“Esta obra salvou-me a vida”

“Esta obra salvou-me a vida”

Na tarde do dia 08 de outubro, houve mais uma reunião virtual de vibrações de equipe do Grupo Espírita Casa do Caminho, de São Paulo. No início e encerramento houve música ao piano com Margarida Helena Garabedian. Antonio Cesar Perri de Carvalho fez a exposição com homenagem ao Codificador e síntese de suas obras, destacando os efeitos benéficos delas, e, relatou o episódio em que Kardec recebeu um exemplar de O livro dos espíritos, com duas anotações: ‘Esta obra salvou-me a vida’ e ‘Salvou-me também”, com base em capítulo do livro O espírito da verdade (Cap.52), do autor espiritual Hilário Silva (FEB). Em seguida, a dirigente da equipe Alcina Ribas fez as vibrações. A coordenação da reunião foi feita por Glória Martins Miranda.

Pais e mães segundo Jesus

Pais e mães segundo Jesus

No estudo virtual sobre O evangelho segundo o espiritismo do grupo do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa Espírita, de São Paulo, no dia 06/10/2020, foi comentado o Cap. XIV dessa obra de Kardec “Honrai a vosso pai e a vossa mãe”. De início houve apresentação por Cármine Maglio Neto e Vanderlei Bento, incluindo várias fontes da literatura espírita. Seguiram-se comentários pelos participantes do grupo. Preces: de abertura por Deusa Samu e de encerramento por André Fernandes. Coordenação por Cesar Perri.

Auto de fé de Barcelona e a queima de livros e de documentos

Auto de fé de Barcelona e a queima de livros e de documentos

      

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Na história do Espiritismo há o registro do terrível “Auto de Fé de Barcelona”, perpetrado no dia 9 de outubro de 1861, mas também outras situações assemelhadas não muito divulgadas.

O “Auto de fé de Barcelona” foi uma expressão cunhada por Allan Kardec ao se referir ao episódio ocorrido na cidade espanhola, por ordem de um bispo católico, quando obras suas e de outros autores espíritas foram confiscadas e queimadas em praça pública. Os livros foram encomendados pelo editor francês Maurice Lachâtre que havia montado uma livraria em Barcelona. A citada expressão foi utilizada pela primeira vez como subtítulo do artigo "O resto da Idade Média", publicado pelo Codificador em novembro daquele ano na Revue spirite.1

Todavia, também há situações estranhas internas do movimento espírita.

Em 1884, a amiga e colaboradora do casal Kardec, Berthe Fropo, no seu livro Beaucoup de lumière2, fez um paralelo com as tradicionais sentenças do tribunal da Inquisição, chamadas de autos de fé, ao relatar e comentar um fato promovido por membros da Sociedade que deveria dar continuidade e divulgação às obras do Codificador:

“O que teve de estranho ali foi que o legatário sendo uma Sociedade, uma entidade coletiva, não um de seus membros, não estava presente na retirada dos lacres, nem mesmo o Sr. Joly. Poder-se-ia dizer que só o Sr. Leymarie e seus familiares eram os herdeiros; eles foram ajudados pelo Sr. Vautier, tesoureiro e ao mesmo tempo administrador da Sociedade, o que fazia que ele controlasse a si mesmo. Não houve nem inventário, nem venda pública, exceto as coisas fora de serviço que foram vendidas para revendedores de segunda mão. Tudo aquilo era apenas questão de dinheiro, e tinha pouco valor aos meus olhos. Entretanto, o que me fez estremecer de indignação foi assistir a um verdadeiro auto de fé. O Sr. Vautier queimou pilhas de papéis e de cartas. Quantas comunicações e quantas anotações deixadas pelo mestre foram destruídas.”2

Em viagens doutrinárias pela Europa tivemos conhecimento de fatos acontecidos até meados do século XX durante situações de guerras, revoluções e em Estados totalitários, como: sequestro e queima de livros e documentos espíritas; perseguições e até execuções de lideranças. Chegamos a conhecer pessoas que presenciaram ou foram contemporâneos às tristes ocorrências.

Em nosso país, aconteceu a situação, hoje considerada estranha, de destruição dos originais psicográficos das obras Chico de Xavier. Em entrevista gravada e que publicamos, a antiga funcionária da Federação Espírita Brasileira Rúbia da Costa Guimarães declarou-nos:

“Os originais psicográficos de obras Chico foram destruídos. Na época não havia preocupação em se manter os originais, apenas as edições dos livros com suas emendas. Houve um momento em que Chico não concordou mais com tais revisões e se afastou do dr. Wantuil, nos final dos anos 1960 e ambos não tiveram mais contatos. Parecia um afastamento temporário, mas que perdurou.”3

Por outro lado, sem se caracterizar como destruição, mas num sentido amplo, poderia ser um episódio parecido, os casos em que foram alterados textos originais e traduções de obras espíritas.

