OS ESPÍRITAS E A ELEIÇÃO
Aylton Paiva
“Sirva de base às instituições sociais, às relações legais de povo a povo e de homem a homem o princípio da caridade e da fraternidade e cada um pensará menos na sua pessoa, assim veja que outros nela pensaram. Todos experimentarão a influência moralizadora do exemplo e do contato” (Questão nº 917 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec),
Esclarecem os Espíritos, em O Livro dos Espíritos, que o progresso moral decorre do progresso intelectual, porém nem sempre a ele se segue (Questão no. 780).
Nós espíritas sabemos que temos um compromisso intransferível com a autoeducação: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas más inclinações” (Cap. XVII, item 4, “in fine” de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec).
Mas, esse aperfeiçoamento pessoal deve refletir-se em nossa atuação consciente para transformar a sociedade em uma sociedade justa e amorosa, pois advertem os Espíritos: “Numa sociedade organizada segundo as leis do Cristo, ninguém deve morrer de fome” e adita Allan Kardec: “… Quando praticar ( o homem) a Lei de Deus, terá uma ordem social fundada na justiça e na solidariedade e ele próprio será melhor” (Questão 930 de O Livro dos Espíritos).
Também no livro A Gênese, de Allan Kardec, encontramos o esclarecimento: “O Espiritismo não cria a renovação social: a madureza da humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto do que qualquer outra doutrina para secundar o movimento de regeneração; por isso, é ele contemporâneo desse movimento. Surgiu na hora em que podia ser de utilidade, visto que também para ele os tempos são chegados” (in A Gênese, de Allan Kardec – ed. FEB ).
Destaca-se, então, o compromisso do espírita com uma nova ordem social, fundada no Direito e no Amor. Obviamente, essa transformação dependerá da ação consciente dos bons e ao lado deles, os espíritas atuando com uma “consciência política", fundamentada nos princípios éticos das Leis Morais de O Livro dos Espíritos. Portanto, não pode o espírita alienar-se da sociedade e deve agir, com conhecimento e amor, nessa transformação, em importante momento histórico da civilização humana: “Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da Humanidade” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XX, item 5º).
Observando a ousadia da maldade e a confusão entre bondade e omissão, Allan Kardec indagou aos Espíritos: “Porque, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?”. Os Mentores Espirituais responderam: “ Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão” (Questão 932 de O Livro dos Espíritos – Ed. FEB ).
A resposta é clara e precisa, não permite dúvidas àqueles que pretendem ser bons. O mundo e, especificamente, a estrutura social brasileira, está precisando de transformações urgentes para coibir a ação dos maus que solapam os bons costumes, que semeiam a miséria, que se utilizam dos instrumentos da corrupção, da fraude e da mentira para atingirem seus objetivos egoísticos e antiéticos.
Momento significativo para a transformação da sociedade é a realização de eleições para os poderes Legislativo e Executivo.
Em breve seremos novamente chamados às urnas. O espírita precisa estar consciente da sua responsabilidade nesse momento, seja pleiteando cargos eletivos, seja simplesmente sinalizando o seu voto na urna. O voto é uma procuração que se passa ao candidato para que, se eleito, ele aja em nosso nome a bem da coletividade. É a maior manifestação de amor e respeito ao povo. Não votar, anular o voto, omitir-se é apoiar as forças do mal, é permitir que maus sobrepujem os bons. Para que o espírita tenha critérios de avaliação do candidato, compare a sua conduta como membro da família, na atividade profissional, seu interesse e envolvimento com a comunidade e os princípios contidos em O Livro dos Espíritos – 3ª Parte – Das Leis Morais, onde estão os conceitos sobre: o Bem e o Mal, a Sociedade, o Trabalho, o Progresso e a Igualdade, Justiça e Amor.
Não se deve levar as questões político-partidárias para dentro do Movimento, Centro ou Instituição Espírita. Estas devem ser debatidas no seio da sociedade, mas o espírita deve estar consciente e responsável nas aplicações dessas questões, visando sempre o bem comum.
Vote consciente. VOTE COM AMOR!