçamos, assim, de que, um dia, seremos chamados à prestação de contas dos talentos e dos favores que hoje desfrutamos, para resgatar o dia de ontem e santificar o dia de amanhã.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Levantar e Seguir. Lição nº 11. São Bernardo do Campo: GEEM).

Temas da RIE sugerem novos desafios para o presente e futuro

Temas da RIE sugerem novos desafios para o presente e futuro

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Com artigos de cunho doutrinário, contando com diversidade de autores, sempre mantendo a tradição iniciada pelo pioneiro Cairbar Schutel há 96 anos, a Revista Internacional de Espiritismo é uma referência marcante.

Sem prejuízo ao valor das várias matérias, no exemplar de fevereiro de 2021 há alguns enfoques sobre questões do momento que merecem atenção.

No Editorial alusivo aos 96 nos da RIE comenta-se sobre a facilidade e celeridade da comunicação em nossos dias, mas alerta sobre o “fenômeno perigoso das fake news”, e destaca que “as notícias falsas, distorcidas, perigosamente exageradas, sempre existiram. Mas nunca se difundiram de forma tão célere”. É feito um apelo para a valorização de fontes confiáveis e tradicionais de informação, “valorizando-se os esforços sinceros e comprometidos verdadeiramente com o Espiritismo”, “a divulgação correta dos princípios espíritas”.

No artigo do jornalista Cássio Leonardo Carrara “O perigo da fascinação”, destacamos a preocupação para se “estar atento para não se submeter às ilusões efêmeras do momento, digamos, de glória que por ora experimenta”. Após essa consideração geral, focaliza mais especificamente o cuidado com a prática da mediunidade: “é muito fácil ser alçado ao patamar de mestre influente ou mentor respeitado por ‘seguidores’ imprudentes e inocentes…” E surge importante recomendação: “Jamais o médium deve permitir que o vangloriem, nem sequer exigir da instituição e dos companheiros de trabalho uma posição destacada”. Essas questões ligadas à proliferação de fake news e uma certa idolatria e a criação de “seguidores imprudentes e inocentes” se interrelacionam e encontram campo propício para proliferação nos complexos momentos que se vive, de distanciamento social na fase da pandemia, e, naturalmente, favorecendo carências, dúvidas, e incessantes buscas de informações e de apoios nas redes de internet.

No mesmo número da RIE há entrevista com Alberto Almeida com foco no “caos de hoje”: “As ocorrências naturais, ensejando períodos de crise, são recursos da Providência Divina para que o homem possa rever-se, buscando novos princípios e valores”. O entrevistado analisa que “o estado de confinamento naturalmente excita o ser humano que não estava habituado a estabelecer relações mais íntimas duradouramente…”; “É habitual que os seres humanos busquem o inusitado, o maravilhoso, o sobrenatural quando estão mobilizados de forma intensamente emocional, […] é natural nessas ocorrências as pessoas busquem não explicações convincentes, mas também soluções mágicas”. Ao final, Alberto Almeida valoriza o esforço “de celebrar a vitória do bem sobre o mal dentro de nós mesmos” e considera “o Espiritismo é uma das alavancas nesse progresso universal inevitável pelo qual a Terra passa”.

Ao se folhear a RIE podem ser acessadas outras matérias relacionadas com esses enfoques.

O artigo “Os falsos profetas do mundo espiritual”, de João Paulo Coelho Neto, se respalda nas obras de Kardec para identificação do “aparente perigo” dos pseudossábios, e, sem dúvida, tem relação com os assuntos das matérias já citadas.

A lembrança sobre os 160 anos de O livro dos médiuns valoriza a obra que Kardec considerou como o “guia dos médiuns”; há textos sobre angústia existencial e sobre a relação da criança com a internet. Aliás, o ensino virtual, ferramenta incrementada em tempos de pandemia, amplia sobremaneira a vinculação de crianças e jovens com os meios digitais.

No contexto social e midiático especula-se sobre o chamado “novo normal”, o mundo pós-pandemia, mas, cremos que no movimento espírita deve-se discutir e pensar as repercussões sobre as atividades espíritas.

Deverão ocorrer transformações e é imperioso se pensar nos eventuais novos cenários e suas necessidades; são novos desafios para o presente e para o futuro!