Episódio pouco lembrado envolvendo Chico Xavier está registrado na história do movimento espírita e, especificamente, relacionado com a literatura espírita. Tentaram envolver Chico Xavier, mas este, com o apoio de Herculano Pires reagiu de maneira doutrinária e firme. A obra Na hora do testemunho4, uma parceria de Herculano Pires com Chico Xavier, apontou o triste incidente da adulteração de tradução de O Evangelho segundo o Espiritismo, usando atualização e simplificação de palavras em versão publicada pela editora da FEESP, em julho de 1974. Aquela edição, traduzida por Paulo Alves Godoy, “pôs em prática aquilo que denominou um plano de completa e total revisão de toda a Codificação Doutrinária de Allan Kardec, como se houvesse, na atualidade, algum ser humano capaz de ‘revisar’ ou ‘atualizar’ as obras básicas da Codificação.” O livro citado foi comercializado a preços populares, para maior divulgação.

Herculano escreveu vários artigos na imprensa. Esse material, várias mensagens, crônicas, poemas e cartas foram reunidos no livro Na hora do testemunho, no qual Herculano Pires e Chico Xavier definem suas posições, quanto à importância da defesa da obra de Kardec contra as tentativas de alteração de palavras. Os dois autores estranharam o episódio e consideraram que “não há explicação possível para esse fato, fora da doutrina da reencarnação. Paulo Alves Godoy tem sido fiel à Doutrina.”

O famoso psicógrafo marcou uma posição firme e Herculano Pires destacou: “O médium Francisco Cândido Xavier, apesar de sua costumeira isenção em polêmicas doutrinárias, acabou manifestando-se contra a adulteração e tomou posição firme e clara na defesa dos textos de Kardec. A maioria dos chamados líderes espíritas não se manifestou. A hora do testemunho provara mal, revelando a falta de convicção da maioria absoluta, e portanto esmagadora, do chamado movimento espírita brasileiro. Mas os resultados foram se manifestando mais tarde, com um crescente interesse do meio espírita pelas obras de Kardec em edições insuspeitas.” Sabe-se que a Editora parou de editar a tradução alterada.

Esse episódio histórico registrado no livro citado realça que os dois autores foram cumpridores das responsabilidades apontadas por Emmanuel. Este recomendou a Chico Xavier no início de suas atividades mediúnicas que sempre fosse “fiel a Jesus e a Kardec”, e, chamou Herculano Pires de “o metro que melhor mediu Kardec”.

Interessante que Chico Xavier sempre cordato e benevolente, deu o claro testemunho de fidelidade na defesa de obras essenciais.

Atualmente, há mais clareza para se valorizar a preservação de documentos e originais de livros.

Referências:

1) Kardec, Allan. Trad. Abreu Filho, Júlio. Os restos da Idade Média. Auto-de-Fé das obras espíritas em Barcelona. Revista espírita. Novembro de 1858. Vol. IV. São Paulo: EDICEL. p. 337-341.

2) Fropo, Berthe. Trad. Lopes, Ery; Miguez, Rogério. Muita luz. Cap. Como o Espiritismo é dirigido. Versão digital bi-lingue, de dezembro de 2018: https://www.luzespirita.org.br/leitura/pdf/L158.pdf

3) Guimarães, Rúbia da Costa. Vários momentos da difusão do livro. Entrevista. Reformador. Ano 132. N. 2.225. Agosto de 2014. P. 458-460.

4) Xavier, Francisco Cândido; Pires, José Herculano. Na hora do testemunho. 1.ed. São Paulo: Paidéia. 1974. 120p.

(*) Foi presidente da USE-SP e da FEB; ex-membro da Comissão Executiva do CEI.

DE: Boletim de Notícias”: http://www.noticiasespiritas.com.br/2020/OUTUBRO/09-10-2020.htm

 

Novo programa homenageou o Codificador – “Mais Kardec”

Novo programa “Mais Kardec" homenageou o Codificador 

O canal “Gênese” (pelo You Tube), da FEEAK de Belo Horizonte, em parceria com a Rede Amigo Espírita, estreiou o programa “Mais Kardec”. Às vésperas da data de nascimento do Codificador, no dia 2 de outubro, o convidado foi Antonio Cesar Perri de Carvalho, ex-presidente da USE-SP e da FEB, sendo entrevistador: Carlos Alberto Braga Costa.

Link:

Cura, rituais, mãos em ação

Cura, rituais, mãos em ação

O estudo “on line” de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, do grupo do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa Espírita, de São Paulo, na noite do dia 29 de setembro prosseguiu com o Cap. XIII – Não saiba vossa mão esquerda o que faz a direita. Cesar Perri deu início expondo o tema sobre os versículos de Mateus (8:1 a 4), comentando os fatos principais da mesma, como a cura do leproso e a satisfação dada aos sacerdotes, seguindo-se contribuições de vários dos participantes. Ao final foram comentados trechos das Instruções do Espíritos desse capítulo do Evangelho, e mensagens de Emmanuel dissertando sobre esses versículos citados, incluídas nos livros “Palavras de Vida Eterna” (Ed.CEC) e “Segue-me” (Ed.O Clarim). As preces de abertura e de encerramento foram feitas por Maria José Ferreira da Silva e Valkíria Takahara.

O “Pai nosso” em vibrações

O “Pai nosso” em vibrações

 

Na reunião a distância de vibrações na tarde do dia 01 de outubro, efetivada por equipe do Grupo Espírita Casa do Caminho, de São Paulo, Neusa Santos fez a exposição evangélica focalizando o trecho da prece “Pai nosso”: “… livrai-nos do mal…” As vibrações foram feitas por Rosemary Falcão Graziato; a coordenação por Glória Martins Miranda e as músicas ao piano por Margarida Helena Garabedian.

Palestra sobre Emmanuel e Chico Xavier para o “Batuíra”

Palestra sobre Emmanuel e Chico Xavier para o “Batuíra”

     

O Grupo Espírita Batuíra, de São Paulo, promoveu e transmitiu na manhã do dia 27 de setembro palestra de Antonio Cesar Perri de Carvalho. O expositor abordou o conteúdo de seu recente livro "Emmanuel. Trajetória espiritual e atuação com Chico Xavier" (Casa Editora O Clarim), focalizando desde as orientações iniciais de Emmanuel a Chico, de “fidelidade a Jesus e a Kardec” e sobre a disciplina; os romances históricos e comentários de Emmanuel sobre obras de Kardec; os livros originais de Emmanuel sobre versículos do Novo Testamento e o texto bíblico/tradução usado pelo Autor Espiritual. A reunião contou na mesa virtual com vários dirigentes do GEB, sendo coordenada por Elias de Souza Neto; o evento foi aberto e a prece realizada pelo presidente Ronaldo Martins Lopes, sendo a prece de encerramento feita por Rosely Marotta. Pelo canal do You Tube do GEB.

Para acessar a palestra, copíe e cole o Link:

https://youtu.be/ZNLLoRmKp0U

Entrevista: pandemia, livros, movimento nacional e internacional, união

Entrevista: pandemia, livros, movimento nacional e internacional, união

Convidado: Antonio Cesar Perri de Carvalho – ex-presidente da USE-SP e da FEB; Entrevistador: Allan Kardec Pitta Veloso – USE Baixada Santista e Vale do Ribeira; Assuntos: Emmanuel. Trajetória Espiritual e Atuação com Chico Xavier e Movimento Espírita Nacional e Internacional; Programa da USE Baixada Santista e Vale do Ribeira – 18/09/2020.

Link:

Programa da USE Baixada Santista e Vale do Ribeira – 18/09/2020

Programa da USE Baixada Santista e Vale do Ribeira – 18/09/2020Convidado: Orador Cesar PerriAssunto: Emmanuel: Trajetória Espiritual e Atuação com Chico Xavier e Movimento Espírita Nacional e Internacional.

Publicado por USE Regional Baixada Santista e Vale do Ribeira em Sexta-feira, 18 de setembro de 2020

216 anos do nascimento de Kardec

216 anos do nascimento de Kardec

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

O dia 3 de outubro é tradicionalmente recordado no movimento espírita para se evocar a data de nascimento de Allan Kardec, ocorrida no ano de 1804, em Lyon.

É fato sabido que Hipppolyte Léon Denizard Rivail apenas nasceu naquela cidade francesa. Na realidade, nunca lá residiu e foi criado com a família de sua genitora em Bourg en Bresse e Saint Denis les Bourg, duas cidades do Departamento de Ain, próximas a Lyon; depois estudou em Yverdon (Suíça) e atuou como professor em Paris, onde veio a executar seu papel como Codificador do Espiritismo.

Resumimos dois artigos recentes que publicamos nas revistas A senda1 e Revista internacional de espiritismo2.