Fonte:

Revista internacional de espiritismo. Ano XCVI. N.1. Fevereiro de 2021.

Acesso digital (copie e cole): https://assinaturas.oclarim.com.br/revistas/rie-fevereiro-2021/

(*) Colaborador da RIE há 50 anos; ex-presidente da FEB e da USE-SP.

Candeia acima do alqueire

Candeia acima do alqueire

O capítulo XXIV – “Não ponhais a candeia debaixo do alqueire”, de “O Evangelho segundo o Espiritismo” foi abordado na noite do dia 24 de fevereiro por Cesar Perri no programa da web TV da Rádio Brasil Espírita, de Maceió, intitulado “O Evangelho e sua simplicidade”. O programa é apresentado todas 4as. feiras às 19 horas.

Acesse pelo link:

“Não vim destruir a Lei” na TV Amigo Espírita

“Não vim destruir a Lei” na TV Amigo Espírita

No dia 24 de fevereiro, 4ª feira, às 9 horas, a Rede Amigo Espírita TV estará transmitindo exposição de Antonio Cesar Perri de Carvalho sobre o Capítulo I de O Evangelho segundo o Espiritismo: “Não vim destruir a Lei”. Trata-se de programa semanal com o expositor, intitulado “ Evangelho à luz do Espiritismo”.

Link para acesso:

Benevolência, indulgência e caridade

Benevolência, indulgência e caridade

Na tarde do dia 25 de fevereiro, houve mais uma reunião de vibrações virtual de equipe do Grupo Espírita Casa do Caminho, de São Paulo. A reunião foi coordenada por Glória Martins Miranda e os comentários evangélicos realizados por Maristela Harada. Esta focalizou a questão 886 de O livro dos espíritos: “Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus? – Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”, tendo feito referência também a episódios da vida de Paulo de Tarso. As vibrações foram conduzidas pela dirigente Alcina Ribas e no início e no final houve música ao piano por Margarida Helena Garabedian.

Não vim destruir a Lei em estudo

Não vim destruir a Lei em estudo

O capítulo I de “O Evangelho segundo o Espiritismo” – “Não vim destruir a Lei”, foi o tema desenvolvido nos dois horários da 4ª. feira, dia 24 de fevereiro, no curso sobre essa obra básica de Kardec, transmitido pelo Grupo Espírita Casa do Caminho. O tema foi desenvolvido por Flávio Rey de Carvalho, que integra a equipe coordenada por Cesar Perri. No conjunto dos horários vespertino e noturno, mais de cem inscritos participam do curso e a direção é feita por Evany Castilho.

Informações e inscrições (copie e cole):

https://www.casadocaminho.com.br/o-evangelho-segundo-o-espiritismo

Os falsos profetas

Os falsos profetas

O grupo do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa Espírita, de São Paulo, que estuda semanalmente de maneira virtual O Evangelho segundo o Espiritismo, na noite do dia 23 de fevereiro, contou com exposição inicial de André Fernandes abordando os primeiros itens do Cap. 21 – Haverá falsos cristos e falsos profetas. Seguiram-se comentários por vários participantes. Célia Maria Rey de Carvalho abriu a reunião, com prece proferida por Mirna Nakano. A coordenação foi conduzida por Cesar Perri; a prece de encerramento por Júlia Steiner.

Caridade, amor ao próximo e os pobres de espírito

Caridade, amor ao próximo e os pobres de espírito

Na reunião da manhã do dia 21 de fevereiro, a Instituição Nosso Lar, de Araçatuba (SP), contou com exposições de Hélio de Matos Corrêa Júnior, sobre a “Caridade e amor ao próximo” (“O Livro dos Espíritos”) e “Bem Aventurados os Pobres de Espírito” (“O Evangelho segundo o Espiritismo”) por Paulo Sérgio Perri de Carvalho. A transmissão foi feita pela Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes.

Acesse pelo link (copie e cole):

https://youtu.be/4H3CJRbp-uU

Há 160 anos, as informações iniciais sobre O Livro dos Médiuns

Há 160 anos, as informações iniciais sobre O Livro dos Médiuns (*)

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Com a propagação da obra pioneira – O livro dos espíritos -, da circulação da Revista espírita e das repercussões do funcionamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, surgiam muitas dúvidas e indagações sobre a prática da mediunidade.

Como consequência natural Allan Kardec passa a se dedicar ao assunto com base em seus estudos, observações práticas e as orientações advindas da Espiritualidade. Fruto desse trabalho teórico e prático surge a segunda grande obra de Allan Kardec – O livro dos médiuns – que completa 160 anos de publicação.

De início, destacamos o subtítulo: “guia dos médiuns e dos evocadores”.

Torna-se interessante observarmos as anotações sobre o novo livro, publicadas em Revista espírita, periódico mensal administrado pelo Codificador, durante o primeiro ano de edição de O livro dos médiuns. O episódio histórico surge desde a edição inicial daquele ano (Revista espírita, jan./1861) com a informação sobre o lançamento:

“Há muito tempo anunciada, mas com a publicação foi retardada por força de sua própria importância, esta obra aparecerá de 5 a 10 de janeiro, na cada dos Srs. Didier & Cia., livreiros editores […]. Ela constitui o complemento de O Livro dos Espíritos e encerra a parte experimental do Espiritismo, assim como este último contém a parte filosófica. Nesse trabalho, fruto de longa experiência e de estudos laboriosos, procuramos esclarecer todas as questões que se ligam à prática das manifestações. De acordo com os Espíritos, contém a explicação teórica dos diversos fenômenos e das condições que os mesmos se podem reproduzir. Mas a seção concernente ao desenvolvimento e ao exercício da mediunidade foi de nossa parte objeto de particular atenção.“

Na edição do mês de novembro 1861, essa Revista informa sobre o “Auto de fé das obras espíritas em Barcelona”, ocorrido no dia 9 de outubro. Estampa notícia sobre a segunda edição de O livro dos médiuns:

“A primeira edição de O Livro dos Médiuns, publicada no começo deste ano, esgotou-se em alguns meses, o que não é um dos traços menos característicos do progresso das idéias espíritas. Nós mesmos constatamos, em nossas excursões, a influência salutar que esta obra exerceu sobre a direção dos estudos Espíritas práticos: assim, as decepções e as mistificações são muito menos numerosas do que outrora, porque ela ensinou os meios de descobrir as astúcias dos Espíritos enganadores. Esta segunda edição é muito mais completa que a precedente: encerra numerosas instruções novas muito importantes e vários capítulos novos. Toda a parte que concerne mais especialmente aos médiuns, à identidade dos Espíritos, à obsessão, às questões que podem ser dirigidas aos Espíritos, as contradições, aos meios de discernir os bons e os maus Espíritos, a formação das reuniões espíritas, às fraudes em matéria de Espiritismo, recebeu desenvolvimento muito notáveis. No capítulo das dissertações espíritas, adicionamos várias comunicações apócrifas, acompanhadas de observações adequadas a dar os meios de descobrir a fraude dos Espíritos enganadores, que se apresentam com falsos nomes. Devemos acrescentar que os Espíritos reviram a obra inteiramente e trouxeram numerosas observações do mais alto interesse, de sorte que se pode dizer que é obra deles, tanto quanto nossa. Recomendamos com instância esta nova edição, como guia o mais completo, que para os médiuns, quer para os simples observadores. E podemos afirmar que, seguindo-a pontualmente, evitar-se-ão os escolhos tão numerosos, contra os quais se vão chocar tantos neófitos inexperientes.”

Em dezembro de 1861, a Revista espírita traz o comentário do Codificador:

“É, pois, chegado o momento de nos ocuparmos do que se pode chamar a organização do Espiritismo. Sobre a formação das sociedades espíritas, O Livro dos Médiuns (2ª edição) contém, observações importantes, às quais remetemos os interessados, pedindo-lhes meditem com cuidado.”

Em nossos tempos, 160 anos após o lançamento de O livro dos médiuns, é imprescindível o estímulo à leitura e ao estudo dessa obra nas instituições espíritas. Estão válidas as recomendações de Kardec nesse “guia” para os médiuns!

Fonte: Kardec. Allan. Trad. Abreu Filho, Júlio. Revista espírita. Ano 4. 1861. São Paulo: EDICEL.

(*) Texto resumido de artigo do autor, publicado em: Revista internacional de espiritismo. Fevereiro de 2021. Ano XCVI. N. 1. p. 14-15.