Neste ano, nos meses de julho e agosto, o documentário “Em busca de Kardec” foi exibido como um seriado de oito episódios pelo canal de TV “Prime Box Brasil“ e depois disponibilizado na internet pela “Prime-Amazon”. O documentário foi dirigido por Karim Akadiri Soumaïla, de nacionalidade francesa. O enredo evoca momentos da vida de Kardec, locais onde viveu e atuou na França e Suíça e as repercussões de suas obras na França e no Brasil.

Um século e meio após a publicação das obras do Codificador e de sua desencarnação, tornam-se importantes alguns destaques de seus pensamentos e propostas. As obras de Kardec contém os princípios do Espiritismo e ele define na Revista espírita de 1866: “Inscrevendo no frontispício do Espiritismo a suprema lei do Cristo, abrimos o caminho para o Espiritismo cristão; assim, dedicamo-nos a desenvolver os seus princípios, bem como os caracteres do verdadeiro espírita sob esse ponto de vista”.3

A nosso ver, são oportunas as transcrições de alguns trechos do Codificador relacionadas com o centro e o movimento. Kardec orienta as reuniões e pequenos grupos, o que é válido para grandes centros, ou, para se criar centros menores nos bairros de uma cidade: “Sendo o recolhimento e a comunhão dos pensamentos as condições essenciais a toda reunião séria…” […] “Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são a resultante das de seus membros e formam como que um feixe. Ora, este feixe tanto mais força terá, quanto mais homogêneo for. Toda reunião espírita deve, pois, tender para a maior homogeneidade possível.” […] “Quanto mais numerosa é a reunião, tanto mais difícil é conterem-se todos os presentes. Ora, vinte grupos, de quinze a vinte pessoas, obterão mais e muito mais farão pela propaganda, do que uma assembleia de trezentos ou de quatrocentos indivíduos.”4

Sobre a mediunidade Kardec define: “Esse dom de Deus não é concedido ao médium para seu deleite e, ainda menos, para satisfação de suas ambições, mas para o fim da sua melhora espiritual e para dar a conhecer aos homens a verdade”6; e sobre o chamado “desenvolvimento”: “Ela se manifesta nas crianças e nos velhos, em homens e mulheres, quaisquer que sejam o temperamento, o estado de saúde, o grau de desenvolvimento intelectual e moral. Só existe um meio de se lhe comprovar a existência. É experimentar.”4

Importante proposta do Codificador: “A bandeira que desfraldamos bem alto é a do Espiritismo cristão e humanitário, em torno da qual já temos a ventura de ver, em todas as partes do globo, congregados tantos homens, por compreenderem que aí é que está a âncora de salvação, a salvaguarda da ordem pública, o sinal de uma era nova para a humanidade.”4

O Codificador destaca que o Espiritismo é uma religião diferente das tradicionais: "Qual é, pois, o laço que deve existir entre os espíritas? Eles não estão unidos entre si por nenhum contrato material, por nenhuma prática obrigatória. Qual o sentimento no qual se deve confundir todos os pensamentos? É um sentimento todo moral, todo espiritual, todo humanitário…"3

A nosso ver é necessário assumir-se mais os papeis como espíritos encarnados com base em Kardec: "[…] o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem".5

Há um convite que deve ser sempre renovado: o estudo, a prática e a difusão dos conteúdos das cinco obras básicas de Allan Kardec e também de seus registros e depoimentos mensais contidos na Revista Espírita (janeiro de 1858-abril de 1869).

Referências:

1) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Sem Kardec não há Espiritismo. A senda (FEEES). Ano 98. N. 205. Setembro-Outubro de 2020. Página eletrônica: http://www.feees.org.br/adm/arquivos/revistasetout_96.pdf

2) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Busca de Kardec ou de mim mesmo? Revista internacional de espiritismo. Ano XCV. N. 9. Outubro de 2020.

3) Kardec, Allan. Trad. Abreu Filho, Júlio. Revista espírita. Ano IX, V.4. Abril de 1866; Ano XI. V.12. Dezembro de 1868. São Paulo: Edicel.

4) Kardec, Allan. Trad. Ribeiro, Guillon. O livro dos médiuns. 80.ed. 1a parte, cap.III, Item 28; Parte 2: Cap. XVII, item 200; Cap. XXIX, itens 220, 331, 332, 348, 350; Cap. XXX. Brasília: FEB.

5) Kardec, Allan. Trad. Imbassahy, Carlos de Brito. A gênese. 1.ed. Cap. I, item 13. São Paulo: FEAL.

 

(*) Foi presidente da USE-SP e da FEB.